Kate - 18 anos
Decidimos nos separar para procurar por Jane.
Cassie subiu as escadas até o primeiro andar, Mary se encarregou de verificar os banheiros e permanecer no salão principal, no térreo. Eu fui para os jardins por um instinto fulminante que disparou além da minha coluna. Se eu fosse um agressor, iria querer o máximo de privacidade possível para não correr o risco de ser pego fazendo as merdas que um agressor fazia.
Além do mais, havia uma floresta na parte de trás da residência, com árvores que se entrelaçavam nas copas, fazendo com que o interior fosse mergulhado em sombras com alguns fios de luz prateada que conseguia passar entre folhas e galhos.
Um local perfeito para um assassinato.
Eu avancei para dentro da vegetação, xingando Mary mentalmente por ter me feito usar as malditas ankle boots quando precisava de mais força do que o necessário nas minhas pernas para manter o equilíbrio.
A música da festa foi se tornando um ruido distante à medida que eu entrava mais fundo na floresta, deslizando entre as árvores e passando por cima de pedaços de troncos velhos.
A escuridão poderia ter me intimidado no passado, eu poderia ter preferido esperar na margem da floresta enquanto ligava para a polícia ir verificar o terreno com suas lanternas e cães de caça.
Mas era Jane quem estava em perigo. Eu não iria correr o risco de perder tempo quando podia, de algum modo, salvá-la das garras de Derek. A forma doentia com que ele a olhou no palco, cantando e brilhando com seu talento natural, permaneceria na minha mente por muitos anos.
Você sabe quando está diante de um lunático quando se depara com a brutalidade em seu olhar.
O ar dentro da floresta era pegajoso e úmido, uma massa de mormaço que permeava entre a sebe à medida que eu continuava adentrando mais fundo. Meus dedos encontraram uma camada de musgo sobre a casca de uma árvore quando meus olhos finalmente encontraram a marca de um sapato masculino impresso no barro, folhas amassadas como se um corpo tivesse sido arrastado.
Minha respiração engatou em um ritmo lento e pesado, quase calculado. Meus pulmões ardiam pelo esforço de me manter o mais silenciosa possível, consciente de cada músculo do meu corpo e do modo que eu precisava me mover como um fantasma.
Se antes de ser atacada você já não estiver com sua defesa erguida, já será tarde demais. A voz de Marco ecoou em minha mente. Eu não iria me tornar uma presa quando a vida da minha amiga dependia de mim sendo uma caçadora.
— NÃO!
O grito de Jane cortou a noite em um golpe arrepiante.
Meu coração começou a socar dentro do meu peito, o desespero injetando uma dose cavalar de adrenalina em minha corrente sanguínea.
— NÃO! NÃO!
— Cala a boca, cadela do caralho! — A voz de Derek estapeou meus ouvidos, fazendo com que meus dentes rangessem. — Você achou mesmo que ficaria impune depois de me desrespeitar na frente dos meus fãs?
— Derek...
— Eu vou te foder tão duro que sua boceta vai rasgar e sangrar por todo o meu pau. E quando eu me cansar desse lixo que você tem no meio das pernas, estou pensando em pegar um galho e enfiar na sua bunda pra você aprender como cadelas imundas são tratadas quando não respeitam seus homens.
— Respeito? — Jane gemeu, a voz enrouquecida como se a garganta estivesse em carne viva. — O que você sabe sobre respeito, seu filho da puta doente?
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Borboleta
Romance* Paraíso | LIVRO 0.5 * Existem escolhas que trazem consequências irreversíveis. Um sonho arruinado. Um amor destruído. Uma vida interrompida. Kate O'Connell não queria morrer. Marco Castellari queria ter matado o próprio pai quando teve a chance. D...