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N A R  R A D O R 

Liz estava dentro do carro de Carl sentada ao lado do homem, suas mãos seguravam a arma de forma firme e seu olhar estava na estrada ao seu redor. Ela sabia que as estradas por aqueles lados não eram mais seguras e ela precisava proteger Carl do que poderia acontecer com ele.  

Carl por sua vez não conseguia se concentrar na estrada, já que a batida incessante dos dedos de Liz no cabo da arma e o fato dela morder os lábios sem parar, o deixavam ainda mais nervoso. 

Foi rápido, de forma silenciosa e lenta nos primeiros instantes, mas brutalmente alto e forte logo depois. O som da explosão veio e o carro saiu da estrada, capotando várias e várias vezes antes de parar de rodas para cima, após bater em uma árvore. 

O zumbido nos ouvidos, os gemidos de dor e o som das chamas se alastrando, eram as únicas coisas presentes naquele trecho de rodovia, antes dos primeiros mortos começarem a se aproximar lentamente por entre as árvores e moitas. 

- Merda!

Os olhos castanhos se abriram de forma lenta, enquanto o corpo reclamava pela dor. O sangue minava dos cortes no rosto e do nariz quebrado. O corpo caiu em um baque seco sobre os cacos após Liz se soltar do cinto que a segurava e ela conseguiu encarar as coisas ao seu redor por alguns instantes antes de ouvir a porta se abrindo e ter seu corpo puxado para fora do carro. 

- Achou que não iamos achar seus brinquedinhos? - era a voz de Beta. 

Liz encarou o homem atrás de si e confirmou a presença do dono da voz. Ele estava com mais alguns homens e seus olhos estavam brilhando pelas chamas que tomavam o carro. O olhar da mulher foi para o carro, onde ela encontrou Carl desacordado dentro dele, preso em meio ao alaranjado que tomava o automóvel. Seu peito apertou, o coração disparou e ela suplicou ao todo poderoso que lhe desse a chance de tirar o homem la de dentro.

- As vezes eu acho que você já devia estar morta, mas tem causado tantos problemas que eu quero te dar de presente pra Alpha. Ela vai adorar poder arrancar sua cabeça de seu corpo e sua pele de seu rosto.

Um incomodo no rumo do cós da calça de Liz, lhe fez pensar e ela levou a mão para trás, como se estivesse sentindo dor naquele lugar. Seus dedos tocaram o cano da arma e ela sorriu de forma leve encarando o grupo de pessoas ao seu arredor e pensando apenas em tirar Carl de dentro daquele carro.

- Diga a Alpha que eu tô pronta pra poder mata-la. - Liz responde sacando a arma que estava escondida em suas costas e atirando contra a perna do homem alto em sua frente. - Diga a ela que eu mandei lembranças!

Os gemidos do homem e o som dos outros disparos assustaram o grupo de pessoas que estavam com Beta, ninguém queria morrer daquele jeito, mas Liz acertou um, em cheio, no meio do peito. Ela deixou um sorriso fraco escapar e recolheu a arma para o coldre vazio.

Seus passos tortos lhe levaram até o corpo que ainda se engasgava com o próprio sangue e ela então gravou a faca no crânio da mulher.

- Carl! - seus passos tortos lhe levaram até a porta aberta do carro, sentindo o calor queimar sua pele quando ela entrou dentro do mesmo. Seus olhos estavam arregalados e cheios de lágrimas. - Por favor, fica comigo!

Carl estava com o rosto sereno, com o olhar fechado.

Liz puxou o corpo de Carl para fora do carro, sentindo os cacos cortarem sua pele. Ela se lembrou então do chapéu e voltou para busca-lo, queimando seus braços, mas conseguindo recuperar o objeto.

Ela pegou as mãos de Carl, mais uma vez e o arrastou para ainda mais longe  foi quando o carro explodiu, seu corpo magro e pequeno protegeu o corpo do homem das chamas e destroços, com medo do que poderia vir a cair sobre eles. Foi então, que os primeiros mortos apareceram ao longe e ela se sentiu ainda mais perdida. 

Visão turva, respiração ofegante e  uma dor no peito. E então, ela apagou, caindo ao lado do corpo de Carl. 


Oiiii tudo bem com vocês?!
Espero que tenham gostado do capítulo e se preparem muito mais coisas estão por vir.
Votem e comentem muitoooooo
Beijos e fuiiiiiiii


The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|Onde histórias criam vida. Descubra agora