Carl estava saindo de casa quando Liz apareceu em sua frente com mão sobre a barriga e os dedos machados de sangue. Sua boca secou e a bolsa que ele tinha em mãos caiu no chão perto da porta e ele caminhou até ela.
- O que houve?
- Não é nada, eu posso cuidar disso sozinha. - ela responde passando por ele e evitando contato. - Vá para sua busca e salve aquelas crianças.
Ele não relutou ou tentou contrapor, afinal, ele entedia a razão da mulher não querer contato com ele ou com qualquer pessoa que tivesse um pinto no meio das pernas. Carl se afastou com o peito apertado e entrou no carro que esperava por ele, saindo logo depois.
- Como a garota está? - Daryl questiona desviando dos mortos e entrando na contramão.
- Vai ficar bem. Ela é forte!
- Até os mais fortes sofrem, Carl. Você sabe disso.
Aquela era uma frase que Hershel havia dito uma única vez e que havia ficado guardada na mente de todos, até mesmo da de Carl que ainda era pequeno na época. Foram dias difíceis e ele proferiu aquelas palavras ao saber que o prisioneiro que mantiam em um dos celeiros não iria falar.
- Eu sei, só que ela é tipo um cofre fechado com várias e várias chaves, como se tivesse um dentro do outro, camada por camada. Depois que ela me salvou e se machucou, eu percebi que ela se importava com as pessoas, só fingia que não. - ele diz olhando para fora da janela - Ontem a noite, quando eu a encontrei em seu quarto, eu vi medo em seus olhos. Medo de verdade.
- Até o Daryl tem medo! - Bob responde do banco de trás, ao lado de Enid. - Todos nós nascemos com algum medo.
- Na verdade não amor, a gente nasce apenas com dois medos, os outros nós criamos como obstáculos que não achamos que vamos conseguir superar. Aí nós apegamos a ideia de por exemplo, do escuro ser ruim, quando na verdade nada mudou, está apenas sem luz no lugar, os móveis, os livros e outros objetos não mudaram de lugar.
Ambos do banco de trás se abraçaram e Enid sorriu.
- Você é muito inteligente, meu amor! - eles se beijam.
- Jovens. -Daryl respira fundo e revira seus olhos claros.
- Você ainda vai achar alguém que ama, Daryl. Seja homem ou mulher. - Bob exclama soltando a namorada e se ajeitando sobre o banco.
- Não quero ninguém.
Todos dentro daquele carro e em Alexandria sabiam que aquilo era mentira, que ele na verdade havia escondido os seus sentimentos quando Beth morreu. Desde de então, nunca mais havia sido visto perto de ninguém e nem com seus sentimentos a flor da pele em relação à alguém.
- Sabemos...
O silêncio tomou conta do carro nas próximas horas, até uma pequena horda entrar em frente à eles e fazer com que Daryl desviasse com rapidez e quase capotasse o carro.
O olhar de Carl parou nos mortos e ele pode ver um deles com uma faca em mãos, a segurando na altura do pescoço e a movendo como se dissesse que eles morreriam.
- Acelera. - Carl pede - Vai Daryl!
- Carl, o que foi? Carl?
- Os mortos não são apenas mortos, não mais. Tem pessoas, pessoas vestindo a pele do rosto deles e andando como se fosse. zumbis. - todos lhe encararam como um louco - Liz mostrou um deles pro meu pai, algumas pessoas viram.
- Eu não fiquei sabendo disso. - Enid se ajeita sobre o banco e encara a estrada em sua frente. - Porque não contaram para os outros?
- Não teria como. Não sem as provas suficientes para fazer com que as pessoas acreditassem. Liz matou uma, escondemos o corpo para mostrar pro meu pai, mas os outros poderiam achar que era coisa que nós fizemos para assustar.
- Agora temos mais provas. - Daryl responde apertando o volante e voltando para a estrada
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- Sabe o nome dos remédios? - Carl questiona a amiga.
- Claro que sei, idiota! Sou uma das enfermeiras de Alexandria senão esqueceu.
Enid adentrou para dentro da sala onde haviam prateleiras de remédio. O que eles procuraram não era o tipo de remédio que as pessoas antes iriam se importar em pegar quando o mundo havia desabado.
Os outros três homens se separaram e cada um pegou o que achou pela frente, não importava se era útil naquele momento ou não, eles apenas enchiam as mochilas e sacolas.
- Ei, cara! - Bob chama Carl e para em frente a ele. - Acha que Enid aceitaria se casar comigo?
- Uau! Bom, nossa...acho que sim! Vocês estão a quase 7 anos? Isso, 7 anos juntos. Já se conhecem bem o suficiente para viverem uma vida a dois. Faça o pedido e espere a resposta.
- Vou ir na loja de joias no final da rua.
Carl sorriu pelo entusiasmo do amigo e voltou a juntar as coisas que ele achava. Mas o grito fino e o silêncio logo depois fez com que os três homens avançassem para dentro da farmácia, seguindo para onde Enid estava.
- Enid? - Daryl a chama - O que houve?
Sem resposta.
- Amor? - Bob a chama.
Sem resposta.
As armas foram destravadas e todos deram um passo a frente ao ver um homem de meia idade com Enid em seus braços e com uma arma em sua têmpora.
- Cara, deixa ela. - Carl pede - Vamos abaixar nossas armas e você pode ficar com as coisas que conseguimos. Só queremos que você solte ela.
O rosto de Enid estava molhado pelas lágrimas e aquilo fez com que o desespero aumentasse no peito de Bob. Ele deu um passo a frente e abaixou sua arma, vendo o homem apertar o cano do revólver ainda mais contra a cabeça de Enid.
- Por favor! Ela é minha namorada, me deixa ter a chance de pedir ela em noivado, me deixa ter a chance de poder ter uma família com ela.
- Amor, você...
- Cala a boca! - ele grita tirando a arma da cabeça de Enid e apontando para o homem em frente à ele.
Era nítido que ele estava com medo de fazer alguma coisa que pudesse se arrepender. A forma como ele segurava a arma mostrava sua falta de prática e aquilo foi o sinal para Carl. Ele aproveitou o momento de distração do homem e avançou sobre ele, tentando soltar a arma das mãos sujas do mesmo.
Um tiro.
Peço desde já desculpas pelo sumisse, estou tentando terminar de escrever dois livros e tenho abandonado um pouco esse. Ando meio cansada também, mas isso é normal kkkk
Votem e comentem muitooooo
Próximo capítulo vocês vão ler uma coisa que vão fazer vocês ficarem " É a Liz mesmo? " kkkkBeijos e fuiii
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The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|
Fanfic+18 Ela foi abandonada por sua mãe e por sua irmã mais nova quando era apenas uma criança, havia visto seu pai ser morto e dilacerado por zumbis. Era sempre chamada de fraca e excluída por sua mãe, mesmo sabendo que era mais forte que sua irmã. ...