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C A R L 

A porta de entrada da enfermaria havia batido com muita força e pela janela de vidro eu pude ver Liz caminhar com seus punhos fechados e com uma cara nada boa. Algumas pessoas se afastavam dela com um certo receio que eu sabia que existia sobre ela. 

Sorrio fraco e encaro a médica. 

- Eu aceito o trabalho!

Vejo ela sorrir e saio da enfermaria atrás da garota que agora estava parada em frente ao portão. Ela tinha uma arma em mãos e olhava pelas frestas do portão se havia alguma coisa se aproximando da comunidade. 

- Não está encarando demais a garota nova? - Enid questiona parando ao meu lado e cruzando seus braços para lhe proteger do frio. 

- É meu trabalho agora! - lhe respondo sem tirar os olhos de Liz. - Ordens da médica.

- Vai ter que ficar de olho nela 24 horas no dia?

- Isso ai. Eu não posso deixar ela fazer nada pesado, nem que eu tenha que me mudar de casa e... É isso! Vou me mudar para casa dela.

Sabia que a ideia era idiota e que se Liz me visse na casa dela, ela poderia me matar, mas eu tinha que tentar fazer ela parar de gastar os recursos da enfermaria. Tinha que fazer ela se curar logo pra poder voltar  pra minha casa.

- Fica de olho nela pra mim. - peço  correndo em direção  a minha casa. - Preciso de um colchão.

Meu pai me encara estranho e volta a comer.

- Pai, eu preciso de um colchão.

- Primeiro, pra que você precisa de um colchão?

Suspiro tentando  formar uma frase que explicasse o que eu queria, sem fazer ele me olhar estranho ou que não  pensasse merda.

- Sabe a novata? Então, a médica  me pediu pra ficar de olho nela, já  que aqueles machucados dela não estão  cicatrizando e ela está gastando recursos atoa. Então, eu preciso de um colchão pra poder ir morar na casa da Liz uns dias pra ficar de olho.

- Quer levar camisinhas também?

Reviro o olho vendo ele rir.

- Tem um colchão no sótão e camisinhas na minha gaveta do criado.

- Pai, eu não vou precisar de camisinhas, ok? Eu só vou ficar de olho na garota.

Subo as escadas e puxo a do sótão. 

Aquilo ali estava uma bagunça, haviam caixas de roupas que não serviam mais e que estavam esperando por alguém que as queria ou que precisasse de alguma quando chegasse na comunidade. 

Puxo o colchão escada abaixo assim que o encontro e o jogo no corredor. 

-

Enid estava me ajudando a carregar minhas coisas para o andar de cima, que em sua a maior parte eram livros e algumas roupas. O colchão já estava cheio dentro do quarto no final do corredor e pronto para me receber depois de um dia cheio. 

- Quer comer alguma coisa? - questiono. 

- Você não está muito saidinho não? É a casa da novata, não sua, não dá pra assaltar a gela...

- Enid, tá tudo bem!

Desço as escadas e caminho até a cozinha e encontrando algumas verduras, frutas e um pedaço de manteiga e um litro leite - o que ela devia ter trago de Hilltop. - Haviam cartelas de remédio sobre a bancada, o que me fez ficar curioso em saber para que serviam. 

- Você trabalha na enfermaria, então sabe me responder, pra que servem?

Enid parou ao meu lado e pegou a cartela de minhas mãos, seus olhos encararam as caixas e o que elas tinham atrás. 

- São remédios para dormir. Você toma um e apaga totalmente. A maior parte das pessoas que  usam,são sonambulas ou tem uma enorme dificuldade de dormir. 

Os pesadelos. Ela só podia tomar aqueles remédios por causa dos pesadelos que ela tinha. 

- O que estão fazendo aqui? - tiro meu chapéu e encaro a porta de entrada da cozinha. - O que estão fazendo aqui?


Primeiro da maratona postado, só irei continuar se tiver muitos votos e comentários ( no mínimo uns 30 kkkk) por que pensa num trem que trabalho.
O próximo é amanhã
Beijos e fuiii

The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|Onde histórias criam vida. Descubra agora