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N A M A N H Ã S E G U I N T E

O primeiro grupo de busca havia chegado com informações, nele Daryl adentrou na comunidade com as roupas sujas de sangue e com uma bolsas suja de barro. Liz acenou com um leve balançar de cabeça e voltou a caminhar em direção a vigia. Ela havia acordado com café na cama, o que havia a deixado feliz e se sentindo especial.

- Liz! Liz! - a voz de Judith a fez parar e se virar, dando de cara com a pequena correndo em sua direção com Enid logo atrás. - Oi!

- Oi! Indo para a escola?

- Sim, mas tenho que passar na enfermaria para olhar minha garganta, tive febre noite passada.

Enid parou ao lado das duas e sorriu para Liz.

- Vejo que está um pouco melhor - a enfermeira diz - Precisa cuidar dos curativos. Estou levando Jud pra lá, vem com a gente.

- É vem com a gente, Liz! - Jud segurou a mão da mulher e sorriu para a mesma.

- Tenho que ir para vigia, pequena, mas...

- Nop. Você vem com a gente. Luke consegue aguentar mais um pouco naquela vigia.

Judith começou a tossir sem parar, o que fez com que Liz engoli-se seco e começa-se a andar ao lado das duas.

_

Quando o carro do grupo de Rick entrou pela comunidade não havia apenas Carol com ele, no banco de trás tinha alguém encapuzado e supostamente desmaiado. O carro parou em frente a enfermaria, onde Liz, Judith, Enid e Daryl estavam.

Carol desceu do carro e viu Rick tirar a pessoa do banco de trás. Era uma mulher. Suas mãos estavam amarradas, roupas rasgadas e sujas de barro e sangue. Liz sentiu seu corpo se enrijecer quando encarou as tatuagens a mostra da mulher e o corpo de Judith foi puxado para perto dela e a mesma a escondeu.

- Quem é ela? - Enid questiona abrindo a porta e dando passagem - Onde encontra...

- Essa garota fala muito. - a voz fez Liz dar um passo a frente e se afastar de Jud, sem deixar de a proteger. - Vocês parecem ser todos assim.

Memórias.

Liz se aproximou ainda mais da mulher, mas foi parada por Rick. Ela encarou o homem em sua frente e respirou fundo.

- Se eu te disser "familiam, familiam tuere, sanguis inustus sanguinare..."

- Eu então te digo " Sola virtus quae nos nos consumit!"

As sobrancelhas de Liz estavam juntas, seus lábios tremiam e uma lágrima escorreu por sua bochecha antes dela erguer sua mão e tirar o capuz da cabeça da mulher.

- Ai meu Deus! - os braços da garota rodearam o corpo da mulher e ela chorou - Como?

- Baby Liz você cresceu, você está tão linda, querida!

- Ela disse que tinha morrido no ataque, disse ela..
você está aqui. - Liz devaga lembrando dos palavras da mãe e vendo até mesmo imagens da mulher em sua frente sendo morta.

- Sua mãe nunca gostou de mim querida - a mulher acaricia o rosto de Liz com certa dificuldade.

- Conhece ela?- Daryl questiona

- Ela é a melhor tia que eu poderia ter na merda do antigo mundo!

Rick se reaproximou e abriu os algemas, deixando a mulher
livre para poder abraçor Liz. O sorriso de Judith era grande e ela encarou Enid logo em seguida com um brilho no olhar, um brilho de felicidade.

O abraço duros minutos e elas se separeram apenas quando um trovão cortou o céu. Ambas com seus rostos molhados e machados pelo choro.

- Você precisa ser examinada - Liz diz - Enid é minha
"amiga" - era a primeira vez que ela se referia a mulher daquela forma - ela é enfermeira e... e ela vai poder te atender.

A mulher concordou com um largo sorriso e entrou no lugar, vendo o grupo a acompanhar para dentro do lugar.

- Qual seu nome? - Judith questona ao se sentar na cadeira giratória da médica.

- Athena. Mas, você pode me chamar de tia se quiser, Baby Liz não vai brigar.

Daryl soltou uma risada nasal.

- Baby Liz. Vou te chamar só assim agora.

- Nem ouse em fazer isso, ou isso aqui - ela mostra o punho - vai acertar sua cara.

A alegria era tão inebriante que estava fazendo Liz esquecer da dor que ela sentia em suas costas, dor de uma noite mal dormida e do próprio machucado. Ela tinha alguém da família, tinha alguém que sabia que podia confiar em todos os momentos.

O olhar de alegria da mulher se encontrou com o azul cristalino de Carl parado a porta, onde um meio sorriso escapou por seus lábios. Eles ficaram assim por alguns segundos, até que Athena apertou a mão da sobrinha em reflexo de sua dor ao sentir o álcool entrar em contato com o corte.

- Vocês não ficaram quando o mundo ruiu? - Rick pergunta vendo o filho parar ao seu lado e ficar na mesma posição que ele, de braços cruzados e uma das mãos na cintura. - Não moravam na mesma cidade ou...

- A mãe de Liz tentou me matar dias antes do mundo sucumbir aos mortos. Ela nunca foi minha fã por causa de algumas coisas que ela fazia contra...

- Não. - Liz a interrompe engolindo seco. - Por favor não fala disso pra eles.

- Desculpa querida, achei que eles soubessem. Mas enfim, ela não gostava de mim e quando tentou me matar eu me mudei de cidade, fiquei sem notícias até o dia que tudo aconteceu, foi quando meu irmão me ligou e disse que estavam indo pra um centro de refugiados. Eu cheguei lá, eles não.

- Ela matou ele antes de termos a chance de passar da metade do caminho.

O olhar de Athena mudou, mas ela não chorou, ao contrário sabia que o irmão uma hora ou outra seria vítima da esposa, como havia acontecido.

- Esteve em outros grupos?

- Sim, mas todos ruíram. Nunca tivemos muros, nunca tivemos a segurança que vocês parecem ter aqui. Vivíamos em casas aleatórias em cidades e bairros aleatórios, vivendo da caça, da procura e...roubando de outras pessoas.

- Como fez com a gente. - Rick diz jogando na conversa o fato que havia acontecido no encontro deles.

- É. Eu estava com fome, estou sozinha a meses, sem ver ninguém que não fosse mortos agindo de formas estranhas pelos campos.

Liz engoliu seco e apertou o ombro da tia, olhando para os dois Grimes em sua frente e vendo eles entenderem o que estava fazendo-a ficar em alerta.

- Sabe me dizer onde eles estavam? Os mortos que agiam estranho.

- De 700km a 900km ao oeste. Não sei ao certo, eles só estavam lá em círculos.

- Peça pra comunicarem ao Reino e a Hilltop sobre isso, eles precisam ficar sabendo disso. - Rick pede a Carl, vendo o filho sair correndo da enfermaria.

- O que tem os mortos?

- Tem pessoas no meio deles. - Liz conta, se sentando na cama vazia ao seu lado - Eles se vestem das peles do rosto, agem como os mortos e sussurram entre si. Eles matam e atacam sem pensar duas vezes, mas de forma silenciosa.


Acabou que a história ficou tendo duas personagens com o nome Athena, percebi depois que fui inserir a tia da Liz na história kkkkkkk mas acho que não vai dar pra vocês confundirem pois uma vai ser chamada de tia na maior parte do tempo e a outra pelo nome.
Votem e comentem muitooooo

Beijos e fuiiiii

The Enemy | ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|Onde histórias criam vida. Descubra agora