O TEMPO É O SENHOR DA RAZÃO

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Chegava mais um ano de celebração, e novamente Hades não estava presente. Durante nossas conversas, ele costumava comentar: "Sempre que chega o mês de agosto, e especialmente a data do seu aniversário, algo acontece e nos afastamos. Nunca consigo te parabenizar."
Naquele dia, eu respondi: "Realmente, nunca estamos juntos nessas ocasiões, mas são apenas datas comemorativas."
Será que agosto é realmente o mês do desgosto?, eu pensei enquanto soltava uma risada imaginando.
Lembro-me de ter entrado no jogo novamente e, uma semana antes do meu aniversário, reuni meus amigos de sempre, como de costume, e transformei a minha sala em um palco psicodélico com DJs. Cada detalhe criava um mundo místico, envolvente e mágico.
Nesse meio tempo já estava há 3 meses longe de Hades.
Aquele planeta é como um vislumbre distorcido de Agnes, distante da realidade conhecida. Cada imagem psicodélica é um portal para um mundo de cores, fantasias e aventuras. Para mim, o psytrance não é apenas um gênero musical, mas um estilo de vida, uma forma única de me conectar com as minhas raízes. Ali, consigo me conectar de maneira universal, imergindo em tudo o que sou, em uma explosão de sentimentos. Poucos estilos musicais, além do psytrance e do reggae, vi proporcionarem tamanha união entre classes sociais. Seja você um alienígena, uma cabra ou qualquer coisa que deseje ser, há apenas quatro regrinhas: paz, amor, união e respeito. Estamos todos bem, juntos naquela galera, curtindo, rindo naquele templo online. No entanto, sentia profundamente a falta de Hades por ali.
Observando meus amigos online, notei que Hades estava ativo. Convidei-o para participar da conversa e, ao chegar na sala, conversamos e trocamos ideias. Com um ar um pouco orgulhoso, Hades me desejou feliz aniversário. Naquele momento, pensei: "Tudo bem, Psiciano, entendo que você estava um pouco restrito e não queria dar muita atenção para uma leonina que se acha o centro das atenções, de acordo com o zodíaco. Mas saiba que eu não sou exatamente assim, não gosto de ser o centro das atenções." Continuamos a conversar com educação e cordialidade, sempre mencionando a falta que cada um de nós fazia no grupo. Entendemos que o processo de ir e voltar também pode ser desgastante e, às vezes, me pego questionando o motivo pelo qual ainda faço isso. Será falta de vergonha na cara?
Nem tudo está dentro das nossas ações e escolhas.
Concordo plenamente com Hades no capítulo 4 do seu conto, 'Um Pisciano no Mundo da Lua', onde ele discute sobre se envolver emocionalmente e acabar se apegando demais às pessoas. É exatamente isso que acontece, mas já estávamos tão envolvidos que parecia até novela mexicana. Ah, e o México é um dos lugares onde Hades sonha em conhecer. Além de sua culinária maravilhosa, ele sempre diz que é um povo feliz e animado. Arriba, muchacho!
Ali foi um dos momentos mais felizes para mim. Fiquei contente por Hades ter aparecido e conseguirmos trocar algumas ideias passageiras. Embora não tenhamos nos reconciliado, sei que ainda há mais histórias a serem contadas nos próximos capítulos.

Até o próximo capítulo ☺️

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