[19] O cabo de guerra.

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Ilha de Paradis, ano 848.

Os cadetes celebravam a vitória de Stella a levantando para cima alegremente, a ruiva havia se tornado a estrela daquela recepção de calouros. E não era para menos, além de ser a mulher mais bonita da noite, também era a única que derrotou Levi Ackerman em seu próprio jogo. Até soldados de altas patentes estavam tentando atrair a atenção da moça, a contando histórias exageradas sobre missões e se gabando de suas próprias realizações, rezando que apenas recebessem um sorriso como resposta.

No entanto os olhares da garota pareciam estar presos à uma só pessoa. O capitão do corpo de exploração de Paradis.

Levi estava feliz pela conquista da mais nova, mas também se sentia corroído pelos ciúmes que sentia com a forma que alguns dos soldados estavam a engolindo com os olhos e flertando descaradamente com ela na frente dele. Levi não era o único a se sentir assim, Reiner estava sentado em um dos bancos do refeitório observando toda aquela comoção em cima da mulher que ele amava enquanto bebia uma caneca de chopp, e isso estava bem evidente.

Joseph também estava cansado da situação, odiava ver sua irmã sendo vista como um objeto pelos homens do recinto, que estavam tentando conquista-la a todo custo. Temendo que o pior acontecesse, se levantou para acabar com aquela palhaçada.

- Chega, chega! - Gritava irritado, puxando sua irmã para perto de sí - Vamos, deixem minha irmã em paz, antes que eu arrebente a cara de vocês!

A intervenção foi o suficiente para que os soldados mantessem distância da mais nova, afinal, ninguém ousaria contrariar Joseph, um dos soldados mais amedrontadores do exército.
E Levi não poderia estar mais do que satisfeito com isso. Ele odiava Joseph, mas ao menos o garoto havia servido para alguma coisa.

- Ainda estou brava com você..- Cochichou Stella para seu irmão,enquanto o acompanhava para a mesa vaga onde estava Reiner e Bertholdt.

- Eu também não estou morrendo de amores por você agora, mas não vou deixar esses babacas te assediando. Você ainda é minha irmã, querendo ou não, é meu dever te proteger.

- Obrigada.. - Murmurou Stella, abaixando a cabeça para não olhar diretamente para seu irmão - Eu realmente precisava de ajuda.

- Eu vi. - Falou por fim, colocando a menor ao seu lado na mesa, em frente a Reiner, o qual o rosto imediatamente acendeu em um sorriso.

- Então quer dizer que você derrotou o capitão em um jogo de pôquer? Estou orgulhoso, Stella. - Elogiou Reiner, colocando a caneca de chopp vazia ao seu lado e segurando gentilmente na mão da garota na mesa. - Ainda bem que nunca joguei contra você.

- Fico feliz por isso, Reiner. - Respondeu Stella alegremente, puxando sua mão timidamente para baixo.

- Stella, o que acha de tomar um chopp com a gente? - Perguntou Bertholdt, tentando dar uma força para seu amigo, fazendo com que a garota se soltasse mais perto dele.

- Pode ser! - Stella concordou e o mais alto foi buscar chopp para os três, eles ficaram um bom tempo ali conversando que nem viram a noite cair. Em alguns momentos, ela olhava para trás vendo o restante de seus amigos que seguiam comemorando e principalmente o olhar de Levi sobre ela, que estava na mesma mesa que jogaram mais cedo, conversando com outros soldados que pareciam estar o forçando tomar um copo de whisky.

Mike Zacharias havia trazido o seu violão para a recepção, após alguns pedidos insistentes de Nanaba sobre querer ouvir alguma música. Então, puxou uma cadeira no centro do refeitório e olhou hesitante o instrumento em sua caixa de madeira, até posicionar sobre a coxa e começar a afina-lo. O loiro era um dos poucos soldados que sabiam tocar e sempre foi muito requisitado nas reuniões da tropa de exploração por esse motivo, afinal, além de tudo ele era um ótimo cantor.
De início, o homem tocou algumas músicas mais calmas para aquecer, enquanto observava os soldados bebendo e conversando no saguão animadamente, pensando o quanto sentiria falta de momentos como esse em breve. Logo, ele realmente mostrou o que sabia fazer, acelerando o ritmo em uma música mais animada para descontrair o pessoal, que por sua vez, entraram na brincadeira, com alguns puxando outros para dançar.

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