[34] Stella Thompson.

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Império Marley, ano 843.

Stella sentiu um forte sentimento de angústia, como se fosse engolida por um turbilhão de sentimentos que ela não conseguia controlar. Em cima de um prédio próximo, os últimos detalhes de seu plano estavam sendo solucionados pelas mãos de Axel, que se prontificou em fazer a instalação dos explosivos artesanais em volta da catedral, enquanto esperavam pela chegada do novo armamento anti-titãs.
Paralisada, sentia-se afogada por uma imensa maré de solidão e perda quando se deu conta que aquilo realmente estava acontecendo, ao observar seu amigo voltando enquanto segurava os ombros de Milo, sorridente.

- Estamos prontos, senhorita Elke. - Anunciou Axel, a lançando uma piscadela para confortá-la, notando o quão apreensiva a amiga estava. - Yohan ficou com o restante dos meninos no armazém. Ele está preparado para eventuais perdas.

- Perfeito. - Stella acenou com a cabeça positivamente, tateando o cano sujo de sua carabina velha, que estava carregada para o que a aguardava.

- Eu estava pensando..- Axel murmurou, deixando Milo para trás ao retirar o pequeno relógio de bolso enferrujado, checando seus ponteiros através do seu vidro rachado - O que acha de uma pequena aposta? Apenas para aquecer, sabe.

Stella soltou uma pequena risada nasal.

- O que você tem em mente, Axel? - Perguntou, arqueando uma sobrancelha na direção do mais alto.

- Você aposta que todos nós morreremos, afinal de contas, você é péssima apostando e daí eu aposto que todos nós voltaremos vivos. Que tal? - Axel bagunçou os curtos cabelos ruivos de Stella, confiante que venceria.

- Acho bom que faça de tudo para que eu perca essa merda de aposta, Axel. Se não, eu mesma vou matar você. - Stella socou o braço do amigo, puxando o binóculo amarrado em sua cintura para checar a fronteira. - Estão vindo.

- Vamos ver o que essa belezinha é capaz de fazer. - Comentou Axel, retirando a sua nova pistola da cintura e acionando os propulsores do DMT, ao se jogar da torre, mergulhando pelos telhados de Libério.

- Theo. - Stella chamou o loiro, antes que ele fosse atrás de Axel. - Eu quero que você fique com o detonador. No caso de precisarmos colocar toda essa merda pelos ares.

- Passa pra cá, princesa. - Puxou o detonador das mãos de Stella, o colocando dentro do bolso do casaco. - Preparada para perder mais uma corrida de DMT?

- Já disse para não sonhar tão alto, caolho. - Sorriu convencida, o vendo subir no parapeito da torre e olhar para a cidade uma ultima vez. Estava tudo tão silencioso.

- Come poeira, sua lesma! - Theo saltou, dando um tchauzinho para Stella ao acionar os seus propulsores.

- Eu amo esse garoto. - Stella abriu um sorriso, ao sentir um calor repentino invadir o ar a sua volta e prender seus ganchos nas paredes de um prédio próximo, correndo para tomar impulso e saltar atrás de Theo.

Ela se movia por Libério com o DMT em um movimento de pêndulo, se arremessando para cima com a força dos cabos do equipamento velho se retraindo ao seu redor, a alavancando para o céu nublado, sentindo a brisa gelada batendo em seu rosto e carregando consigo seus cabelos carmesim.
Em sua volta ela ouvia o ranger do dispositivo de seu irmão cobrindo sua retaguarda como foi instruído, o que a deixou feliz, pois ele finalmente estava aprendendo como desejava.

O comboio militar estava adentrando na zona central de Libério que havia sido fechado para a passagem do arsenal camuflado por lonas amarradas por fortes cordas em uma estrutura de metal que vinha sendo escoltada até a catedral. Stella avançava rapidamente em direção à linha de frente, silenciosa e incerta, cercando sua lateral, enquanto segurava firmemente sua carabina.
Até que eles finalmente notaram suas presenças. Os demônios que sujavam os céus com seus equipamentos vindos diretos da ilha amaldiçoada, do qual, ninguém conhecia ao certo o seu funcionamento, apenas que era um dispositivo eficaz para a rápida locomoção de soldados. Sua artilharia rapidamente foi montada e os sons dos fortes tiros de canhão eram escutados a quilômetros de distância.

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