𝐀𝐋𝐅𝐀 • 𝖀𝖈𝖍𝖎𝖍𝖆 𝕸𝖆𝖉𝖆𝖗𝖆 •

𝑐𝑎𝑝𝑖́𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑐𝑖𝑛𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑎 𝑒 𝑡𝑟𝑒̂𝑠

          

                                  𝑬le não pareceu acreditar muito em mim.

— Eu não acho que saiba o que está fazendo— Fechou a porta — Eu não vou lutar com você S/n, não vai rolar.

             Isso não tem graça...

— E posso saber o motivo disso?— Cruzei os braços.

— É bastante simples na verdade — Deu um passo a frente ficando mais próximo, o que ele...— Eu não quero, e é por isso que não vou lutar com você.

— Você não quer?...

—...— Tobirama soltou um suspiro— Escuta bem...a Yakuza nunca terá uma líder mulher simplesmente por funcionar dentro de um sistema de votação, ele se chama "o conselho", e todos lá dentro são homens, todos votam em homens...foi desse jeito para mim entrar, para o Indra, para o Izuna, para o Obito, por mais que sejam "herdeiros" ainda precisam ser aceitos dentro do conselho, você ainda não conheceu a maioria dos membros mas todos são conhecidos por seus feitos brutais e sem coração, a Yakuza é isso... é um sistema de merda que não te permite fazer nada, e eu garanto que é muito pior quando se é mulher, para a maioria deles vocês não deveriam nem ser consideradas pessoas com direitos, quem dirá líder...

—... onde quer chegar com isso?

—... você não é tão especial quanto parece, não é e nunca foi a primeira mulher a entrar na Yakuza, porém...o Tajima criou uma lei dentro da máfia que proibia a entrada de mulheres depois de alguns acontecimentos, as que entraram só trouxeram desgraça a vários homens, esse é um dos motivos dele não gostar de você, é um perigo contante, o Tajima não quer correr o risco de ter mais uma dor de cabeça.

—...onde as outras mulheres estão?

— ...mortas, todas elas...

— Por que?

— Porque tentaram ser maiores que os homens, porque queriam ter mais poder que eles e isso não é permitido dentro da Yakuza, infelizmente ou não a função de vocês é servir, obedecer e gerar filhos saudáveis que irão substituir seus pais no futuro, Tajima leva isso bem a sério...

— Então está me dizendo que se eu tentar ser maior que vocês homens eu vou morrer?

— Estou dizendo que não vale a pena lutar por um poder que não compensa, você é muito mais valiosa sendo apenas uma ômega comum, querendo ou não nós alfas dependemos de vocês, são os que nos mantém sob controle, um alfa sem seu ômega é o mesmo que um ser humano sem coração ou oxigênio, ele não vive...— Tocou minha bochecha — Sendo sincero vocês não precisam da gente, ômegas podem se satisfazer com outros ômegas ou até com betas, mas um alfa não... nós precisamos inteiramente de vocês...dependemos de vocês.

—...isso tudo é para me impedir de lutar? Tem tanto medo assim de me ver morta?— Encarei seus olhos, estavam com uma coloração levemente avermelhada.

— Tenho, eu com certeza tenho...

—...mas o Akira...

— Eu protejo o Akira, apenas cuide dele como sempre fez, eu juro que nada nesse mundo vai machucá-lo, muito menos a Yakuza, eu jamais permitiria que o Tajima colocasse as mãos nele.

— Não pode jurar algo assim...

— O Akira é como um filho para mim e você sabe, eu vi o garoto crescer, faz parte de mim e eu tenho certeza que ele odiaria te ver machucada, é a mãe dele S/n... não o faça achar que podemos resolver tudo na violência, o mundo não é assim.

              O Tobirama...sempre foi tão racional desse jeito?
              Ou talvez seja eu quem perdeu o controle de tudo?

—...— ...certo...—...eu...vou assistir— Tirei as faixas das minhas mãos e entreguei para ele, estavam amassadas...— Obrigada.

—...de nada...— Pegou as luvas— Eu prefiro você desse jeito, bem e sem nenhum arranhão, e garanto que o Madara concorda comigo.

—...

— Te vejo quando a luta acabar.

— Tá...

[...]

—...mas olha só — Tajima abriu um sorriso quando me viu sentar ao lado dele nas arquibancadas— Eu sabia que mudaria de ideia, enfrentar o Tobirama é o mesmo que pedir para morrer, você foi inteligente, uma luta dessa não valeria a pena.

— Se está dizendo...

— ...o Obito te chama de Red, não é?— O que é isso? Ele está tentando puxar assunto comigo? Justo ele? — É só uma curiosidade, queria saber de onde esse apelido veio.

— Coisas vermelhas em geral, eu tenho um carro vermelho, uma moto vermelha e uma tatuagem vermelha — Forcei um sorriso — Sacou?

— Saquei— Sorriu minimamente — Agora...sobre o que você disse mais cedo, querer roubar o meu lugar na Yakuza e dizer isso na minha cara é o mesmo que se suicidar, não acha? Da última vez que um subordinado me disse isso ele foi morto com dez tiros na cabeça — Seu sorriso sumiu — Por que acha que com você será diferente?

— Se quisesse já teria feito.

— O meu filho é o único obstáculo entre você e os dez tiros.

— Tajima... é muito feio ameaçar as pessoas, você é um líder, aja como um líder, fazer ameaças não é ético.

— E quem é você para fazer sobre ser ético?

— No momento ninguém, mas já que está perdendo seu tempo me ameaçando, tenho certeza que algum valor eu tenho, ou estou errada?

—... você me irrita, me lembra a minha esposa e eu odiava a teimosia dela, nunca sabia quando calar a boca e obedecer seu alfa.

— Acho que somos iguais então, tenho certeza que sua esposa era uma ótima pessoa.

— Ela era...já você não, é um grande pé no saco.

— Irei levar como um elogio.

—...o meu filho gosta de domar bichos selvagens pelo jeito, deveria respeita-lo mais, ele é o seu alfa afinal, é muito importante por ser dele.

               Ser dele? Mas eu não sou, digo... não dessa forma.

            Alfas impõem duas coisas, medo ou respeito, e os dois vêem de maneiras difíceis, alfas sempre querem ser melhores do que você.

          E o Madara...ele é meu companheiro, meu parceiro e o cara que eu quero passar o resto da minha vida, ele está ao meu lado, não acima de mim, estamos juntos, não separados tentando competir quem é melhor que o outro.

            Eu não quero que exista alfa ou ômega, quero apenas um casal tentando fazer dar certo.

— Tajima...— O chamei— Irão para-los hoje?

— Hoje não, dessa vez a luta vai chegar ao fim, veremos quem vai para o hospital.

—...

                 Espero que tudo ocorra bem.