Capitulo 07

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Rafaella
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O próximo mês foi o que eu chamei de uma completa loucura. Eu sentia que até pra respirar gastava tempo demais. Precisei trabalhar metodicamente na minha agenda que  com a ajuda da minha secretária para que não perdesse nenhum prazo.

O caso de agressão do lutador contra sua esposa simplesmente explodiu na midia. Não tinha um noticiario que não falasse a respeito. Fiquei muito irritada por ser perseguida por alguns repórteres, até dei algumas entrevistas, mas eles nunca ficavam satisfeitos, estavam sempre querendo uma novidade, o que era realmente muito interessante.

Os seguranças disponibilizados por Gizelly eram meu ponto de escape, eles conseguiam afastar as pessoas até que eu alcançasse meu carro.

Como Gizelly mesmo prometeu, os seguranças não estavam ali para me controlar e sim para me proteger e ajudar em situações como essas. Protegiam-me em público e depois seguiam seu caminho.

Enquanto isso, Debora continuava escondida e cuidando de seus ferimentos.
Fiz questão de mostrar a ela a importância dos cuidados médicos, não somente para o copo, mas principalmente para a mente. E eu sou uma prova viva disso.

Depois da minha primeira ligação para Jaqueline, comecei a fazer isso com muita frequencia.

O que aliviou o peso sobre meus ombros.

Depois que Flávio faleceu, eu fiz terapia, mas não por tanto tempo ou pelo periodo que deveria. Simplesmente parei porque cansei de ouvir aquela mulher falando que tudo passaria, que eu só precisava deixar o passado pra trás e talvez até arrumar alguém.

Pelo amor de Deus!

Como se eu pudesse passar uma borracha em toda aquela merda e continuar minha vida como se nada tivesse acontecido. Não voltei mesmo, e nem a recomendaria para outra pessoa. No entanto, Jaqueline era diferente, de um jeito bom e isso me motivou a continuar ligando.

Principalmente a cada teste negativo de compatibilidade dos meus colegas de trabalho. Das quinze pessoas que fizeram o teste, nenhuma delas deu o resultado tão esperado. E eu era muito grata a todos eles por oferecerem ajuda ao meu filho, me emocionava a cada voluntário. Claro, teve aqueles que não quiseram fazer o teste e Gizelly quis até manda-los embora, mas eu disse que não precisava ela fazer aquilo, afinal, ninguém é obrigado.

E hoje foi o dia de Gizelly fazer o teste, ainda não saiu o resultado e eu estava com medo de receber outro negativo, na verdade eu já esperava por isso. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos daqueles resultados e tentei me concentrar no trânsito. Era mais fácil quando eu não criava expectativas. Quase bufei com esse pensamento, eu sou mestre em ter esperanças quando o assunto é a saúde do meu filho.

Quem poderia me julgar? Tudo o que eu mais queria e quero é vê-lo feliz e saudável. Desejava que ele tivesse forças para correr e para comer quantas besteiras ele quisesse, mas hoje tudo o que fazia era controlado para o seu bem-estar.

Algo no retrovisor chamou minha atenção.

Um carro vinha acelerado me fazendo bufar. Eu já estava acima da velocidade permitida na vida, não costumava dirigir devagar, mas odiava com todas as minhas forças os homens que ficavam atrás de um voltante achando que eram donos de tudo. Me irritava ver que forçavam para me passar, só por ser mulher.

O que tinha de machistas no trânsito era algo inexplicável. Mesmo irritada, reduzi um pouco e permiti que ele passasse. Em outro momento teria segurado o imbecil por toda a rodovia somente para irritá-lo.

Contudo, o que eu não esperava era que ele não tivesse a intenção de ultrapassar. Olhei para o lado vendo o vidro escuro da janela e gritei quando o motorista jogou o carro na minha direção. Segurei firme o meu volante, mas a próxima batida me empurrou para fora da estrada. Bati literalmente em um muro, depois em um poste, pelo menos é o que eu acho, e depois… o mundo virou de cabeça para baixo.

Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora