Capitulo 25

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Rafaella
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Estar ao sol era uma experiência sempre muito prazerosa e única. Nos meus anos de casada, meu falecido marido não me deixava sair muito. Prendia-me o
máximo que podia e isto me deixava longe de tudo o que eu mais gostava, como receber os primeiros raios de sol.

Agora na companhia de Gizelly, sua mãe, meu filho e meus pais, eu relaxava em uma espreguiçadeira a beira mar em pleno domingo sete horas da manhã. Esse foi um daqueles convites que eu tive o prazer de aceitar. Nos encontramos na praia e agora todos interagiam em uma conversa animada, e Gizelly segurava a mão do meu filho enquanto entravam na água.

Théo não conhecia o mar, não teve a
oportunidade, pois eu tinha medo demais de arriscar sua saúde. Bastou uma ligação rápida para seu médico para que eu me tranquilizasse em trazê-lo até aqui. O meu garotinho ficou radiante com toda aquela água azul e mal conseguia conter sua animação. Vir cedinho foi uma ideia de Gizelly, pois com a maré baixa e o sol fraco era mais seguro para meu filho.

Nem preciso comentar que seu cuidado com o meu Théo aquecia meu coração. E agora, eles estavam pulando ondinhas e rindo alto como se fosse a melhor
coisa que já fizeram em suas vidas.
Não conseguia desviar os olhos deles, mas não sou hipócrita em negar que minha maior atenção estava na
beleza bronzeada usando um short de pano mole.
Deus, como essa mulher é linda e me incediava com tão pouco.

Bastava um único olhar para me deixar em chamas.

— É algo bom para os olhos.- Comentou minha mãe baixinho.

— O quê?.-  A encarei confusa.
Ela sorriu como se não tivesse dito nada e voltou sua atenção para o que Márcia, mãe de Gizelly estava falando.

Balancei a cabeça e voltei a acompanhar todos os movimentos dos dois na água com uma falsa preocupação sobre o que faziam. A verdade era que Gizelly e Théo ali, juntos e tão cúmplices, parecia um sonho longe demais de se alcançar. Era algo que sempre sonhei e que tinha medo de pensar alto demais para não afastar Gizelly. Desejei algumas
vezes ter uma vida normal, um pai amoroso para o meu filho e alguém que me colocasse em primeiro lugar.

Será que esse momento chegou?
Não procurei pela resposta, levantei da espreguiçadeira deixando a saída de praia de lado e caminhei até Gizelly. Ela sorriu ao me ver, fiquei curiosa pelo seu olhar, gostava de ver suas emoções, mas ela usava óculos escuros.

— Mamãe!

— Está gostando da água, filho?.- Perguntei segurando sua mão.

— Sim, é gelada.- Riu. — Mas eu gosto.

— Vamos mais fundo então?.- Convidou Gizelly.

— Não.- Respondi rapidamente.

— Sim!.- Gritou meu filho ao mesmo tempo.

— Não tem risco deusa, nós duas vamos cuidar dele.- Disse Gizelly com cuidado.

— Eu não sei..- Olhei para toda aquela água com preocupação.
Gizelly abraçou minha cintura e beijou minha têmpora com carinho.

— O mar está calmo, linda, vamos lá.

— Pufavô, mamãe.
O olhar dele foi o que me convenceu, odiava e amava aquela expressão de cachorrinho carente que me fazia
reder facilmente. Gizelly pegou meu filho nos braços e o encaixou em sua cintura antes de caminhar para dentro da água. Eu a segui, ainda preocupada e fiz um coque com meus cabelos.
Bastaram alguns minutos para que eu relaxasse por completo e me divertisse com eles. O dia se seguiu assim, com muitos sorrisos, alguns beijos roubados e muita comida boa.

O domingo foi perfeito, a vida estava boa e eu não queria que a segunda-feira chegasse tão rápido.

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Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora