Capitulo 15

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Rafaella
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- Eu não tinha uma visão dessa há anos.
Me assustei ao ouvir sua voz tão perto.

- Vovó!

- Eu sou velha minha neta, não cega.- Riu.
Gizelly estava ajudando meu avô com a lenha. Ela havia se livrado da camisa e estava apenas com seu top preto e o suor escorria pelo vale dos seus seios até a sua barriga trincada. Seus músculos se alongavam quando ela erguia o machado e tremiam quando partia a madeira.

Minha boca chegava a estar seca com aquela visão tentadora. A mulher tinha um corpo bem construido para enlouquecer as mulheres e os homens.  Cada músculo, cada detalhe de seu corpo foi desenhado por Deus com tamanha perfeição, era algo de limpar as vistas, como diz minha avó.

Eu ainda não consegui me recuperar da visão de seu corpo nu. Chegava a estremecer com a tensão que se acumulou em mim. Eu não estava pronta, mas cheguei a pensar por um minuto que aquilo não passava de besteiras da minha cabeça perturbada. Principalmente depois de tudo o que fizemos na beira do rio.

Senti minhas bochechas esquentarem e forcei meu corpo a se virar. Eu não poderia ficar encarando ela igual uma tarada, uma boba por toda á tarde. Entrei para a cozinha e ajudei minha avó com o almoço. Não demoramos muito, juntas finalizamos tudo rapidamente. Gizelly correu para uma chuveirada e não mostrou nenhuma falta de apetite quando nos sentamos ao redor da mesa. Claro que isso conquistou mais os corações dos meus avós, eles eram pessoas da roça e tinham pavor áqueles que tinham vergonha de comer.

Desse mal Gizelly não morre, se algum dia existiu alguma vergonha em seu magnifico corpo foi há muito tempo.

Fizemos uma pausa depois do almoço nas redes que ficavam na varanda e passamos horas conversando e distraindo Théo. Ele não dava sossego para o pobre cabritinho. Já tinha apertado tanto e o perseguido por horas que o bichinho estava  até fugindo dele.

O resto do dia foi tranquilo, jantamos juntos e antes das nove todos estavam em suas respectivas camas. Eu fiquei com o quarto e visitas e Gizelly com um colchão na sala. Ela não reclamou, mas uma hora depois eu podia ouvi-la se virando de um lado para o outro de uma forma impaciente.

Preocupada que não estivesse confortável, me levantei tentando fazer o minimo de barulho possível. Pé por pé. Bem sorrateira e precisei me segurar para não riri, sentia-me como uma adolescente fugindo da cama de noite depois que os pais vão dormir.

A luz da lua atravessava a janela e clareava a sala.

Gizelly estava perto da parede e de costas para mim. Ela usava um short de pano mole e um top, e resmungava baixinho.

- Gizelly?
Ela se virou com os olhos arregalados. Ergui uma sobrancelha sabendo que de alguma forma eu tinha a pego aprontando, já que ela escondeu algo assim que me ouviu.

- Hm, Oi?
Ri baixinho.

- Qual  é o problema? Você não para de reclamar.- Me aproximei.

Ela bufou e me mostrou o relógio de parede que segurava.

- Essa porra não para de fazer tic-tac.- Contou. - Estava tentando tirar as pilhas.- Confessou. - Sinto muito.

Cobri minha boca com as mãos enquanto ria, ela me encarou brava por um segundo e depois sorriu.

- Esse relógio sempre me irritou.- Digo assim que me recuperei. - Mas o antigo cantava uma musiquinha muito insuportavél de hora em hora. Era bem pior.

- Porra, Deus me livre.- Murmurou. - Não conseguia dormir.

Peguei o relógio de sua mão e precisei cavar com a unha para a pilha sair. Ela pulou do aparelho e quase caiu no chão, mas Gizelly a pegou antes. Demos um olhar cumplice antes de rirmos baixinho.

Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora