Atenção:
Capítulo levemente sensível, mas que pode despertar gatilhos!
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Gizelly
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Seis horas depois…Estava me odiando por desejar a presença de Jaqueline dentro daquele carro. Ainda mais por ser um espaço tão pequeno. Eu tinha certeza de que ela me enlouqueceria, ou o contrário, caso ficássemos tão perto enquanto implicávamos uma com a outra.
No entanto, pelo menos aquela maluca super inteligente me diria o que tanto Rafaella pensava. Ela estava calada desde que ficamos sozinhas. O momento no restaurante foi muito tenso. Mas graças a Deus e ao bom senso do destino, a policia chegou assim que fizemos nossos pedidos de sobremesa.
Eu jamais poderia parar aquele lutador caso ele tentasse ir embora arrastando sua esposa pelos cabelos.
Principalmente com a ajuda do seu segurança grandalhão que não tirou os olhos de mim enquanto tramava toda aquela cena.
Os policias, cinco deles, entraram no restaurante e foram direto para a nossa mesa. Eles pediram que ‘’ Peixe Boi’’, o lutador de nome ridículo, se levantasse para ser revistado.
Claro, o homem era um bruto e se negou, e eu me senti gloriosa ao me erguer e acusá-la de violência doméstica contra sua própria esposa.
Usei meu tom mais condescendente somente para irritá-lo e informei que resistir a prisão seria inútil. Ele foi levado preso em flagrante, por portar uma arma de fogo calibre 38 de forma ilegal, com numeração raspada, e por agressão. Sua esposa estava tão pálida que parecia não conseguir formar respostas longas, sim e não era tudo o que saia de seus lábios.
Então, na posição de suas advogadas tanto eu, quanto Rafaella e um policial acompanhamos a senhora Nascimento até o hospital para o corpo de delito. Rafa ficou com ela o tempo todo, tinha se agarrado a ela como um carrapato, não deixando que se afastasse muito. Estava aterrorizada.
Jamais poderia julgá-la, sentia-se sozinha e com certeza desamparada. Fiquei feliz em estarmos por perto e poder ajudá-la em um momento tão importante como aquele.
Um tempo depois, Rafaella retornou com um susto tão branco que eu logo interpretei que a nossa cliente estava mais machucada do que poderiamos imaginar. No entanto, eu não disse nada, não tinha o que falar naquele momento.
Ainda precisávamos ir até a delegacia e encontrar um lugar seguro para Deborah ficar.
Meus cabelos da nuca permaneceram arrepiados desde que descobri quem era o marido agressor. Tinha uma sensação ruim de que ele não desistiria facilmente da esposa. Seria uma briga de cachorro grande. Ele faria um jogo muito duro para reverter aquela situação e eu temia pela segurança de Deborah.
Olhei para Rafaella e percebi que temia pela segurança dela também. Aquele não seria o caso mais fácil do mundo.
Depois de uma conversa muito séria com Rafaella na sala da delagacia e seu depoimento, todo o meu almoço ficou embrulhado no estômago. Odiava imaginar a dor e sofrimento que enfrentou em anos de casamento com aquele verme. Só Deus sabia como eu queria poder socar a cara desse filhote de chocadeira.
- Para de me encarar.- Murmurou Rafaella.
De alguma forma, eu sabia que ela estava perturbada com toda aquela situação.Eu admirava sua força, trabalhava com violência doméstica todos os dias com muita determinação, mesmo depois do que enfrentou em seu passado.
- Quero descobrir o que está pensando.- Confessei. - E saber se está bem..
- É só perguntar.- Murmurou ainda com o olhar perdido pela janela.
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Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)
FanfictionSinopse O pior dos machucados são as cicatrizes, elas estão ali para te relembrar constantemente da dor que sofreu, de como sangrou, e principalmente, para mostrar que deve ter cuidado para que isto não aconteça novamente. Rafaella Kalimann estava a...