Capitulo 16

436 51 2
                                    

Gizelly
-
Eu dormir como um anjo, não me julguem, pelo menos foi a melhor comparação que consegui pensar no momento que acordei às cinco e quinze da manhã, sem Rafa ao meu lado.

A safada havia me deixado sozinha em algum momento da noite, ou da madrugada, e já estava de pé.

Podia ouvir sua voz baixa na cozinha enquanto conversava com sua avó.

Juntei-me a elas alguns minutos
depois com muito mais disposição do que imaginava ter naquele horário. O café forte foi muito bem-vindo, e foi uma adorável surpresa que os grãos haviam sido colhidos na propriedade.

Dona Maria  fez questão de me mostrar às árvores em seu quintal e contou que não demoraria muito para uma nova colheita.

Isto explicava o cheiro delicioso e o sabor rico do café que tomei. E também, devo contar que aquele momento foi o único de tranquilidade do dia.

Corri para ajudar o senhor Manuel  a cuidar dos cavalos, limpar o estábulo, carregar os baldes de leite que ele tirou das vacas leiteiras, cinco delas, para a carroça e vender para os vizinhos.

Voltei a tempo de ajudar jogar milho para as galinhas e pegar os
ovos. Ajudei Rafa aguar as hortas, cortei mais lenhas e corri atrás do filhote de cabrito  quando Théo  o deixou fugir.

Quando pensei que todas aquelas atividades tinha acabado, Dona Maria nos convocou a colher morangos
para sua famosa geleia. Aceitei o café de reforço antes de começar novamente, e fiquei chocada que ainda não tinha dado nem nove horas da manhã.

Foram três cestas cheias
de bonitos morangos, Rafa  e Théo comiam escondidos o tempo todo acreditando que os avós não viam. Eu não me arrisquei, preferia comer quando se tornassem uma geleia.

Revezamos em misturar o grande tacho de cobre com a colher de pau. Meus braços protestaram de dor, mas não desisti.

Se não estivéssemos ali eu tinha certeza que Dona Maria  e o Senhor Manuel teriam feito todas aquelas atividades sozinhos sem reclamar.

O almoço foi um caso a parte, perseguir uma galinha em um galinheiro com outras aves diferentes foi mais difícil do que realmente deveria ser.


Agradeci não terem um ganso, ou não sairíamos dali tão facilmente. Théo se divertia e assustava os animais, o que não ajudava muito e Rafa gritava cada vez que alguma galinha olhava para ela.

Se ela tinha medo, por que entrou no galinheiro? Seus avós estavam do lado de fora quase enfartando de tanto rir do vexame que estávamos passando.

Nunca antes na minha vida precisei caçar minha comida.

Aquela era uma experiência que eu ficava feliz de meus amigos não estarem por perto, eles jamais esqueceriam aquele desastre.

Uma galinha não iria me vencer, eu sou Gizelly Bicalho  e as pessoas me temem, as galinhas também deveriam.


Entendi que a perseguição não nos
levaria a lugar nenhum, então, peguei milho e atraí as malvadas.

Dei uma de louca  e ataquei uma galinha, me senti vitoriosa  quando consegui pegá-la.


Mas me neguei veementemente a torcer o pescoço da ave. Nem mesmo
fiquei por perto enquanto dona Maria a preparava para o almoço, e eu percebi Rafa fazendo o mesmo que eu.

Fugindo com uma desculpa qualquer.

Aproveitamos o tempo junto para colocar a geleia de morango, já fria, nos potes que seriam vendidos.

Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora