Rafaella
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- E você está bem?.- Perguntou Debora.
- Sim, Debora, não se preocupe.- Relaxei contra minha cadeira no escritório.
Estava com saudade do lugar.- Sinto tanto que ele tenha machucado você…
Engoli em seco e tentei afastar as imagens do acidente em que estive. Ainda me assustava o quão perto da morte eu estive.
Estremecia todas as vezes só de pensar.
- Não foi sua culpa.- Fiz questão de lembrá-la.
- Não se martirize por isso.
- Eu a envolvi nisso, se não tivesse te abordado aquele dia no restaurante.
- Voce ainda estaria vivendo em um inferno ou quem sabe estaria morta.- Retruquei. - Sei que é duro, mas se culpar não vai ajudar em nada. Já passei por isso, Debora, fui espancada e maltratada muitas vezes durante anos pelo homem que deveria me proteger. Sei o quanto é importante pedir ajuda, isso salvou sua vida.
- Mas eu não queria que fosse a custo da sua.
- Não pense assim, querida.- Digo com suavidade. - Eu sou advogada, trabalho com esse tipo de criminoso o tempo todo, ser ameaçada é algo que vem com a profissão.
- Ainda insisto para que me perdoe.- Susurrou.
Meu coração se apertou, eu a entendia, entendia o que ela estava sentido. A culpa era sempre um gosto amargo e não ia embora com facilidade.
- Claro que eu a perdoo se é isso que precisa para se tranquilizar.- Giro a cadeira e olho o horizonte pela janela.- Volte a se encontrar Debora, e não se preocupe com seu ex marido, não vou permitir que você seja mais um número nas estátisticas desse país.
Vamos fazer justiça por você.
- E por você!.- Completou ela.
A determinação em sua voz me deixou orgulhosa, eu sabia que para sair do fundo do poço era preciso muita força e Debora mostrava isso.
- Sim, e por mim.
Despedi-me dela no minuto seguinte e continuei olhando o horizonte, onde o sol se escondia no fim daquela tarde.
Sentia-me estranhamente leve depois de voltar ao trabalho.Meu filho estava bem. Eu tinha me recuperado completamente. E agora, depois de tantos dias longe do trabalho, estava de volta. Fiquei surpresa com tudo o que Gizelly colocou em movimento. Nada, exatamente nada na minha agenda estava atrasado. Ela deixou todos os meus assistentes loucos e loucas. Sei que não deveria rir, mas a mulher praticamente torturou os estagiários do meu setor.
- Pensando na morte da bezerra?
Sua voz me assustou.
Forcei meu corpo a não demonstrar a ansiedade que me tomava a cada vez que ela estava por perto.- Voce não tem um trabalho para fazer?.- Perguntei girando a cadeira para a posição correta.
Ah meu bom Deus, a maldita era tão perfeita que chegava a doer meus olhos. Sem contar com a perfeição do sorriso, o cheiro do perfume que chegava primeiro que ela.
- Eu sempre tenho trabalho para fazer.- Deu de bombros. - Mas eu sou a CEO, só faço isso quando eu quero.
- Foi o que eu pensei.
Sua risada encheu meu escritório.
Tentei não ficar tensa quando se aproximou e sentou na beirada da minha mesa, bem de frente pra mim.
- Como está sendo sua semana?.- Perguntou surpreendentemente calma. - Ergui uma sobrancelha. - Não tenho nenhum trabalho atrasado.
- Nossa, você é uma funcionária exemplar.- Fingiu surpresa.
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Quando o amor acontece (Girafa) G!P (CONCLUÍDO)
FanficSinopse O pior dos machucados são as cicatrizes, elas estão ali para te relembrar constantemente da dor que sofreu, de como sangrou, e principalmente, para mostrar que deve ter cuidado para que isto não aconteça novamente. Rafaella Kalimann estava a...