CAPÍTULO 10 A MANIPULADORA

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— Você soube de alguma coisa? — pergunto, meu celular ficando grudento pela minha constante ansiedade, desde que Arch desapareceu da minha porta.

— Ninguém foi capaz de localizá-lo — responde Jungeun pelo telefone. Ela mesma está investigando o desaparecimento de Arch desde que lhe contei o que aconteceu ontem à noite, nunca se pode confiar na polícia para resolver algo.

Mas Jungeun não tem muito o que fazer. Ela invadiu os sistemas dos inimigos declarados de Arch ‒ suas câmeras, telefones, laptops e o GPS em seus carros. Como suspeitávamos, eles não tiveram nenhuma conexão com o desaparecimento do Arch, pelo menos não que pudéssemos encontrar.

Foi a minha sombra que o levou. E sem ter a menor ideia de quem ela é, não há realmente nenhuma maneira de encontrar Arch.

— Não posso acreditar que isto está acontecendo. Praticamente fiz com que este homem morresse —digo, lágrimas irritando os meus olhos.

— Querida, odeio dizer, mas não acho que isso seja a pior coisa que poderia ter acontecido. Acho que este cara teria realmente te machucado. As coisas que ele fez com sua ex-mulher... são indescritíveis. Ele não era um bom homem. Nenhum desses caras eram... — Ela se afasta e eu não preciso das palavras dela para saber que está pensando no Luke.

Ela disse que eles tiveram uma noite incrível juntos, mas ela cortou o contato assim que descobriu que tipo de cara Arch é... era.

Ela disse que qualquer um que seja amigo de um homem como o Arch não pode ser um homem legal.

Também não posso realmente discordar disso.

Eu respiro fundo.

— Eu sei, você está certa. Acho que só não gosto que ele tenha sido ferido, talvez morto, por minha causa. Eu teria preferido muito mais que um de seus muitos inimigos o tivesse apanhado.

— Sim, esse teria sido o melhor cenário possível — ela consente.

— O melhor cenário teria sido uma noite quente de sexo selvagem com um cara sexy, em que eu chegasse ao orgasmo múltiplas vezes e depois o mandasse seguir seu caminho — interrompo.

Ela pensa, antes de dizer:

— Sim, você está certa. Mas não é isso que teria acontecido. Não com a história deste cara. Ele é violento.

— Bem, aparentemente, minha stalker também é.

— Eu sei, e é por isso que estou instalando um sistema de segurança. Você não vai ser mais uma estatística, não mais do que já é. Se você morrer, eu terei que te seguir também, e estou bastante apegada ao meu corpo. Deus me deu um bom corpo nesta vida.

Reviro meus olhos para o drama dela, especialmente porque ela não é nem religiosa.

— Está bem, pode me cobrar por isso — concordo. Eu gosto da ideia de ter câmeras em minha casa. Faz com que me sinta melhor sobre alguém se esgueirando quando não consigo vê-la.

— Passarei aí mais tarde para instalá-las.

Instalar câmeras será a primeira coisa que me dá qualquer sensação de segurança em um mês. Não importa quão frágil isso seja.

***

Estou terminando mais um capítulo quando ouço o caminhão do correio chegar. O carteiro sempre foi um cara muito legal. Ele não demora muito e passa a maior parte de seu tempo olhando em volta nervosamente.

A última vez que lhe perguntei sobre isso, ele disse que algo ruim aconteceu aqui.

E desde que um homem desapareceu da minha porta ontem à noite, eu diria que várias coisas perversas aconteceram aqui.

1°  Livro| Assombrando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora