CAPÍTULO 36 A MANIPULADORA

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Olho para as minhas mãos como uma criança sendo repreendida. Depois do Satan's Affair, admiti que Sooyoung e eu transamos, mas ainda não havia confirmado sua identidade para ela, e ela não me perguntou sobre. Acho que ela estava preocupada demais com minha saúde mental para pensar nisso. E com razão.

Independente disso, se eu tivesse sido sincera e contado a Jungeun que não poderia compartilhar detalhes sobre Sooyoung e Mark, acho que ela teria aprendido a aceitar. Mentir para ela foi o que mais a magoou.

Ela me seguiu até a cozinha, A raiva em seu olhar queimando a minha nuca durante todo o caminho. E agora, ela me encara do outro lado do balcão.

— Há quanto tempo você sabe? E por que há homens do lado de fora da casa? E ela confia em você para me dizer o quê?

Mordo o lábio.

— Faz um tempo — confesso. — Olha, eu não disse nada porque o envolvimento dela com Mark é ultrassecreto. Não queria que você ficasse fazendo perguntas que eu não tinha certeza se poderia responder. A história não era minha, e o que ela está fazendo é incrivelmente confidencial.

— Você sabia quem ela era quando perguntei sobre ela antes de Satan's Affair?

Eu me encolho e aceno com a cabeça, confirmando o que ela já sabia. A dor pisca em seus olhos, e tudo que eu quero fazer é chorar. A culpa que carrego por mentir para ela sangra pelos meus poros.

Ela solta um suspiro e assente, aceitando minha resposta.

— Tudo bem. Você pode me contar agora?

Continuo explicando a missão atual de Sooyoung. Além de derrubar redes de pedofilia, falo sobre os rituais doentios sendo realizados em crianças pequenas e como Sooyoung tem trabalhado duro para encontrar o local e derrubá-lo. Jungeun ouve atentamente, com o rosto amargo enquanto explico as coisas horríveis que estão sendo feitas com crianças inocentes, além de serem torturadas e traficadas.

Como se isso não fosse ruim o suficiente.

— Gostaria de dizer que estou surpresa, mas não estou — murmura Jungeun, mexendo no aro em sua orelha. — Então Sooyoung matou Mark por causa desses rituais?

— Não exatamente, embora isso tenha definitivamente sido uma parte. Lembra que nós o vimos no Satan's Affair? — Quando ela assente, eu continuo. — Aparentemente, Mark nos marcou naquela noite e fez uma ligação para que alguém viesse... nos extrair.

Explico o papel de Sooyoung naquela noite e como ela se certificou de que

Jungeun e eu nunca acabássemos na parte de trás de uma van. Pior ainda, explico que a Society colocou um alvo na minha cabeça, e que Mark estava tentando cumprir isso.

Enquanto continuo contando tudo o que sei, Jungeun me encara com uma expressão sombria no rosto.

Quando termino, ela fica quieta. No meio da história, servi uma dose de vodca para nós duas. Ambas precisávamos da coragem líquida para ouvir sobre o quão fodido este mundo pode ser.

— Vou ficar de olho em você também — diz Jungeun após alguns momentos. O silêncio se instalou e, à medida que se estendia, eu ficava cada vez mais ansiosa para que ele fosse quebrado.

Eu a magoei.

— Você não precisa fazer isso — falo em voz baixa.

— Parece que preciso — suspira ela, uma carranca puxa seus lábios para baixo.

— Desculpa — falo novamente. — Desde que ela entrou na minha vida, tudo tem sido uma loucura, e eu mal tive tempo de aceitar tudo isso. Sem falar que ainda não sei como processar... ela. E acho que queria apenas fingir estar lidando com uma stalker como eu deveria. Não indo lá e... bem...

1°  Livro| Assombrando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora