CAPÍTULO 25 A SOMBRA

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Se eu passar mais um momento neste salão abafado, vou começar a atirar nas pessoas só para liberar um pouco da tensão. Há muitas cabeças nesta sala que eu não me importaria de enfiar uma bala.

Jiwoo está ao meu lado, sua pequena mão segurando meu braço como se sua vida dependesse disso.

É viciante pra caralho.

— Vamos sair daqui — sussurro em seu ouvido. Seu cheiro doce de pêssegos emana do ponto entre o pescoço e o ombro, e tenho que ranger os dentes contra a vontade de dar uma mordida.

Flashes dela de joelhos, aquela rosa vermelha em seu cabelo enquanto ela me chupava com um cinto em volta daquele pescoço delicado... merda.

Um rosnado escapa, e é preciso um esforço monumental para conter o sorriso satisfeito quando a sinto tremer.

Sua reação é mais potente do que uma droga. Isso me deixa delirantemente louca, e a necessidade de envolver minha mão ao redor de sua garganta e fodê-la até que nenhum de nós duas possa respirar é esmagadora.

Essa mulher vai me reduzir a um animal.

Sua cabeça se aproxima da minha, suas sobrancelhas franzidas em confusão e o que quase parece raiva. Ela provavelmente pensa que eu pretendo deixar este lugar e negar a ela a chance de obter informações sobre sua bisavó.

— Calma, doce ratinha. Eu só quis dizer sair deste salão.

Ela relaxa, seus ombros cedendo um centímetro.

Não é preciso dizer que todos os convidados devem ficar dentro do salão de baile. Mas se ficar no lado seguro das regras e leis fosse algo que eu fizesse, eu não estaria onde estou agora.

Na casa de um senador com uma garota que não deveria me querer.

Eu pego sua mão, aproveitando a sensação de sua pele contra a minha enquanto a guio para fora do salão. Espero até que pareça que todos os olhos se desviaram de nós e deslizo pela porta e saio para um grande corredor.

Agora seria o momento perfeito para vasculhar a casa, ver o que posso descobrir no espaço seguro de um pedófilo. Mas, de um jeito totalmente egoísta, quero aliviar um pouco da tensão crescente nos ombros de Jiwoo.

Ela está indo bem até agora. Apesar da ansiedade óbvia, ela conseguiu fazer com que todas as pessoas na sala se apaixonassem por ela. Se alguma coisa, seu comportamento tímido, fofo, inocente e palavras suaves são como a dose diária de quaisquer pílulas que mantêm essas pessoas sãs e felizes.

Estou igualmente impressionada e perturbada com ela. Porque tudo o que essa mulher conseguiu fazer, foi com que essas pessoas quisessem vê-la de novo. E essa é a última coisa que nós duas queremos.

Pego meu telefone e envio uma mensagem rápida para Jinsol, pedindo que ela cuide das câmeras de segurança. Eu vi dezenas apenas da entrada do salão de baile, e tenho certeza de que Mark tem uma equipe assistindo ativamente para garantir que ninguém faça exatamente o que estamos fazendo agora.

Mark seria alertado imediatamente e seríamos pegas antes mesmo de termos a chance de nos divertir.

Jinsol confirma que as câmeras estão configuradas, e Jiwoo e eu partimos. Seus saltos batem contra o piso de ladrilhos enquanto nos esgueiramos pelo labirinto de corredores e quartos.

Ocasionalmente, abro portas e espio dentro, não encontrando nada de interessante. Isso até chegarmos a algum lugar longe o suficiente para que o barulho do salão de baile não penetre mais nas paredes.

1°  Livro| Assombrando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora