CAPÍTULO 15 A MANIPULADORA

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Estou completamente imobilizada sob seu olhar fixo. Imagino seus olhos fixos no meu rosto quando a vejo ali parada, esperando por mim.

As arandelas atrás da minha cama estão acesas, com uma iluminação à meia-luz. O suficiente para que eu tenha uma visão clara dela. Ela está vestida de preto. Botas de couro, jeans apertados nas coxas e um capuz que parece pequeno, pois não veste bem.

Ainda assim, não consigo ver muito do rosto dela ‒ esse maldito capuz.

Minha língua sai, molhando meus lábios ressecados.

— Tire seu capuz — digo, com um leve tremor na minha voz. Ela não tira. Ela também não fala.

A raiva começa a se acumular por baixo do medo.

— Você queria que eu viesse te encontrar, gatinha. Eu vim. Então tire a porra do seu capuz e me mostre seu rosto — exijo, minha voz se eleva, junto com minha raiva.

Um sorriso pecaminoso no canto dos lábios quando ela ouve seu novo apelido. Ela acha que este é um jogo de gato e rato. Se ela quer me rebaixar com um apelido, é justo que eu retribua o favor.

Lentamente, ela tira o capuz da cabeça, a faca brilha, como se estivesse zombando de mim. Eu também tenho minha própria faca.

Qualquer triunfo que eu tenha sentido com minha pequena provocação se dissipa como manteiga em uma frigideira quente.

E todo o medo que tenho sentido, triplica. Seu rosto é... diferente de qualquer coisa que eu tenha visto. Mas isso é estranho... eu já a vi antes. Os olhos de cores diferentes a denunciam.

Na livraria, eu só vi partes do rosto dela. Naquela época, ela parecia ligeiramente atraente. Mas agora, que vejo o todo, ela é devastadora.

Seu olho direito é mais escuro que o céu da meia-noite, e o outro exatamente o oposto. Seu olho esquerdo é tão sem cor, que é quase branco. A cicatriz começando do meio da testa, passando pelo olho branco e indo até o meio da bochecha, é algo que não consigo esquecer desde que a vi na livraria.

Apesar da cicatriz feia, ela só serve para realçar sua grande beleza. O formato da mandíbula tão angular que ela poderia cortar diamantes com ela. Um nariz reto, aristocrático. Lábios volumosos. Cabelo preto que bate nos ombros o suficiente para segura-los.

Isto é errado. Muito errado.

Eu não deveria estar atraída por uma stalker.

Sua presença é tão avassaladora que parece que ela tem três metros de altura, com uma sombra rastejando até o teto, deslizando na minha direção. Este quarto parece minúsculo com ela dentro. Eu me sinto minúscula com ela aqui.

Ela dá um passo na minha direção, uma amostra daquele sorriso que sempre permanece em seu rosto ‒ apenas uma leve inclinação em seus lábios.

Eu dou um passo atrás. Finalmente, meus instintos não estão completamente fora do ar, e faço meu primeiro movimento inteligente da noite.

— A gata comeu sua língua, ratinha?

Por um breve momento, eu fecho os olhos. A voz dela me inunda, deixando arrepios no seu rastro. O som é tão sexy quanto seu olho negro.

Eu engulo novamente, quase me engasgando com o próprio movimento. Parece que minha língua inchou e dobrou de tamanho.

— O que você quer de mim? — Eu engulo em seco.

Ela se inclina sobre mim. Minhas costas se enrijecem, e apesar do medo bombeando pelas minhas veias, eu fico parada. Quando ela chegar perto o suficiente, vou esfaqueá-la.

1°  Livro| Assombrando Jiwoo (G!P Chuuves)Onde histórias criam vida. Descubra agora