Capítulo 17: O cético

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No dia seguinte, focado em Soren, amanheceu nublado. Soren se prepara para ir à escola, até ver sua irmã.

- Ei, Hera, onde estava ontem?! Chegou depois que eu dormi?! - Disse Soren, quase apontando o dedo em Hera.

- Foi? Não lembro. Ai, que dor de cabeça... aliás, eu vi sua amiga ontem ou foi antes de ontem. - Diz ela segurando uma caneca com café, com a cara toda inchada e mal se movimentando.

- Quem?

- A de óculos, que vinha aqui em casa. A vi na conveniência, nem parecia a mesma pessoa.

- Ah, a Emily... então isso explica as garrafas de cerveja na geladeira...!

- Deixa elas lá, só eu vou beber mesmo. Eu vou chegar mais cedo hoje.

- Aquele cara vai vir aqui?

- Isso. Espero que você não nos atrapalhe. - Diz com uma cara maligna.

- Buh, eu não ligo.

Na verdade, eu queria ligar. Ela não percebe que há coisas que lhe faz mal e acaba influenciando a relação dela com outras pessoas. Ademais, não sei por que se encontrou com Emily, eu sei muito bem que ela não gosta de Hera. Enfim, não sei o que se passa nessa cabeça de fumante.

Já no caminho da escola, Soren leva em seus braços o roteiro dado por Adrian, e fica tentando decorar seus diálogos. Ao chegar, olha uma alta concentração das pessoas de sua turma em frente à sua sala.

- O que está acontecendo? - Perguntou para si.

Ele tenta chegar mais perto para o que tanto aquele povo estava olhando. Era um papel grudado na porta sobre a organização teatral do 2º ano, isso explica as críticas e comentários que estava sendo feito. Ele analisa seu nome na parte dos atores e se alivia, achando que houve alguma "mudança de planos" sobre a peça.

Mas, nem tudo estava igual, havia informações dos 3º anos também. Logo, mais algumas pessoas iriam fazer parte da peça.

- Por que o 3º ano vai fazer parte da peça?

- Não é todo o 3º ano, só uma minoria. Não sei como iremos contracenar com tanta gente... - Diz Adrian, estando ali perto, ouvindo o que todo mundo tinha para falar.

Já sinto que Adrian não está nos melhores dias. Só quero ver como será o início desses ensaios, e precisa ser logo. Eu não queria que "Agora, dos Deuses" seja o maior fiasco do festival, mas essa mudança de organização não nos ajuda muito. Trouxe isso à tona para Carlo e Emily e eles pensam o mesmo. Já estávamos descontentes com isso. Foi reclamação atrás de reclamação.

Eu estava prestes a explodir vendo aquela lista. Um certo momento, reconheci dois nomes naquele papel: Liandra e Serene. Elas estarão em nossa peça?! Por quê? Com certeza, acho que Liandra não vai gostar nada disso.

Depois da aula, foi estabelecido que iríamos começar os ensaios, sob apoio da professora de artes. Antigamente, eu não tinha noção da grandeza que era a escola XXXXX, até a hora que visitei o auditório pela primeira vez. Era enorme, semelhante a um teatro de "grande porte". A gente da atuação se reuniu em cima do palco, e foi lá que notei a presença mais visível do 3º ano. Liandra e Serene estavam lá, bastante séria e feliz, respectivamente. Era inacreditável o começo dos ensaios serem hoje. Deveria ter iniciado faz muito tempo, tanto é que a professora já estava preocupada, pois a data do festival estava perto. Será dia 16 de novembro! De novembro! São só 3 semanas de ensaio, será que vai dar tempo para fazer tudo?

A verdade é que estávamos de saco cheio com isso, mesmo estando já pressionado. Os ensaios começam de vez. Quem ficou responsável pelo cenário, ficou na plateia apenas vendo o ensaio, recebendo orientações bem breve do que tanto iriam fazer. Quem estava na peça em si, alguns ficaram treinando as falas, outros já atuando e interpretando o momento de entrada no palco. Eu era esse último, já que eu participaria em uma das primeiras cenas. Quando cheguei ao palco, Adrian, que estava no auditório, já começou a gritar.

A Linguagem de LiandraOnde histórias criam vida. Descubra agora