No hospital, com algumas luzes piscando, especificamente uma que ilumina o quarto de Elya. Tudo ao redor é bem opaco e escuro para mim. Não há ninguém para me acompanhar. Decidi entrar para ver minha irmã. Ela estava na maca hospitalar, mas bem diferente da última vez que vi. Aparentemente, estava dormindo de lado, de costas para mim, logo decidi dar uma volta na cama. Vejo o rosto dela, mas me evito chamá-la, já que deve estar em sono profundo. Encaro-a por alguns instantes e relembro do porquê de estar aqui. Noto que seus braços estão muito escuros e vermelhos, não sei se é pela minha má visão no local. De repente, Elya acorda.
Seus olhos estavam lacrimejando muito e ficavam perguntando onde está seu irmão. Respondia que estou aqui. Ela pergunta a mesma coisa mais uma vez, depois várias vezes. Começo a me assustar e dou um leve passo para trás. Elya fica com uma cara de choro casual que estou acostumado, mas ela... não estava liberando lágrimas. Não consegui distinguir o que é aquilo na região debaixo do olho, indo direto para as bochechas. Me assusto de vez e caio logo em seguida. Elya chega cada vez mais perto, não dá tempo de eu me levantar.
Eu abro meus olhos, estando deitado, completamente imperativo, com o coração batendo muito forte.
— Meu Deus, que sonho foi esse? — Me questiono. Já estando bem suado, decido ir tomar um banho. Eu posso ter pensado em besteiras demais.
Falta apenas um dia para o começo do festival, e hoje é um dia definitivo para deixar tudo pronto para amanhã. Faltar hoje não é uma opção para mim. Estou com a vista cansada, tanto é que não consegui entender o que meus pais disseram comigo antes de eu sair da escola, espero não ter perdido nada.
Um dia diferente na escola XXXXX. Emily já chega sem perder tempo organizando a parte do palco. Ela levou um pedaço do cenário para outro canto e vê a chegada tanto de Carlo quanto de Soren. Indo em direção a Adrian, Soren o segue rapidamente, e Carlo acha um lugar para se sentar no auditório. Emily considera isso uma falta de senso comum e larga o pedaço na hora. Chega em direção a Carlo.
— E aí! Bom dia! — Diz animada.
— Bom dia...
— Nossa, que murcho. O que aconteceu? Parece que nem queria vir hoje.
— E não queria vir mesmo, mas quero fazer alguma coisa para deixar essas coisas prontas. Só que notei que já fizeram a minha parte.
— Deixe de preguiça e venha me ajudar! Estamos com um objetivo só. Se levanta e anda logo! - Diz ela, levemente brava, com dado um aviso.
— Calma aí, eu não estou tão bem quanto antes——
— Eu também não estou, mas, se me ajudar, quem sabe nós ficamos mais felizes...
— Como assim, Emily? Bem, uma plena quarta-feira, um dia "pré-festival", acha que ficarei feliz fazendo essas coisas sobre o cenário? Já não fico há dias...!
— Meu amigo, me estressa não! Deixa de drama e anda logo! — Enquanto diz isso, Emily puxa os braços de Carlo, fazendo-o se levantar. Ele, todo indolente, segue ela até os outros pedaços do cenário que ainda faltam para ser organizado.
Durante a organização, a conversa continua rápida.
— Cadê Soren? Queria falar com ele.
— Ele deve estar ensaiando ainda. Está mesmo dedicado nisso.
— É isso ou passar vergonha. Pelo menos não vamos passar por esse sufoco. — Ao ouvir isso, Carlo fica um pouco mais pensativo, como se Emily dissesse algo que poderia lhe entregar em alguma coisa.
— Você é inacreditável, Emily...
— O quê?
— Nos últimos dias, a gente mal conversa como agora, ainda mais com essa desgraça de cenário para organizar, sem contar que você saiu com Soren naquele dia de chuva.
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A Linguagem de Liandra
Teen FictionCarlo e Soren são amigos, o qual Carlo tem ideias bizarras quando convém e Soren é só o cúmplice de tudo isso. Ao quererem fazer idiotices iniciais na biblioteca, se surpreendem ao verem Liandra, uma garota que eles nunca viram e que não se interess...