Capítulo 1: Introdução

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  Retornei para minha casa, dei um abraço nos meus pais e na minha irmã, jantei e fui direto para o quarto. Eu simplesmente capotei na cama, não sei por que estava tão cansado. Fiquei meio pensativo com o que aconteceu hoje, afinal era fora da minha rotina de fazer merdas por aí. Minutos depois, minha mãe entra no quarto.

— Carlo, eu e seu pai precisamos sair. Vamos levar sua irmã no médico. - Disse ela bem apreensiva.

— Por quê? Ela tá doente?

— Mais ou menos. Ela não tava bem hoje de manhã e resolvemos levá-la pro pronto-socorro e entender o que ela tem.

— Mas ela tava tão bem hoje de manhã... O que ela tá sentindo?

— Nem eu sei, nem seu pai. Voltamos logo — Afirmou ela já saindo apressada do meu quarto.

  Eles foram de carro. Nem deu tempo de ver Elya, minha irmã caçula. Só consegui vê-la por um momento antes de entrar no carro, ela estava dormindo sendo levada pelos braços do meu pai, com a maior tranquilidade possível. O bizarro é que já está meio tarde, o negócio deve ser sério... Me preocupo muito com Elya. Bem, depois disso resolvi dormir.

  No dia seguinte, acordo para ir à escola e estava tudo normal. Elya tava feliz comendo o café da manhã com a mãe a ajudando e meu pai tava assistindo o jornal na sala. Entendi absolutamente nada. Infelizmente não tive tempo de questionar e acabei indo direto para a escola.

— Irá retornar cedo hoje, Carlo? — Disse meu pai, assim que abri a porta para ir embora.

— Não, só no horário normal, por quê?

— Eita... Nada não, é que estávamos pensando em ir à casa da sua vó hoje à tarde.

  Vovó já estava bem debilitada na cama dela, ela tinha altas coisas para me ensinar e a minha irmã. Ir até a casa dela de repente é uma decisão tão de repente também...

— Mas fazer o quê lá? Vovó ainda fala?

— Carlo, por favor, claro que sim! Mas está tudo bem, marcaremos outro dia. E sim, Elya está bem, deu tudo certo no hospital. — Disse pai já ficando automaticamente feliz. Aproveitei essa brecha e indaguei:

— Que ótimo, ela tava com o quê?

— Uma alta febre, tossindo, vomitando, tava bem doente mesmo. Não sei, o médico lá não disse, só sei que ela tomou alguma coisa na seringa e horas depois ficou boa.

— Graças a Deus. Já vou indo, tchau. — Afirmei saindo correndo.

  Eu estava feliz, mas algo tava encucado. Elya deve ter uns 5 anos, não lembro exatamente, mas será que meus pais esqueceram de dar vacina para ela? Duvido muito, mas ainda bem que está tudo bem.

  Cheguei na escola há muito tempo. Encontrei Soren e as amigas dele conversando. Para não o importunar, fui direto para a sala de aula. Era aula de matemática, se eu tivesse vontade extrema, roubaria uns 20 reais que a professora tem na bolsa, ela sempre tem uma nota de 20 guardada em algum lugar e sempre está conferindo a carteirinha que tem. Claro, desconfiança é tudo nessas horas. Aproveitei o intervalo e fui até Soren, mas foi justamente o contrário.

— Ei, tenho uma ótima notícia! — Disse-o chegando bem animado para cima de mim.

— O que é?

— Primeiramente, a aula de História, que vai ter agora, será substituída pela de Artes. "Segundamente", a nossa turma foi escolhida para participar da peça teatral que teremos no fim do ano.

  Essa peça teatral falaram sobre no começo do ano, e estamos em outubro! Tem nem tempo para pensar em um roteiro ou ensaio, que mau planejamento, porra! Aliás, Soren é fã nessas áreas de Arte, Teatro e afins. Eu só participo dessas coisas se valer ponto, desde que eu ache minimamente interessante.

A Linguagem de LiandraOnde histórias criam vida. Descubra agora