Hoje é final de semana, e é dia que Elya ganha alta! Mesmo passando um dia no hospital, ela voltará para casa estando melhor. Meus pais foram buscá-la logo cedo de manhã, e quando retornaram, eu estava muito feliz. Eu lhe dei um abraço e um beijo de felicidade assim que a vi. Ela estava muito melhor do que antes.
Meus pais receberam um aviso do médico por lá. Disse que se acontecesse de novo, é só dar alguns remédios indicados por ele. Se não surgisse efeito nenhum, era só trazer ao hospital mais uma vez para mais exames, coisa que ninguém quer que aconteça. Aliás, eu não tinha esquecido, os arranhões no braço direito ainda estavam lá, porém mais cicatrizados. Aproveitei para perguntar diretamente à Elya.
— Ei, o que foi isso no seu braço? - Digo segurando seu braço, indicando diretamente as marcas.
— Não sei. Ou foi por que caí, ou por que andei coçando.
— Como que coçar e cair deixa as marcas assim, Elya? - Falei em tom sério.
— Não sei, Carlinho. Pelo menos não dói quando toca.
Não dá para entender. Se nem Elya sabe, quem vai saber? Pelo menos já estava sarando as marcas. Pelo resto do dia, continuei a brincar com ela, e no final, estava tudo certo. Foi assim até segunda-feira. Em mais um dia de "estudo", logo cedo, meus pais estavam se preparando para levar Elya para a escola.
— Carlo, irá voltar cedo hoje? — Perguntou meu pai.
— Não, mesmo horário. Vamos para vovó de novo?
— Não, por que eu e sua mãe iremos nos atrasar para voltar para casa. Queríamos que você buscasse Elya hoje, certo?
Buscar Elya na escola sempre foi uma luta para mim, com aquele bando de crianças correndo e gritando para lá e para cá, e também porque ela faz parte desse bando. Na volta, ela não para quieta, e fica muito ansiosa esperando meus pais chegarem. São os 25 minutos mais impacientes do dia, do momento que vou até à escola dela até chegar em casa.
— Logo hoje...? Tá bom, tá bom... — Disse-me sem forças para me expressar. Espero que eu me lembre de eu ir buscá-la. Das primeiras vezes, ela passou quase 1 hora me esperando.
Cheguei na escola no horário habitual, e já me encontrei com Soren. Estando meio sem expressão, ele se aproximou de mim.
— Carlo, sem enrolação, você está sem ideias para bagunçar a escola?
— Como é?
— Não finja que não entendeu. Quase todo dia você anda sacaneando com alguém. Esqueceu do "desinfetante" na mesa da recepcionista?
— Eu joguei aquilo fora, aliás, não é uma ideia genial de sacanear alguém, eu seria descoberto logo.
— Então parou de ter essas ideias nojentas e sem moral nenhuma? - Diz Soren bem sério. Claramente sentindo falta de como eu era uns dias antes.
— Primeiramente, sabe que não faço isso todo dia. E mais, sinceramente, não sei o que ganho com tudo isso que já fiz.
— O Carlo que conheço sabe que ganha altas risadas e punições fazendo o que faz. Às vezes, até eu mesmo rio.
— Eu mudei, então?
— Depois que conheceu Liandra, sim. Ela fez você não ser mais o cara chato da turma. Você bagunçava demais na aula!
— Sai dessa! Parei por conta própria! As aulas estão tão chatas que nem vontade de bagunçar no meio eu tenho. Eu só quero ficar tranquilo.
— Relaxe, eu gosto de você assim. Até Adrian estranhou antes de mim, e olha que ele já te deu umas porradas, né?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Linguagem de Liandra
Roman pour AdolescentsCarlo e Soren são amigos, o qual Carlo tem ideias bizarras quando convém e Soren é só o cúmplice de tudo isso. Ao quererem fazer idiotices iniciais na biblioteca, se surpreendem ao verem Liandra, uma garota que eles nunca viram e que não se interess...