Capítulo 26

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Maitê

Heitor tirou o resto do dia para trabalhar em casa, pressionei ele o caminho inteiro para me contar o que descobriu do irmão mas ele disse que conversaríamos quando chegássemos em casa.

Abri a grande porta de entrada me livrando dos sapatos e do sutiã apertado sentindo meus seios pesarem. Vou em direção a cozinha para preparar algo para comer e Heitor me segue.

- Desembucha Heitor - falo abrindo a geladeira.

- Amor... - seu tom é sério - eu conversei com meu advogado hoje e meu irmão foi solto. - suas palavras diretas me atingem rapidamente.

Desde que Heitor me contou sobre o gêmeo do mal eu me sinto receosa, não pensei que existisse alguém tão mal caráter e frio como ele. Agora que carrego um bebê em meu ventre planejo cada passo que dou, desde discussões ou situações que possam me trazer algum risco.

- Então... - coloco a tigela de salada em cima da pia e me viro para ele - foi ele quem deixou o bilhete e entrou aqui? - eu tinha total certeza de que alguém havia invadido nossa casa, eu não podia estar ficando louca. A televisão estava ligada e eu ouvi nitidamente barulho de chaves.

- Eu não sei, amor. - ele se aproxima de mim com uma voz mansa - Já tomei todas as providências para sua segurança. - sua mão pousa na minha barriga - Ele não vai chegar perto de vocês, eu prometo.

Suas palavras me trazem paz, confio no Heitor mas não quero nem chegar perto do seu irmão.

- Confio em você, meu lindo. - entrelaço meus braços em seu pescoço e o beijo castamente. - Obrigada por cuidar de nós.

Enquanto meu namorado trabalhava no escritório decidi finalizar o planejamento da sua festa de aniversário. Eu queria surpreendê-lo mas não seria fácil esconder a comemoração dos seus 39 anos.

A lista de convidados não era grande, amigos próximos, pessoas da minha família, colegas de trabalho e minha melhor amiga, em torno de 60 pessoas. Como uma pessoa criativa que sou decidi fazer um baile de máscaras, eu amo essa coisa meio misteriosa e romântica ao mesmo tempo.

Estou digitando no meu computador e um pontinho de curiosidade me atinge, abro outra aba no navegador digitando o nome dito há dias atrás.

Procuro por alguns sites e não encontro nada sobre, nada sobre "agiotas matam casal e batem em filho" ou "filho é preso depois de anos após morte dos pais". Nada, absolutamente nada, nenhuma menção ao nome ou foto.

Não consigo imaginar um gêmeo do Heitor, pra mim ele sempre será único e eu não queria pagar pra ver sua versão maléfica e dissimulada.

Desligo o computador e percebo que já escureceu lá for, me espreguiço e vou em direção ao banheiro. Tomo um banho rápido e visto apenas uma das camisas do Heitor que viraram meus pijamas oficiais desde que vim morar aqui.

Desço em direção a cozinha pegando um pote de sorvete no freezer. Desde que engravidei enjoei de qualquer tipo de sabor que não seja morango com pedaços de chocolate, me dá ânsia só de pensar.

Me viro tomando um susto com o meu homem parado ao lado da copa da cozinha me observando com um olhar que me deixar molhada. 

- Aí Heitor... - ponho a mão em direção ao peito - Já falei que não pode me assustar assim. - pego uma colher na gaveta e abro o pote me deliciando com o sorvete.

-  Me desculpe, mas você fica tão linda quando tá distraída e ainda mais com a minha camisa... - ele se aproxima colando nossos corpos e tirando o pote da minha mão - porra como eu quero foder você agora.

Flame - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora