Capítulo 35

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Maitê

Cecília pode nascer a qualquer momento, essa semana completei 9 meses e a ansiedade só cresceu.

Minha barriga está simplesmente enorme, meus pés parecem pães que acabaram de sair do forno, minhas costas estão doendo e me sinto cansada a cada movimento que faço.

Eu amo estar grávida e ter a sensação de um bebê dentro de mim mas não vejo a hora de ter minha filha nos meus braços.

Faz 3 dias seu viemos da nossa última consulta, recebemos muitas orientações e palavras tranquilizadora da nossa médica.

Faz um mês que Heitor está trabalhando de casa, eu disse que não precisava mas ele insistiu e fica 24 horas por dia no meu pé como se fosse um mordomo.

As vezes é até engraçado, ele mal deixa eu preparar minha própria refeição para eu não me esforçar e eu só sei rir.

Confesso que estava com muito medo do parto mas com muita terapia, conversa e o meu marido extremamente carinhoso eu estou mais tranquila.

Heitor é muito mais ansioso e elétrico do que eu, ele está sempre com medo de eu parir a qualquer momento o que me tira boas risadas.

Minha mãe está sendo excepcional, ela vem me dando dicas e conselhos. Meu pai não entende muito mas está sempre só meu lado. Marco é a mesma coisa, vive mimando a sobrinha e eu.

Minha melhor amiga me liga todos os dias para fofocarmos e as vezes ela vem aqui pra passarmos o dia juntas.

Termino meu banho, coloco a calcinha com muita dificuldade e escolho um vestidinho mais levinho. Perdi a maioria das minhas roupas e o que sobrou foram vestidos sendo que a maioria eu tive que comprar.

Nessas horas eu agradeço o clima quente que está nessa época por não me fazer usar muitas roupas.

Nesses últimos dias sinto algumas contrações e algumas pontadas, mas nenhuma que fosse realmente forte para fazer Cecília nascer.

Desço as escadas e vou para a geladeira procurar algo para tomar de café, Heitor já começou a trabalhar no escritório aqui de casa.

Pego duas fatias de pão integral e passo o patê de frango colocando uma fatia de queijo. Minha barriga ronca ansiosa para comer aquele sanduíche.

Nao perco tempo para sentar e me apoio na copa da cozinha dando a primeira mordida no meu lanche.

Eu amo lanches mais refrescantes e suculentos, são os meus favoritos.

Estou no meio do pão quando sinto uma pequena pontada na barriga e minhas pernas ficarem molhadas.

Não estou sentindo dor então apenas mantenho a calma e me sento na cadeira da cozinha.

- Amor. - grito em um tom calmo.

- Oi meu bem. - não demora muito para ele responder.

- Será que você pode vir até a cozinha por favor?

Ele não responde e observo ele saindo do escritório ao lado da sala.

- Bom dia amor. - ele vem até mim, me dá um selinho e acaba pisando na poça que escorreu da minha perna - Nossa amor, você derrubou acha aqui?

Quando ele se vira para pegar algo para secar a poça eu o seguro pela mão.

- Amor - digo séria - Fica calmo, mas eu acho que minha bolsa estourou.

O olhar de pânico consome seu rosto, ele olha pro chão e pra minha perna.

- Meu deus do céu. Cadê a chave do carro?- ele sai procurando pela sala feito um doido e dou risada.

- Meu bem - eu o chamo mas ele parece estar focado demais em procurar a chave pra sairmos dali - MEU BEM!

Dou um grito e ele para.

- Eu não tô com dor, tô sentindo algumas pontadas. Fica calmo, vai lá em cima pegar as bolsas da maternidade e os documentos e aí nos saímos tranquilos. Ok? - ele assente assustado e dou risada.

Um homão daquele tamanho assustado com isso foi engraçado.

Heitor

- Merda, cadê a bolsa? - saio desesperado pelo quarto da minha filha procurando as bolsas.

Encontro elas em cima do puffs rosa, coloco no ombro e pego os documentos.

Meu deus, estou apavorado.

5 horas depois

Maite entrou em trabalho de parto há 4 horas, vê-la com dor me faz querer estar no lugar dela.

Chegamos aqui e ela começou a sentir dores mais fortes e agora fomos encaminhados para a sala do parto.

Minha mulher está com as pernas apertas segurando minha mão com uma força indescritível, seus olhos estão transbordando lágrimas e seus gritos ficam cada vez mais agonizantes.

- Vamos lá Maite, só mais um pouco. - a médica encara o meio de duas pernas.

Consigo sentir o ódio no olhar de Maitê querendo mandar aquela mulher calar a boca.

Alguns minutos se passam entre gritos e o chorro e ouço novamente a médica.

- Estou vendo a cabecinha dela, só mais um pouquinho mamãe! - a moça fala e Maitê me olha.

Seu olhar cansado e brilhante pelas lágrimas me faz querer toma la para mim em meus braços.

Maitê se esforça ao máximo e escutamos o chorinho de neném.

Os pelos do meu corpo se arrepiam por completo.

O pequeno ser humano sujo com sangue está nas mãos da médica, ela direciona o olhar pra mim e pergunta.

- Quer cortar o cordão umbilical, papai?

Concordo com a cabeça e corto.

Ela me entrega a bebê tão linda e fico com medo de machucar, ela parece tão frágil e indefesa.

Meus olhos ardem por ver minha filha tão pequena em meus braços.

Ela é linda.

Simplesmente perfeita.

Os cabelos clarinhos como o da mãe e o nariz pequeno e pontudo como o meu.

A boquinha perfeitamente desenhada e pequena.

Meu deus, eu sou pai dessa garotinha.

Me viro para que Maitê consiga pegá-la no colo.

- Ela é perfeita amor. - não consigo dizer nada e apenas observo a cena que ficará para sempre guardada na minha memória.

Maitê segura o pequeno pacotinho branco em seus braços e observa com devoção cada detalhe da nossa filha.

Meus dois grandes amores juntos.

Minhas duas meninas.

Meu deus, estou emocionado.

Eu vou protege-la e cuidar com todo meu amor.

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Aaaaa Ceci nasceu 🥺❤️

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Flame - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora