Capítulo 16

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Os pais da Ju vieram visitá-la.

A mãe contou da mudança para a casa nova.
Eu tinha pedido para não a entupirem de informação e foi o que fizeram.

A Ju achou o pai diferente.  Mais magro e um pouco abatido.  Não teve como ele não contar da cirurgia.

Ela ficou brava por ninguém lhe ter dito nada. Se ela soubesse ela teria regressado disse.

- Ficou a cargo do dr. Rodolffo disse Matias mas ele optou por não contar.

- Ele foi um excelente profissional comigo diz o pai da Ju.

- É pai! Nem tu sabes.

- O quê?

- Deixa. Mais tarde conversamos.

Hoje era o dia da alta dela.

- Ju! Vais ter alta. Vais ficar onde?

- Fico com a minha mãe por enquanto.  Eu quero ter um lugar só meu, mas eu preciso de ir a casa do meu pai.  Preciso de ver como ele se arrumou lá.

- Mas nestes primeiros dias a menina não vai sair de casa senão levo-te para a minha e prendo-te lá.

- Fora de brincadeiras Ju. Durante uma semana pelo menos resguarda-te.

- Está bem. Mas vais lá ficar comigo algumas vezes.

- Vou.  Depois quando estiveres 100% bem tenho uma surpresa para ti.

- O quê,  o quê?

- Deixa de ser curiosa.  Prepara-te. Vamos embora.  Eu levo-te.

Levantei-me e abracei o meu namorado.  Ele sentou-se na poltrona comigo no colo dele.

- Saudades de ti, do teu cheiro, do teu corpo.

- E eu de ti minha namorada. Não me atices.

- O doutor podia ajudar-me a tomar um banho? É que eu ainda não me sinto com forças.

- Não faz parte das minhas funções mas vou abrir uma excepção.

- Tranca a porta, diz a Ju.

Debaixo do chuveiro matámos um pouco das saudades.
Pela amostra a recuperação da Ju era praticamente total. A bichinha estava com vontade e eu também.
Dois safados.

Terminámos de nos vestir e saímos em direcção ao estacionamento.

Levei a Ju a casa da mãe e fiquei a tarde toda por lá.

Dona Isa pôs-me à vontade para eu ficar lá.

- Fica comigo hoje! Pediu a Ju. Amanhã não tens que ir ao hospital,  podes passar o dia todo comigo.

- Fazemos o seguinte: vou jantar com a minha mãe que com esta confusão quase não a vejo e depois venho.

- Estou com saudades da dona Vera.

- Mãe, o Rodolffo pode trazer a dona Vera para almoçar amanhã connosco?

- Claro que sim. Tenho muito gosto.

- Então, tu vais jantar com ela, vens ficar comigo e amanhã vais buscá-la para o almoço, tá?

- Tu já decidiste tudo! Tem como dizer não?

Roubei-lhe um selinho.

Eu vou. Já, já estou de volta.

Realmente dona Vera, agora no casarão novo, sentia-se muito só. Ela compreendia o afastamento do filho por conta do problema da Ju.

- Oi mãe. Vim jantar contigo.

- Oh, meu filho! Que bom. Estava a sentir-me abandonada.

- Não digas isso mãe. Foi preciso.

- Eu sei filho.  Estava a brincar.  Como está a Ju?

- Muito melhor. Mãe! Vou jantar contigo mas vou dormir na Ju. Amanhã venho buscar-te para almoçar connosco.

- Lá na casa dela?

- Sim. Porquê?

- Não me sinto à vontade. Ela é uma senhora.

- Pára aí. E tu és o quê? Não tem diferença entre tu e ela. Já estiveram as duas bem, depois foram pobres e agora as duas voltam a estar bem. Então qual a diferença?
Nem se uma fosse rica e a outra pobre. Dinheiro não define carácter e isso as duas têm de sobra.

- Mas eu preciso levar um agrado à Ju.

- Faz o teu bolo de chocolate.  Aquele molhadinho com nozes. A Ju adora.

- E tu amas, né?

- É. Pede o guloso para o desejoso.

- Fui tomar um banho, peguei uma muda de roupa e fui jantar com  a minha mãe.

Cheguei a casa da Ju. A mãe e a nana já tinham ido dormir.

A Ju tinha feito pipocas e brigadeiro para assistirmos um filme lá no quarto.

- Rodolffo! Escolhe aí o filme.

- Que género?

- Qualquer. A gente não vai ver mesmo.

Olhei para ele e soltei uma gargalhada.

- Xiiiio! Tem gente dormindo aqui.

Ela tinha razão. Dez minutos depois de filme começar já estávamos semi nus lambuzados de brigadeiro e pipocas espalhadas na cama.

Rodolffo foi tirando a minha roupa.
Depositava cada colherada de brigadeiro em diversas partes do meu corpo e depois lambia e chupava.  Eu fiz o mesmo com ele.

Terminou que não sabíamos quem tinha mais chocolate no corpo.

Dizem que chocolate faz bem à pele. Fizemos uma massagem um ao outro até terminar num sexo gostoso no verdadeiro sentido da palavra.

Exaustos mas muito felizes terminámos com mais uma rodada no chuveiro. Foi necessário muita imaginação para retirar todo o chocolate.

Nessa noite eu dormi o sono dos Deuses. Há muito não tinha uma noite tão repousante.  A Ju dormiu grudadinha a mim.

Acordámos eram 10 horas da manhã.
Demos um beijo e ficámos abraçados e em silêncio durante bastante tempo.

Da àgua pró lixoOnde histórias criam vida. Descubra agora