Capítulo 21

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Acordei quando um raio de sol invadiu o nosso quarto.  Olhei para o lado e a minha Ju dormia serena.

Tomei o meu banho e fui fazer o café.  Preparei a mesa na varanda com café, pão, biscoitos, frutas variadas e outras coisas que a mãe da Ju mandou.

Fui ao quarto acordar a dorminhoca, mas, já havia acordado. 

- Vem, dorminhoca!  Já fiz o café.

- Estou com preguicite.  Vem cá. Quero beijinhos.

Saltei para a cama e deitei-me em cima dela dando-lhe beijinhos na cara, nas bochechas, nos olhos, na testa e por fim parei nos lábios dando-lhe um beijo apaixonado.

- Quero assim todos os dias.

- Sempre meu amor.  Agora tomar café.

- Primeiro vou tomar banho.   Mas eu preciso de ajuda por causa do bébé.

- Como assim?  Ainda nem se nota a barriga!

- Mas o bébé quer chamego do papai.

- Tá bom! Pelo bébé eu estou disposto a outro banho.  Vamos.

Peguei nela ao colo e levei-a para o duche.  Ajudei-a a lavar e depois a secar os cabelos.

O dia estava no início.  Sentado no exterior, tomando café pude apreciar a beleza do sítio.   Não foi à toa que a Ju escolheu este local para se refugiar.
De dia ainda era mais bonito.

- Ju!  Vinhas muito aqui?

- Não.   Vim só 2 vezes antes dos meus pais se separarem.  E depois de adulta só vim 1 vez.

- Este é o único imóvel que eu quero da herança do meu pai.

- E o resto, o que vais fazer?

- A casa onde vivia dei ao Matias.  Outra dei à minha madrasta.  O resto vou vender e aplicar o dinheiro ainda não sei em quê,  mas tenho algumas ideias.

- Vou querer ajudar no que puder.

- Vamos caminhar?

- Vamos.  Vamos colocar calçado confortável e roupa também.

- Ju, leva chapéu.  O sol está forte.  Vou buscar  duas garrafas de àgua.

- E leva fruta na tua mochila.  Podes ter fome.

- Eu, né dona Juli?  Já pus.  E biscoitos também.

O que seria de ti sem mim, diz a minha Juli dando-me um selinho.

Abraçados,  fomos caminhando pela mata.  O caminho era estreito mas nada difícil. 
Parávamos para procurar nas àrvores o passarinho que ouvíamos cantar, mirávamos as flores silvestres que corajosas despontavam da terra à procura do sol, um ou outro coelho saltitava à nossa frente e os esquilos que ligeiros subiam às àrvores.

Rodolffo de câmara na mão queria fotografar tudo e muitas vezes rodava a câmara para mim apanhando-me desprevenida e nas mais diversas posições.

Riamos muito com a situação.

Depois de 1 hora de caminhada chegámos a um pequeno riacho.

Poderíamos ter feito o caminho em metade do tempo se não fossem as brincadeiras mas não era a mesma coisa.

- Amor! Podemos entrar na àgua? Perguntou a Ju.

- Nem trouxeste biquíni!

- Mas só estamos nós aqui.

- Tirámos os shorts e as blusas e fomos para a àgua em roupa interior.

O riacho tinha um caudal suave.  A àgua era límpida e havia vários poços não muito fundos.  Entrei e segurei a Ju para ela entrar.

Sentei-me na àgua com a Ju à minha frente.  A àgua era tão gelada que ambos suspendemos a respiração até nos molharmos.

Ficámos os dois coladinhos olhando para o sol que teimava em atravessar a copa das àrvores e refletir os seus raios na àgua.

- Eu podia viver aqui para sempre, diz Rodolffo.

- É só querer.

- Tem o meu trabalho.  Eu adoro ser médico.

- Amor! Eu cancelei a faculdade.   Acho que vou optar pela Psicologia.   Durante a missão a Angola eu vi que não me era tão indiferente.

- Eu apoio o que quiseres.

- Mas por agora eu vou focar na gravidez.  Depois do bébé nascer eu resolvo.  Felizmente posso fazer isso.   Não preciso de um salário como a maioria das mulheres.

- E tens aqui o papai que te apoia 100%.

- O voluntariado mudou a minha visão do mundo. A missão em Angola então muda qualquer um.  É impossível alguém vir de um programa desses e ser o mesmo.

- Por isso eu queria ir para os Médicos pelo Mundo.

- E desististe?  É bom para o crescimento pessoal.

- Como vou agora numa aventura dessas?  Agora não estou sozinho.  Tenho tu e o bébé.

A Ju deitou a cabeça para trás e dei-lhe um beijo.

- Amo-te. Obrigada por estares comigo.

- Amo-te mais. Obrigado por me quereres.

- Sempre.

- Agora?

Olhámos à volta e éramos nós e os animais.  A Ju virou-se de frente, sentou no meu colo e iniciámos um beijo que terminou num sexo gostoso.  A àgua já nem era assim tão fria.  O nosso fogo aqueceu-a.

Por fim rimos desta safadeza, aliviados por não termos sido apanhados.

Saímos da àgua e como não tínhamos toalha resolvemos vestir a roupa sem roupa interior. 

Comemos a fruta e colocámos a roupa molhada no saco da mesma.

Retornámos à nossa trilha abraçados e aos beijos.  Demorámos a chegar pois em todo o caminho viemos a provocar-nos um ao outro.

Rodolffo abraçava-me por trás,  dáva-me um beijo no pescoço e passeava as mãos ora por baixo da blusa ora dentro dos shorts.

Eu fazia-lhe o mesmo e por isso e muito mais nunca mais chegávamos.

Era perto da hora de almoço.   Entrámos em casa e fomos para o duche apagar o fogo que nos consumia.  

Foi um sexo que durou o tempo do duche pois as preliminares já tinham acontecido na caminhada.

Da àgua pró lixoOnde histórias criam vida. Descubra agora