Os dias corriam com muita tranquilidade.
Telefonámos às nossas mães e estava tudo bem.
Hoje havia uma festinha numa aldeia aqui perto. Resolvemos ir um pouco à noite.
Os nossos dias resumiam-se a caminhadas nos trilhos, banho no riacho e pouco mais.
Há dois dias fomos até à cachoeira mas fizemos uma parte do caminho de carro.
A queda de àgua terminava num grande lago.
Ao contrário do nosso riacho aqui estava muita gente dentro e fora de àgua.Ficámos só um pouco. Tirámos algumas fotos e regressámos.
Estávamos na varanda tomando o ar fresco deitados os dois na mesma rede.
Eu fazia festinhas na barriga da Ju.
- A nossa menininha. Estou desejoso de conhecê-la.
- Como sabes que é menina?
- Palpite. Menina ou gémeos.
- Gémeos eu gostava diz Ju.
- Sério?
- Sim. Um casal ou dois do mesmo sexo tanto faz.
- A minha mãe quer menino diz Ju.
- Já a minha quer menina, por isso era bom vir um casal. Assim todo mundo fica feliz.
- De qualquer jeito todos vão ficar contentes. O que vier que venha com saúde.
- E quantos vamos ter?
- Depois deste eu quero organizar a minha vida profissional. No fim veremos. Quando me estabilizar pensamos noutros. Entretanto vamos treinando.
- Vamos?
- O quê homem?
- Treinar!
- Mas estes treinos agora não levam a lugar nenhum.
- Como não? Todo o treino leva à perfeição.
- Eu gostoso, tu gostosa. Imagina com treino. Muito mais gostosos.
- Tu és mas é um grande custoso.
E ali ficámos entre beijos e abraços.
Após o jantar descemos à pequena aldeia, onde havia a festa.
Ladeando a rua principal, muitas barracas de venda. Artesanato da região e não só.
Bolinhos, doces, biscoitos e compotas. Licores e mel diversos.- Rodolffo eu quero churros e pipocas.
- Mas acabaste de jantar!
- Churros e pipocas não é jantar, é sobremesa.
Fui comprar 2 churros e pipocas.
Comemos tudo andando pelas barracas.
- Ju, vamos sentar ali um pouco para não te cansares.
- Está bem. Mas quero sorvete de chocolate com morango.
Comprei os 2 sorvetes e ocupamos uma das mesas disponíveis.
Em frente duas moças olhavam para nós e comentavam algo entre elas. Rodolffo não percebeu mas eu não tirei os olhos das piranhas prontinhas para dar o bote.
- Amor! Aquelas duas não param de olhar para a gente.
- Deixa. Não ligues.
- Uma delas até é discreta, mas a outra? Siliconada, queixuda, tipo rato de academia.
Vontade de dar um tapa naquela fuça. Mais parece um giló.Ju pensou: vou ali ver uma coisa.
- Amor! Vou ali comprar àgua na barraca em frente.
- Vai amor. Fico esperando.
Foi só eu sair de ao pé dele para a badalhoca se levantar e ir ter com o Rodolffo.
Sentou-se no meu lugar e ficou de sorrisos. Eu fiquei na barraca só apreciando.
Ela falava tocando no braço dele. Ele fazia questão de encolher o braço.
Por vezes os dois gargalhavam.Comprei outro sorvete mas este de casquinha.
Dirigi-me a eles e chegando ao pé fingi tropeçar e o sorvete caiu todo em cima da piranha.
- Ah! Desculpa moça. Eu tropecei.
- Você sujou a minha roupa.
- Sorte a sua. Para a próxima se eu te pego dando em cima do MEU HOMEM, eu faço pior. Baza daqui.
Rodolffo atrapalhado não sabia onde se esconder. Ele nunca tinha visto a Ju assim.
- Ju! Que foi isto?
- Não entendeste? Precisa explicar?
- Não fiz nada!
- Vamos ali ouvir a música que eu vim foi pra festa. Piranha nenhuma vai estragar a minha noite.
O assunto morreu por ali por enquanto.
Abracei a Ju por trás e ficámos ouvindo a banda que tocava. Ela movia-se ao som da música.
- Amor! Vamos dançar? Tem ali um espaço já com alguns casais. Vamos?
Dancámos o resto da noite. Música lenta, forró, tudo. Dancámos um pouco de tudo.
- Rodolffo, vamos voltar. Estou cansada e com os pés doendo.
- Vamos sim.
- Mas antes vamos ali na barraca de tiro. Eu quero um urso grande.
- Vixe! Agora estou tramado. Eu nunca dei um tiro.
- Se vira, disse ela.
Fomos para a barraca. Comprei 5 tiros. Não acertei nenhum.
Comprei mais 5. Disparei 4 e nada. Ao quinto a Ju pediu para atirar e acertou de primeira.Olhei para o dono da barraca que sorriu para mim e me entregou o maior urso da montra.
- Quando é que a menina aprendeu a atirar?
- Nunca, mas sou boa em tudo o que faço. Até em afastar piranhas.
Já vi que esta noite vai render, pensei, já projectando na minha mente toda a minha defesa, se é que eu sou culpado de alguma coisa.
Seguimos em silêncio para casa. A Ju ia agarrada ao urso e por ser tão grande não dava para lhe ver a cara.
Saímos do carro e antes de abrir a porta segurei a mão dela e levei-a para uma das cadeiras da varanda.
- Vamos lá conversar porque eu não quero entrar nessa casa contigo amuada. O que eu fiz?
- Porque estavas dando trela àquela lá?
- Amor! Sabes que eu não gosto de ser mal educado com as pessoas.
- Mas estavam de risinhos os dois.
- Ela realmente estava me paquerando mas eu estava explicando que tinha mulher e grávida.
- E precisava de rir às gargalhadas?
- Amor é que ela disse que podia ficar comigo e contigo. Não fazia diferença. Aí eu gargalhei e respondi: nem morto eu te divido com alguém.
- Jura que foi isso?
- Preciso jurar? Não confias em mim?
- Confio mas desconfiando disse a sorrir.
- Então prova e dá-me um beijo.
Ali nos beijámos apaixonadamente.
- Vamos para dentro, tomar um banho que depois eu faço uma massagem nos pézinhos da minha arengueira.
- Sem pensar em safadeza que hoje tu ficas de castigo.
- Não faças isso Ju.
- Massagem nas costas também?
- Pra sair do castigo, tem massagem Tailandesa se tu quiseres.