07. Será que podemos conversar?

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— Sabe, Henry. As mulheres são um pouco complicadas. As vezes nem eu as entendo. — Luke começou a dizer assim que saímos do carro para entrar na nova casa. — As vezes choram por coisas muito pequenas, mas porque estão sensíveis demais. As vezes gritam, mas porque são muito observadoras e acumulam as coisas até chegar no limite. As vezes querem só a sua companhia, mas outras, a sua companhia pode ser muito irritante. Mas uma coisa que eu tenho certeza é que elas amam intensamente. Não importa se não te querem por perto, se você é irritante, se só causa estresse na vida delas... elas sempre vão te amar, até você ser uma grande decepção. E tenho certeza que você não é isso para Luna. Você é simplesmente a pessoa que a fez descobrir sobre o amor. — Ele parou em frente à porta, dando uma longa pausa.

A arquitetura era no estilo americano. Um jardim enorme com algumas árvores e arbustos em perfeito estado, todos aparados, dando um ar de belo para o lugar. A vizinhança parecia muito calma também. Algumas pessoas passavam pela rua conversando sobre a vida, despreocupados.

Luke tocou a campainha e esperou até que o dono do local, que disse que estaria na casa, surgisse para nos mostrar o lugar.

— Luna está se tornando uma mulher. E vamos dizer que mulheres sempre se preocupam mais, tanto com elas quanto com as pessoas ao seu redor. — Ele voltou ao assunto. — Eu acho que vocês precisam conversar mesmo. Colocar na mesa tudo o que precisa melhorar. Porque o namoro é isso, é entender o outro. Conhecer o outro e aprender a lidar com ele. — Luke me encarou, como se entendesse o meu lado. — O que tiver ao seu alcance, faça. O que você precisar fazer para ter um bom relacionamento com quem ama, faça. Faça o que estiver a sua altura para fazê-la feliz e diz a ela o que não tem te deixado feliz. A base de todo relacionamento não é só o amor, é a conversa também.

O dono abriu a porta assim que Luke terminou de falar. Ele comprimentou o homem que eu julguei ter uns quarenta anos.

Entramos no lugar depois de umas meia hora que Luke passou conversando com ele. O homem contou toda a história da casa, falou sobre a estrutura e mais um monte de coisas.

O lugar ela lindo, do jeito que Hannah gostava. A entrada era meio que um corredor largo, onde tinha uma escada que levava ao segundo andar, o lado esquerdo era tomado por uma sala enorme, onde tinha algumas portas. A primeira levava a um banheiro e a outra era meio que uma lavanderia. No lado direito do corredor, era uma cozinha muito maior que a sala, pois era meio que uma cozinha com uma sala de jantar. E a mesma tinha uma porta que levava ao jardim da casa. Na parte de cima, a primeira porta virando o corredor esquerdo, levava a um quarto de visitas, na porta ao lado, levava a um cômodo vazio, que Luke afirmou que se tornaria um ótimo escritório para os dois. No lado direito, havia apenas uma porta que levava a uma suíte de casal. A casa é adorável.

Luke parecia muito animado com a ideia de morar ali com Hannah. Era bom saber que minha irmã estava nas mãos de um cara que se animava ao ver que sua vida estava sendo construída ao lado dela.

— O que achou? — Luke perguntou assim que entramos dentro do carro, prontos para ir embora.

— Eu adorei, acho que a Hannah vai gostar. Ela gosta desses lugares calmos, frescos e simples.

— Quando vi a casa sendo vendida na internet, achei a cara dele. Então corri para ver antes que fosse vendida. Acho que foi um bom negócio. — Falou, pegando o celular e digitando o número de Hannah.

O homem passou o caminho inteiro dizendo o quanto ela vai amar a casa. Dizendo que o futuro filho ou filha deles terão um lugar incrível para morar, que é calmo, fica perto dos lugares e é perfeito para os dois montarem uma família.

Acho que roubou mesmo a minha irmã.

Mas não vou negar que adoraria um sobrinho ou uma sobrinha.

(...)

Cheguei em casa notando estar vazia. Hannah provavelmente ainda estava na sua prova de vestidos e eu ainda tinha um tempinho sozinho. Resolvi aproveitar para tomar um banho e pensar um pouco sobre as coisas.

Acho que precisava resolver a minha situação com Luna. Mas o medo dela não querer conversar era maior.

Pensei em diversas possibilidades de chegar até ela. Tenho certeza que talvez ela esteja mais calma, mas como falar tudo aquilo que eu acho sem causar mais uma briga?

Eu encarava a tela do telefone pensando no que faria. Seria melhor ligar ou mandar uma mensagem? Era melhor ir até ela ou dizer para que viesse com Hannah? Seria mesmo uma boa ideia falar hoje? Mas passamos o dia inteiro brigados, não aguento ficar todo esse tempo sabendo que está com raiva de mim.

Fora Bob. Toda vez que uma discussão se iniciava, Bob é o que mais sofria com a distância. Eu acabava não indo o visitar porque morava com ela. Pois afinal, eu dei Bob para ela.

Será que podemos conversar? — Enviei a mensagem de texto, aguardando uma resposta. Me sentia ansioso. Não sabia se ela queria resolver a nossa questão na mesma intensidade que eu.

O Amor NÃO Pode Curar IIOnde histórias criam vida. Descubra agora