— Dá oi para a titia Luna, Zoe. — Hannah levantou a mão da pequena garotinha de três anos que possuía os cabelos castanhos e os olhos tão azuis quantos os de Luke. Era uma mistura perfeita dos dois.
Fazia mais ou menos uns dois anos que eu não voltava para casa, tudo por conta da minha vida agitada aqui no Canadá. Eu estudava a manhã e a tarde inteira, e pela noite, trabalhava em um clínica veterinária em busca de experiência. Não fazia muita coisa, apenas auxiliava as pessoas, consolava outras, limpava o local e acompanhava a veterinária em seu trabalho. Mas com certeza aquilo estava me dando muito experiência.
Não tinha muito tempo para sair. Na maioria das vezes rejeitava os convites de amigos da faculdade por estar muito atarefada. Fora o fato de que sempre procurava ajudar os pais de Kate em casa, para não dar tanto trabalho.
Mas agora, após os cinco anos que fiquei no Canadá, eu estava retornando para o meu lar definitivamente. Estava retornando para a minha família e os meus amigos. Estava retornando para a minha antiga vida, mas com uma mentalidade completamente diferente de antes.
— Oi, titia Luna! — A pequena menininha abriu um sorriso muito fofo, que me fez sorrir para ela.
— Oi, meu amor! Titia tá indo te visitar. — Ela sorriu ainda mais, empolgada.
— Titia vem, mamãe. — Virou para sua mãe, apontando para a tela do aparelho com animação.
— Sim, minha linda. — Hannah beijou topo da cabeça da pequena, a apertando mais contra o seu corpo.
— Cadê minhas princesas? — Luke abriu a porta atrás de Hannah, fazendo Zoe olhar com os olhos brilhantes em direção ao seu pai.
— Tá aqui, papai! — Ela estendeu os braços para ser pega por ele, completamente eufórica.
— Mas olha que princesa mais linda! — Luke a tomou pelos braços, beijando todo o seu rosto enquanto a menina se esquivava.
— Papai beija babado. — Ela ria, afastando a cabeça do pai. — Beija a mamãe agora, papai.
— Agora para a minha outra princesa. — O homem se aproximou de Hannah e a puxou levemente pela cintura, selando os lábios por alguns rápidos segundos. — Como foi seu dia, amor?
— Passei o dia falando com minha cunhada que se tornou uma mulher linda, olha só isso. — A mulher apontou para mim, e logo notou que eu estava na linha.
— Meu Deus, irmã. — Luke se aproximou do aparelho e me observou por alguns minutos, abrindo um sorriso leve nos lábios. — Quanto tempo! Você está linda!
— E eu acho que você está calvo. — Ele levou a mão aos cabelos e começamos a rir. — Tá tudo bem, é compreensível. Você agora é pai e trabalhador. Assim complica.
— Não estou calvo, estou amor? — Perguntou, com um certo desespero para Hannah. A mulher balançou a cabeça para os lados e fez uma expressão séria. — Eu sou novo ainda! Só tenho vinte e nove anos.
— Trinta é a idade do sucesso para as mulheres e da calvície para os homens. — Hannah riu do meu comentário.
— Papai calvo. — Zoe repetiu, o que nos fez gargalhar ainda mais.
— Você chega quando? — A mulher perguntou, pegando a criança do colo de Luke e voltando a se sentar.
— Amanhã por volta da noite. — Eu sorri, fechando a mala e notando o quarto vazio.
Me recordei de cinco anos atrás, quando ainda estava em casa e arrumava a minha mala em um momento bem conturbado de minha vida, para partir em uma nova aventura. A aventura que me fez descobrir o amor pela medicina veterinária.
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O Amor NÃO Pode Curar II
RomanceLIVRO II DA DUOLOGIA "O AMOR PODE CURAR". Luna vê o relacionamento de seu irmão com a sua cunhada como um espelho. Pois Luke e Hannah sempre estiveram ali no momento mais difícil um do outro. Viveram longos anos juntos e agora finalmente iam se casa...