O Amor NÃO Pode Curar II

33. Eu vou me casar.

— Meu Deus eu acho que estou infartando. — Jennie, Alice, duas amigas que foram selecionadas para serem madrinhas e Mary, tentavam acalmar Hannah que estava em um estágio grave de ansiedade

Ela estava simplesmente perfeita, como uma princesa. Faltavam apenas algumas horas para o casamento e eu conversava com Kate deixando que as madrinhas se resolvessem com Hannah. Por algum motivo, ela parecia espalhar sua ansiedade para todos no local. Eu tenho certeza que meu estômago estava revirando de ansiedade. Ou talvez fome.

Hannah estava em seu vestido magnífico estilo princesa. Os ombros eram caídos e ele possuía alguns detalhes de flores por todo peito até a parte de cauda longa do vestido. Hannah não havia prendido o véu ainda em seu coque perfeito onde alguns fios enrolados caíam sobre o rosto. Ela usava um conjunto de brincos, colar e tiara. Na ponta do colar e da tiara, as pedras se uniam em um conjunto de três pedrinhas perfeitamente alinhadas e cada brinco possuía uma na ponta. Em seu pés, ela usava um salto grosso branco, com as unhas recém pintadas expostas e uma tira que envolveu a ponta do peronio. Além da maquiagem perfeita. Estava linda.

— Ela parece bem nervosa. — Kate falou, tomando um gole de água ao meu lado.

— Ela está. — Eu observei enquanto Jennie fazia um exercício de respiração com a mulher.

Eu queria ver Luke. Ele provavelmente já estava no local do casamento andando de um lado para o outro na tentativa de ficar menos ansioso também. Eu chegaria mais cedo só para acalma-lo.

— Seu quarto é bem legal. — Kate comentou, observando o local. — O que é isso? — Apontou para a mesinha onde o livro de memórias estava posicionado. Eu lembro que a formatura me deixou tão atordoada que até hoje não abri meu livro de memórias para ver o que escreveram.

Me lembro que não pedi a nenhum professor para assinar. Os únicos que assinaram foram os meus familiares, Aurora e os meninos. Nem Henry assinou. Estávamos em uma situação difícil no dia.

— Meu livro de memórias da escola. — Dei de ombros, vendo que ela tomou o livro pela mão e começou a analisa-lo. A garota abriu e começou a ler logo a primeira página.

— Nossa! Que interessante, hein! — Ela ergueu e abaixou as sobrancelhas repetidas vezes. Aquilo foi assustador. — Quem é esse Henry?

— Henry? — A encarei confusa. Como assim Henry? Como ela sabia de Henry? Peraí, por que ela tocou nele de repente?

— Sim, foi o primeiro a assinar. — Ela apontou para o livro e provavelmente uma careta muito estranho surgiu em minha face, já que a reação da menina foi franzir o cenho. — Olhe. — Me estendeu o livro e eu demorei um pouco para pegar ainda pensando como que Henry assinou o meu livro.

Era realmente ele, a letra era de Henry. Ele preencheu uma página inteira com um texto enorme onde as primeira palavras eram "estou orgulhoso, meu amor". Aquilo foi suficiente para me fazer fechar o livro e suspirar.

Ele assinou o meu livro... como ele fez isso?

Aquilo se repetia sem parar em minha cabeça. Em busca de respostas das quais eu não obtinha.

— Luna? — Kate chamou a minha atenção, me tirando dos meus pensamentos. — Está bem?

— Estou. — Joguei o livro de volta para mesa, evitando pensar naquilo nesse momento tão importante para Hannah. Eu não podia estragar ficando aérea por conta do meu relacionamento.

— Ah... — Kate não insistiu em saber quem era. Agradeci a Deus pois se perguntasse, eu provavelmente não saberia o que dizer.

(...)

— Irmão, você precisa se acalmar! — Eu dizia pela milésima vez ao ver Luke andando de um lado para o outro com a respiração pesada. Ele estava ainda mais nervoso que Hannah.

— Eu tô calmo! Eu tô super calmo. — Arqueei a minha sobrancelha, inspirando e expirando para não prende-lo com fita crepe em uma cadeira. Apesar de que sei que ele jamais fugiria de Hannah.

O momento se aproximava. As pessoas já se assentavam em seus lugares, Os padrinhos e madrinhas já se posicionaram antes da entrada. O pastor preparava os seus textos enquanto os cantores e instrumentistas preparavam as músicas. Os organizadores já distribuíam aquela coisa horrenda cuja a frase estampada era "caso caia um cisco no seu olho".

Eu peguei um, não podia arriscar.

Tirei fotos na Polaroid para o álbum de lembranças com Aurora e Kate, que por sinal se tornaram boas amigas com uma hora de conversa. Impressionante o quanto Aurora se tornou sociável ao conhecer Ben. Tirei algumas com o meu pai e Alice também, que pegaram uma para guardar com eles. Além disso, deixei um pequeno recado no livro no álbum dizendo: "sejam felizes para sempre, vocês merecem muito isso. Estou imensamente feliz pela vida dos dois."

Decidi que falaria da faculdade depois do casamento. Tudo precisava ser perfeito nesse dia especial de Hannah e Luke. Eles mereciam isso.

Henry estava do outro lado da festa, conversando com a sua tia. Nos olhávamos algumas vezes, mas sempre que um era pego observando, os olhares se desencontravam. Ele não parecia feliz, não estava. Mas não demonstrar isso, como sempre. Seu sorriso perfeito e amigável se mantinha firme em seu rosto.

Olhando para ele, eu me perguntava o que seria de nós dois.

— Irmão. — Ele me encarou. — Não tem motivo para ficar nervoso. Você vai casar com o amor da sua vida. Sorria.  — Ele soltou uma pequena risada, olhando para baixo, controlando sua respiração.

— Eu vou me casar. — Ele riu. Eu tinha quase certeza que uma lágrima caiu de seu rosto. Então, estendi o "caso caia um cisco no seu olho", vendo que ele começou a rir quando o fiz. — Sua boba. — O homem estava realmente chorando. Meu Deus, ele estava chorando.

O lugar estava perfeito. O sítio que alugaram era deslumbrante. havia um salão enorme com todas as mesas preparadas para os convidados, onde seria servido o grande basquete de casamento, que eu confesso estar ansiosa. Além da mesa enorme do bolo que prepararam, repleta de flores, fotografias dos dois, cartas e muitos doces com um bolo de três andares sobre a mesa. Logo na entrada, o lugar de fotos que Hannah preparou com os organizadores ficou simplesmente incrível. Bem exposto ao sol e repleto de flores que davam vida ao ambiente. A cerimônia aconteceria no outro lado do jardim, onde um tapete vermelho extenso se estendia até o altar onde o pastor já estava posicionado. Um arco magnífico de flores brancas e rosas mostrava sua beleza atrás do pastor e a mesa onde ele apoiava suas anotações, estava com um pano branco e dois jarros de flor, um em cada canto da mesa. Os músicos se posicionaram ao lado do altar, as cadeiras dos padrinhos e madrinhas estavam do outro lado e os convidados já se acomodaram nas cadeiras enfeitadas com mais flores.

Estava tudo muito lindo, assim como o amor deles.