20. Memórias.

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Capítulo de memórias...

Você é o Henry, né? — Eu perguntei ao menino que esbarrou em mim, no supermercado. Reconheci ele por conta do cabelinho na frente do rosto. Era o garoto da minha sala.

É... s-sou. — Ele coçou a cabeça, envergonhado. — E você é a Luna, né?

Sou sim! Como sabe meu nome? — Peguei um pacote de biscoito, espantada por ele saber o meu nome.

Quando a professora fez a chamada, vi você levantando a mão. — Ele estava tão envergonhado, que evitava o contato visual.

Você é bem observador! — Soltei uma risada e me aproximei dele. — Ontem eu também observei você. — Percebi o quanto sua bochecha ficou vermelha de vergonha e me arrependi no mesmo instante de ter dito aquilo — Quer dizer... Eu vi os meninos falando coisas desagradáveis para você.

Você viu...? — Ele de repente ficou triste, como se eu tivesse tocado em um assunto que ele não queria falar

Sim... e não concordo com nada que eles disseram. — Sorri, tentando o consolar. Coloquei uma de minhas mãos no ombro do garoto, vendo ele abrir um sorriso. — Achei muito legal encontrar alguém que gosta de livros.

(...)

Você... — Ele respirou fundo, tentando me dizer algo. — Eu sei que eu não digo essas coisas, mas... —Tentou mais uma vez. — Mas... Não conseguia dizer. — Masvocêestálindahoje — Disse tão rápido, que foi impossível de entender.

O quê? — Fiz uma careta, não entendendo nem uma palavra sequer.

Está surda? — Cruzou os braços, virando o rosto para o outro lado.

Não tenho culpa da sua dicção ser péssima! — O culpei.

Meu Deus do Céu. — Luke reclamou, levando a mão ao rosto enquanto Hannah ria.

Eu disse que... — Bufou, abaixando a cabeça. — Quevocêestálindahoje. — Mais uma vez, sua frase foi indecifrável.

QUE? — Berrei, depois de não entender de novo. — Fala pra fora!

VOCÊ ESTÁ LINDA HOJE! — Ele gritou, batendo os pés assim que terminou a frase. — Nossa, como você é surda! Que saco! — Abri um sorriso involuntário enquanto o menino evitava contato visual.

Me aproximei dele e depositei um rápido beijo em sua bochecha, entrelaçando o meu braço no do menino

Henry estava tão vermelho que parecia um moranguinho.

(...)

Você... — Henry começou a dizer com um certo nervosismo na voz, enquanto eu reclamava da mudança repentina de música.

Trocaram uma música tão animado por essa tão chatinha.

Sei lá... você... quer? — Ele estendeu a mão, coçando sua cabeça com a outra.

Dançar? — Perguntei, olhando ao meu redor e notando um monte de pessoas juntas dançando a música lenta.

S-sim. — Peguei em sua mão e ele me puxou um pouco mais para perto. As mãos de Henry foram em minha cintura, enquanto as minhas rodeavam seu pescoço.

Dançamos aquela música chatinha no meio daquele baile chatinho que Hannah nos trouxe.

(...)

Por que está chorando, Luna? — Henry perguntou assim que cheguei com Luke na casa de Hannah.

Eu me machuquei. — Eu soluçava enquanto tentava falar sobre o que aconteceu. Henry veio até a minha direção e encarou meus joelhos, abaixando um pouco o seu corpo.

Eita que ralou tudo. — Eu comecei a chorando ainda mais, vendo a cara de assustado do menino. — Não, calma! É só um raladinho. — Ele coçou a cabeça, tentando fazendo alguma coisa.

Luke me levou até o sofá e Hannah veio com uma bolsa de gelo em minha direção. Ela pegou uma toalha e uma maletinha. Limpou o machucado, me fazendo chorar ainda mais de dor.

Ai, Meu Deus! — Henry saiu de perto de nós indo em direção ao seu quarto, me deixando ali chorando com a bolsa de gelo envolta do ferimento.

Ele voltou depois de uns segundos, com um mangá em mãos e um pacote de fini. O menino estendeu para mim, com um sorriso no rosto.

Toma. Talvez um mangá de Naruto e uma fini te deixe mais feliz.

(...)

O que aconteceu? — Perguntei a Herny assim que chegamos em sua casa. O menino passou o dia inteiro triste, não prestando até mesmo atenção na aula.

Fui rejeitado. — Ele se jogou no sofá, tomando o controle do vídeo game. — E ela ainda teve a capacidade de me chamar de estranho, feio e nerdola. Me humilhou na frente de todo mundo. — Ele soltou um longo suspiro. — Eu nunca devia ter dito que gostava dela.

Essa baranga fez isso com você? — Eu me irritei ao ver meu amigo tão abalado por uma garota tão fútil! — Que otaria! Eu vou quebrar a cara dela! Acha mesmo que pode ferir os sentimentos do meu amigo?!

Esquece isso. — Ele riu um pouco desanimado. — Eu nem gostava tanto assim dela mesmo, gosto mais de você. — O garoto me estendeu o outro controle do vídeo game. — Vem, vamos jogar.

(...)

Não existe uma pessoa da Akatsuki que o Neji ganharia! Você só defende ele porque é bonito! Esse cara nem forte é. — Henry discutia pela milésima vez por eu ter Neji como meu personagem favorito. — Aceita que ele morreu!

Calma boca! É melhor gostar dele do que de um vilão com o passado triste! — Discuti. — Ah porque eu precisei matar meu clã... mas meu irmãozinho não... nasci incrível, mas os incríveis sofrem e mimimi! Me poupe! — Ele ficou irritado pelo julgamento que fiz sobre o seu personagem favorito. — O cara nem para ser vilão serve. Vilão de coração mole.

Você não sabe nem o que está falando! — Ele veio para cima de mim com mais argumentos. Estava tão próximo que eu precisei me afastar cada vez mais. — Você chama um cara que mata o clã inteiro de vilão mole? — Senti minhas costas tocarem a parede fria, vendo que não tinha mais como me afastar.

Ele é! — Minha voz saiu mais fraca do que eu gostaria.

O menino me encarou por alguns segundos, quando uma de suas mãos encostou a parede atrás de mim, ficando ao lado da minha cabeça. Ele aproximou mais o seu rosto, lentamente... até que uniu os nossos lábios.

(...)

Luna? — Henry me chamou de repente. — Eu te amo. — Ele abriu um sorriso enquanto a brisa suave batia em seu rosto. — E eu quero estar para sempre com você, não importa o que aconteça.

(...)

Naquele momento, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto e as memórias tomavam conta da minha mente, eu entendi que não estava perdendo apenas o meu namorado, eu estava perdendo também... o meu melhor amigo.

O Amor NÃO Pode Curar IIOnde histórias criam vida. Descubra agora