Me despedi de todos enquanto colocava as minhas malas no táxi onde os pais de Kate estavam. Eles era tão fofos e carismáticos que eu imaginei o quão legal seria esse tempo com eles.
— Vai com cuidado, Lu. — Hannah me abraçou mais uma vez em meio aos soluços. A mulher parecia orgulhosa mas triste ao me ver partir.
Luke se aproximou de mim e não conseguiu dizer nada. Ele apenas chorava, de uma forma tão exagerada que eu pensei até que morreria.
— Luke, eu vou voltar. — Consolei o menino dando leves tapinhas em seu ombros. — Eu venho visitar vocês mais do que imaginam.
— Minha irmãzinha cresceu tanto. — Ele ainda chorava descontroladamente, molhando toda a região do meu ombro.
Luke me soltou dando espaço para que meu pai viesse me abraçar.
— Eu te amo, minha filha. Estou orgulhoso de você. — Ele beijou a minha teste e me deu um abraço longo, que me fez derramar algumas lágrimas.
O amor é isso aqui. Essa parte pura da vida. Essa parte onde um apoia o outro independente de suas decisões. E que mesmo que a decisão que ele tome seja a errada, sempre terá o apoio para levantar e tentar de novo.
Eu tenho esse amor por perto.
Observei Henry ao longe debruçado no batente da porta com os braços cruzados. Ele mantinha o seu sorriso de canto nos lábios e me observava.
Ergui a minha mão e acenei para ele, que retribui quase de imediato. Ergui o meu dedo mindinho vendo que me imitou. Sussurrei as palavras: até um eterno próximo.
O menino sussurrou algo que eu não entendi pois suas palavras foram tão rápidas que jurei que fez de propósito.
Entrei no carro e fechei a porta. Respirei fundo e expirei bem devagar ao sentir a ansiedade correndo por todo o meu corpo.
E lá vou eu, rumo ao Canadá.
(...)
— Eles me pediram para tira-la de casa de alguma forma. E essa foi a melhor desculpa que arrumamos. — Kate explicava porque decidiu conhecer Nova York no último dia por lá. — Quando você disse para chamar sua amiga eu quase entrei em pânico. — Eu ri de seu comentário.
— Quase estraguei tudo. — Ela concordou com a cabeça.
— Mas deu tudo certo. — Nós estávamos embarcando no avião. De alguma forma, os assuntos de Kate acalmavam toda aquela confusão de sentimentos dentro de mim. — Você tem sorte de tê-los. — Concordei com a cabeça, realmente tinha muita sorte de tê-los
Eu olhei para trás por alguns segundo. Não sei o que estava esperando ver, mas desejava com todas as forças que Henry me impedisse naquele momento. Que ele cruzasse as portas do aeroporto e me pedisse para ficar.
Eu não ficaria, sei que não ficaria.
Mas eu diria a ele que o nosso eterno chegaria se desejassemos muito.
Passei meus olhos por todo o aeroporto até que eles focaram em uma figura masculina de cabelos grandes e bagunçados. Me lembro de quanto Henry era cuidadoso com o seu cabelo quando éramos mais novos. Agora, ele não se importa caso os seus cachos abertos não estejam totalmente alinhados, não se importa caso o cabelo esteja um pouco maior que o costume. E ficava lindo de todas as formas.
Kate me puxou para embarcar enquanto eu ainda tentava ter a certeza de que era Henry.
Parecia Henry. Os cabelos eram de Henry, a forma como corria desengonçado parecia de Henry, a regata preta que deixava os bíceps aparentes pareciam de Henry.
Henry foi até o aeroporto?
— Kate eu acho que... — Ela me interrompeu, me fazendo entrar no avião ao ver as pessoas que reclamavam pela minha lentidão.
— O quê foi? — A menina perguntou enquanto olhava para trás.
— Não sei... — Suspirei. — Acho que foi só fantasias minhas.
Em um eterno próximo eu estarei com você... eu sei disso, Henry.
Não importa as circunstâncias, dessa vez vamos dar certo. Porque o nosso amor é capaz de superar qualquer barreira, eu sei disso.Declarei essas palavras em um sussurro. Coloquei os meus fones de ouvido e me aconcheguei no assento, sentindo que as lágrimas vinham novamente.
(...)
— Vai, amor. Coloque as mãos na cintura e siga-me — Eu via Henry revirar os olhos mas obedecendo mesmo assim. — Três, dois, um e all the single ladies.— Comecei a cantar a música da Beyoncé o vendo me seguir conforme o ritmo.
— Por que você está me fazendo cantar isso? E por que está cantando? Nem solteira você é! Está destinada a ficar comigo.
— É só para se divertir, amor! Dança, vai. — Eu pulava para todos os lados o vendo rir.
(...)
— Quatro ovos. — Pedi, vendo ele me estender os quatro ovos. Onde eu quebrei um por um na batedeira. — Duas colheres de manteiga, duas xícaras de chá de açúcar e uma xícara de leite.— Ele pegou os ingredientes e eu coloquei novamente na batedeira.
— Chocolate em pó. — O menino derramou quatro colheres no recipiente. — Três xícaras de farinha e duas colheres de fermento. — Derramou por fim e eu liguei a batedeira.
— Se esse bolo não der certo, eu nunca mais tento nada na cozinha. — Observamos o bolo no forno.
Mais tarde, quando o bolo de chocolate estava pronto em nossas mãos, tiramos uma foto super animados por finalmente ter conseguido.
(...)
— Não vamos mesmo. — Eu dizia paralisada ao me deparar com o tamanho daquela montanha-russa.
— Vamos, amor! Não é tão alto assim! Não vai dar medo! — Ele insistia tentando me fazer mudar de ideia.
— Não adianta insistir! Me recuso a subir nisso. É capaz de eu ter três paradas cardíacas nesse brinquedo da morte. — Neguei vendo o garoto bufar. — Quero ir no carrinho bate bate, muito mais seguro. — Cruzei os braços.
— Vamos fazer um trato? — Estreitei os olhos. — Você vai comigo na montanha russa e depois vamos no carrinho bate bate, pode ser? — Eu pensei um pouco. — Vai, Luna! Por favor.
— Você é um chato aventureiro.
No fim, não foi tão assustador assim. Estava quase vomitando na cara de Henry, mas foi tão divertido que não tive tempo para isso. Depois fomos nos carrinhos bate bate e percebi que Henry era igualmente ruim naquilo. Era ruim dirigindo na vida real e nos brinquedos.
(...)
Eu vou voltar para os seus braços e nós vamos viver o amor da forma mais linda possível, Henry.
Em um eterno próximo.
Eu sei disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Amor NÃO Pode Curar II
RomanceLIVRO II DA DUOLOGIA "O AMOR PODE CURAR". Luna vê o relacionamento de seu irmão com a sua cunhada como um espelho. Pois Luke e Hannah sempre estiveram ali no momento mais difícil um do outro. Viveram longos anos juntos e agora finalmente iam se casa...