28. Conversas esclarecedoras.

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— Nem acredito que finalmente terminamos o colégio! — Aurora dizia animada depois de acabarmos de sair da última aula do dia.

Finalmente terminei o terceiro ano...

Os resultados das provas foram entregues na semana passada. E era um alívio saber que minha nota mais baixa foi B.

As coisas pareciam mais leves depois da minha conversa com Hannah há umas três semanas atrás. Eu parecia mais calma em relação às minhas escolhas e com a ideia de que se eu me arrependesse, eu poderia tentar de novo. Eu posso me permitir tropeçar, não é? O importante é não cair.

O futuro era a única coisa que parecia estar entrando nos eixos.

O meu relacionamento eu nem sabia mais se poderia ser chamado assim. Eu e Henry nunca ficamos tão distantes. Mas fui eu que propôs isso, certo? Não poderia culpa-lo. Eu disse a ele que precisávamos de um tempo e ele estava respeitando isso. Mas aquela foi a primeira vez que eu precisava do Henry que tenta conversar, que tenta se aproximar e que não guarda o que sente para si mesmo. Eu precisava tanto desse Henry.

E bom, bob apenas piorava. A veterinária me disse que a melhor solução para não causar mais dor a ele, seria o sacrificando. Mas eu não podia fazer isso. Eu precisava muito dele ainda. Eu ainda o queria aqui. E seria egoísmo meu fazê-lo sofrer para que eu não sofresse? Sim, era muito egoísmo. Mas eu não podia evitar.

Hannah me aconselhou a conversar com Henry há algumas semanas. Disse que ele precisava saber o que estava acontecendo, pois afinal, o cachorro também era dele. Mas eu nunca sabia como chegar e dizer o que estava acontecendo. E ele também não parecia muito interessado em saber de Bob já que nem ao menos procurou o cachorro nesse tempo em que estamos afastados.

— Está animada para mais tarde? Vamos finalmente inaugurar nossos vestidos de formatura! — Aurora declarou em meio aos seus pulinhos de felicidade.

Fui com Hannah comprar o meu vestido de formatura. Ele era simples, mas a sua simplicidade o tornava belo. Ele possuía uma cor vinho bem viva, a parte do peito firme, com um decote reto e com duas alças finas. O vestido se abria em um estilo princesa, terminando um pouco acima do pé.

Compramos também um casaco longo de pelinho branco, tão delicado quanto o vestido. Hannah decidiu que o melhor a se usar seria um salto fino branco, mas disse que a escolha era minha.

Eu decidi ousar e comprar o salto branco. Mesmo tendo a total consciência de que não aguentaria uma hora com aquilo nos pés.

— Estou sim! Hannah vai passar lá em casa para me ajudar a me arrumar! — Declarei, vendo-a sorrir.

— É bom vê-la animada. — Aurora sorriu, feliz. Eu retribui o seu sorriso e percebi que atrás dela, Ben tentava se aproximar de nós duas.

Decidi me despedir da garota e fiz um sinal para Ben se aproximar enquanto eu caminhava na direção oposta à ele.

(...)

— Podemos prender o seu cabelo em um coque soltinho cheio de cachos, o que acha? — Hannah perguntou quando me sentei em frente ao espelho, esperando que terminasse a sua avaliação. — Ou então deixá-lo solto e fazer alguns cachos para realçar a beleza do cabelo.

— O que acha melhor? — Perguntei, vendo que o meu celular começou a tocar.

Era Luke.

— Seu futuro esposo está me ligando. —  Eu estendi o celular para ela.

— Não vive sem mim. — Ela balançou a cabeça com um sorriso, me fazendo rir. A mulher atendeu a ligação, colocando no viva-voz. — Amor, eu estou ocupada com a minha cunhada, o que deseja?

Eu desejo paz, é só isso que eu quero. Eu só preciso de paz! — Luke praticamente berrou em desespero. O que me fez arregalar os olhos.

Encarei Hannah, a vendo revirar os olhos com um sorriso.

— Ele está assim porque como eu desliguei o celular, provavelmente os organizadores do casamento estão mandando mensagem para ele. Ele não aguenta a pressão que colocam nele, tadinho. — Ela sussurrou, Para que somente eu escutasse. — Oh, meu amor! O que aconteceu? — Piscou para mim, me fazendo rir.

Eu não estou entendo mais nada! Agora estão me perguntando qual seria o prato ideal para o jantar principal! Eu nem sabia que teria janta! Fora um doce de nozes que perguntaram se poderia adicionar no cardápio, quem come doce de nozes? — Ele dizia completamente confuso. — Tão me pedindo opinião de tapete, amor! TAPETE. — Ele gritou a última palavra, me fazer gargalhar. — Meu Deus, eu não aguento isso. Será que você poderia por favor ligar o seu celular e escolher o bendito tapete?

— Está bem, vou ligar. Não precisa se preocupar pois eu sei exatamente como resolver o seu problema. — Disse a ele.

Eu sei, você sempre sabe resolver os meus problemas. É por isso que estou me casando com você. — Eu peguei o meu celular da mão de Hannah.

— Ah, já chega. Não vão começar com as conversas melosas! Meu celular é anti-breguice. — Declarei, o fazendo rir no outro lado linha.

Está bem. Eu e Henry estamos passando para almoçar. Hoje é o baile de vocês dois, não é? Ele vai se arrumar aí. Tchau, até daqui a pouco. — Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, Luke desligou o celular.

Encarei Hannah com um desespero correndo pelo meu corpo. Ela abriu um sorriso reconfortante.

— Talvez seja bom para esclarecer algumas coisas. — Declarou.

— Tem certeza que o dia do baile escolar é bom para esclarecimentos?

— Não existe tempo ruim para conversas esclarecedoras. — Ela me fez virar de volta para o espelho, apoiando suas mãos em meus ombros. — Vai dar tudo certo, Luna. Esse era o empurrão que você precisava para conversar com ele. E seu irmão te ajudou, está vendo?

— Ele é o único que não tem ciência de nada, não é? — Eu ri, me lembrando que provavelmente não sabia dos acontecimentos pois estava trazendo Henry para cá.

— Acho que vai se sentir um pouco excluído quando descobrir. — A menina me acompanhou em uma risada.

O Amor NÃO Pode Curar IIOnde histórias criam vida. Descubra agora