prólogo

1K 70 7
                                    

A música estavas deveras alta e os corpos moviam-se obscenamente. Perdera a consciência dos meus atos a algum tempo atrás, o meu copo estava vazio e olhar para o seu interior vazio dava-me vontade de vomitar tudo o que tinha bebido, acabei por deixar o copo num canto qualquer e caminhei para fora da casa de Calum, que amanhã não estaria num estado muito apresentável, o ar fresco fez-me tremer mas eu precisava de ar, ar puro, no jardim da podia-se contemplar a melhor vista de sempre, aqui de cima tudo era mais bonito as luzes dos edifícios e o céu que parecia estar mais próximo.

Suspirei pesadamente assim que senti um par de mãos frias na minha cintura, Michael, reconhecia o seu toque nos confins do mundo. Num ato rápido retirei as suas mãos da minha cintura, o que o fez ficar confuso.

"Hope tu sabes o que queres, não te faças de difícil." Michael falou sem rodeios virando-me para ele num movimento brusco.

"Eu não quero nada Mikey, mas tu talvez queiras" Sorri inocentemente, neste momento não tinha consciência do que fazia e muito menos do que dizia.

"És uma bêbada inocente Hope" Michael riu passando o seu polegar contra a minha bochecha, arrepiando-me. No final das contas ele talvez tivesse razão.

"Michael se me queres levar para a cama, outra vez, não precisas de fazer isso" As palavras simplesmente saíram da minha boca antes que eu pudesse pensar.Michael continha uma expressão confusa, deixando-me nervosa.

Ele não podia saber, ele não podia desconfiar.

Deixei de lutar nos seus braços e finalmente desisti de o contrariar. Os lábios de Michael tocaram os meus levemente, antes de estes literalmente travarem uma batalha intensa. As minhas mãos descansavam no pescoço dele enquanto que as mãos de Michael viajavam pelo meu corpo na ânsia de mais, até que me puxou contra o seu peito eliminando todo o espaço que existia entra nós.

"Sinto-me uma idiota Michael tu fazes isto com todas" Disse sentindo o meu coração apertar.

"Não Hope." Michael sussurrou contra o meu pescoço mordendo levemente a pele deste. "Eu amo-te Hope" Michael riu um pouco.

Estava alcoolizado

"Estás bêbado Michael" As minhas mãos desceram do pescoço dele até ao seu peito empurrando-o. Não o conseguia fazer, não agora nem nunca. Fizemos a promessa de não criar sentimentos e eu quebrei a promessa por isso queria afastar-me dele. "O álcool dá-te coragem para dizer aquilo que não consegues dizer quando estás sóbrio"

"Chega Michael, por favor" Pedi antes de desaparecer na escuridão daquele jardim. A minha cabeça estava a mil a hora, sentia-me prestes a explodir eu já não aguentava mais prender todos estes sentimentos dentro de mim. Eu queria-o, não simplesmente em termos carnais. Eu queria poder abraça-lo sem me sentir constrangida por estar a fazer algo errado.


Eu queria que ele soubesse que eu o amava.

HOPE » Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora