37. Pequena coisa sem nome

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O relógio marcava as três da manhã. Joanne queixava-se de uma dor súbita no fundo da barriga. Calum aflito achou melhor regressarmos a casa, até porque no dia seguinte havia uma viagem longa que nos esperava.


"Dói muito" Joanne gemeu afundando a cabeça no peito de Calum que lhe fazia festas na barriga tentando acalmar a sua dor.


"É melhor irmos ao hospital Joanne" Disse sério.

"São dores normais da gravidez, Calum não te preocupes de amanhã a dor continuar vamos ao hospital falar com o meu médico" Avisou tentando arranjar uma posição confortável.

Luke era quem conduzia desta vez porque Ashton já ia meio a dormir. Assim que chegamos Michael guiou-me pois eu já estava mais a dormir do que acordada. Deixei o meu corpo cair sobre a cama e descalcei-me com alguma dificuldade. Em seguida tirei o vestido despreocupando-me como iria dormir.


"Devias ficar assim todas as noites" Riu abraçando-me.


"Não abuses" Murmurei inspirando o cheiro do perfume dele misturado com o meu nas almofadas.


"É um elogio idiota!" Riu alto beijando o meu ombro, baixando a alça do meu sutiã.


"Mike não!" Voltei a murmurar afastando-o voltando a por a alça no sítio. "Dorme Gordon" Puxei o seu braço e deixei a sua mão sobre o meu peito.


"Tu estás a provocar-me.." Ri baixo, retirando a mão dele da minha pele, virei-me para ele e mesmo apenas com a iluminação da lua conseguia ver os olhos verdes dele.


"Pronto, dorme agora!" Revirei os olhos abraçando o seu corpo sentindo-me cada vez mais adormecida.


Noites como estas faziam-me bem. Noites em que eu queria dormir e Mike tinha outros planos em mente. Noites em que eu já estava quase a dormir e ele começava a falar alegremente sobre qualquer coisa. O tempo parecia parar para nós, mas para o resto do mundo parecia correr. Ele fazia tudo ficar melhor.


"Hope?" Sussurrou fazendo corações imaginários na minha pele. "Estás acordada anjo?"


"Hm.." Apenas murmurei algo para entender que sim, ainda estava acordada.


"Vem viver comigo" Disse sério e eu abri os olhos numa fração de segundos.


"Viver, viver na mesma casa? Tipo de partilhar um apartamento? Tu queres que eu vá viver contigo?" Disse despertando um pouco. Michael sempre gostou do seu espaço e quando me levou lá pela primeira vez eu fiquei surpreendida.




"Sabes? Eu aceito o convite." Sorri beijando a sua bochecha. "Mas com uma condição.."


"Diz"


"Vamos pagar tudo a meias, renda, contas, compras. Tudo." Avisei. Se ia viver com mais uma pessoa, sendo essa pessoa o Michael não o ia deixar sustentar-me ou até mesmo pagar por despesas que eu também irei criar.


"Hope.." Grunhiu frustrado.


"Michael, vais fazer 22 anos no fim do ano. Graduamos-nos a pouco, é uma ajuda, senão nada feito" Ri observando-o ceder.


"Pronto, depois nós vemos isso melhor"


Voltei a deitar-me quando este acabou, virei-me de costas para o mesmo. O peito de Mike contras as minhas costas aquecendo-as e os seus braços em redor do meu peito protegendo-me de todos os males do exterior. Neste momento eu estava em casa. Ele era o meu lar. Este abraço forte era o meu lar. Os beijos dele na ânsia de mais eram o meu lar, o toque dele era o meu lar. Michael o rapaz que se intitulava sem sentimentos era o meu lar.


[...]


Acordei primeiro que Michael, e como uma boa pessoa não o acordei e comecei a arrumar as nossas malas. Meia hora depois, quando apenas uma muda de roupa estava fora da mala, decidi tomar um banho refrescante e pensar em tudo. Vesti umas calças pretas de fato-treino e uma camisola de manga curta preta também. Quando sai do quarto de banho já vestida mais ainda com uma toalha na cabeça Michael já estava acordado, os furos da persiana iluminavam o quarto em tons alaranjados deixando assim visível as pequenas partículas de pó no ar.


"Devias ter-me acordado para tomar banho contigo." Disse levantando-se observando que já tinha tudo arrumado. "É por isso que te amo Hope" Riu piscando-me o olho.


"Deves-me uma Gordon" Atirei-lhe com a toalha do cabelo e antes que ele pudesse fazer alguma coisa desci as escadas em passos pesados rindo.

Joanne estava a tomar o pequeno almoço com cara de poucos amigos. Entendo-a dores nas costas, nos pés e um feto que não a deixa dormir deve ser difícil. Desejei-lhe bom dia carinhosamente.

"Bom dia mãe" Beijei o topo da sua cabeça e baixei-me até a sua barriga. "Bom dia pequena coisa sem nome" Ri e Joanne bateu-me na cabeça fazendo-me rir.


"Ele ou Ela vai ter um nome em breve" Disse ofendida.

HOPE » Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora