03. "Estás a recitar Chasing Cars Michael."

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Três dias se passaram. Apenas saia do pequeno espaço que divida com Tara para ir as aulas, mas para minha alegria o fim de semana tinha chegado. Deitada na cama apenas a luz do Sol iluminava estas paredes. No meu corpo estava uma das camisas de Michael, sentia-me uma idiota mas na verdade eu sentia a sua falta. Aquele camisa tinha o cheiro dele, aquele camisa tinha a marca dele, aquela camisa de certa forma fazia-me sentir mais próxima dele e das recordações boas que tínhamos.

E neste momento elas dominavam-me como se sonhasse viva.

21 de Agosto de 2014

O Sol queimava a minha cara incapacitando-me de continuar a dormir. Remexi-me no meio dos lençóis acabando por ir contra o peito de Michael, nada disto parecia real. Assim que observei o rapaz de cabelo pintado, as memórias da noite passada passavam na minha mente como uma cena de um filme.

"Bom dia" Sorri, naquele momento eu estava feliz.

"Bom dia Hope" Michael disse rouco envolvendo-me nos seus braços, entrelaçando as nossas pernas em seguida.

"Eu não quero sair daqui nunca mais" Disse inocentemente desenhando pequenas espirais no peito pálido de Michael.

"Há tanto para ver lá fora, está um dia lindo Hope" Tentou convencer-me a levantar-me.

"Só mais dez minutos por favor Mikey" Pedi aconchegando-me no calor do corpo de Michael.

Alguns minutos se passaram e o toque de Michael no osso da minha anca e os seus beijos espontâneos no meu pescoço alternando para as clavículas faziam-me querer ainda mais ficar com ele.

"Nunca me deixes Michael, por favor" Sussurrei num tom quase inaudível.

22 Junho de 2015

Estava sozinha, Tara tinha saído e eu agradeci por isso, assim podia chorar a vontade. As lágrimas corriam pela minha cara molhando a manga da camisa que vestia. Tudo o que queria era tê-lo novamente do meu lado, independentemente de tudo. Porque antes de qualquer coisa que possamos ter tido éramos amigos, e se não podia ter o amor dele, preferia ter a amizade dele.

11 Outubro 2014

As folhas começavam a ganhar alguma cor, e algumas caiam deixando assim a relva com outras cores. Nada nem ninguém podia retirar o sorriso que tinha na cara, sorria de orelha a orelha. Michael e eu estávamos sentados debaixo de um velho carvalho, a brisa do vento era fraca mas suficiente para fazer o meu cabelo voar. As gargalhadas que Michael e eu trocávamos deixavam-me quente, deixavam-me mais viva.

"Se eu me deitar aqui ficarias comigo? Esqueceríamos o resto do mundo e o que é suposto fazermos antes que fiquemos velhos demais. Porque a única coisa que me parece certa agora és tu Hope" Michael disse finalizando com um pequeno beijo nos meus lábios. Rápido mas mesmo assim cheio de emoção e sentimentos.

"Estás a recitar Chasing Cars Michael."

"Não estragues o momento Hope" Michael apertou-me nos braços dele.

"Vamos queimar tempo a perseguir carros na nossa cabeça." Sorri deitando a minha cabeça no peito de Michael.

30 Março de 2015

Estava no colo de Michael, e as suas mãos estavam por cima das minhas que por sua vez estavam na sua guitarra, no intuito de me ensinar a tocar.

"Vês não é difícil babe" Michael sussurrou contra a minha orelha, arrepiando-me mesmo que já estivesse habituada.

22 Junho 2015

Estava deitada na cama enrolada nos lençóis, estava uma desgraçada naquele momento. Não existia maneira possível de descrever o que estava a sentir. Havia dado tudo o que tinha e agora não tinha mais nada. O meu interior estava vazio, não me sentia viva. O mais frustrante é que eu sinto-me um caco partido e com toda a certeza Michael está lá fora a fazer-se sabe-se lá o que. Ele não queria saber, ele continuava a viver. Ele vivia com a dor e a dor já não parecia conseguir atingi-lo.

Estava cansada de chorar e de me sentir agoniada. Acabei por adormecer na cama, que estava fria e parecia-me solitária. Tudo o que queria não podia ter.

HOPE » Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora