19. Cedo demais para o fim

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Hope

A solidão devorava-me. Esta casa não era o meu lar, nunca me senti em casa nestas paredes. Com o passar do tempo, aprendi que o significado de lar pode não passar de dois braços que me abraçam quando tudo dá errado. O meu lar era Michael, mas ele não estava aqui. Ele não está aqui.

Quando dei conta as minhas lágrimas escorriam e estava sozinha sentada a porta do hospital. Sentia-me frágil. Magoada.

Eu precisava dele, do amor dele.

Não sei o que me levou a fazê-lo mas levantei o meu olhar, com a vista turva vi alguém de cabelo vermelho. Era ele. O meu coração parou por segundos porque eu juro que perdi a noção dos meus sentidos por segundos.

Levantei-me como uma flecha e corri, com alguma dificuldade, até ele. A maneira como os braços dele me envolveram fizeram com que o frio desaparecesse. Estávamos juntos, e naquele momento eu sabia que nem o fim do mundo me faria sair dos braços dele.

Michael afastou-me do seu peito envolvendo o meu rosto nas suas mãos frias, os polegares dele acariciavam a minha pele com ternura. Eu vi o amor nos olhos dele.

"Eu amo-te Hope, desculpa por nunca te ter dito por te ter tratado mal por te ter magoado por te ter dito coisas que não devia. Desculpa se alguma vez te fiz lembrar o teu pai, desculpa meu amor. Eu amo-te Hope" Michael beijou os meus lábios, apanhado-me de surpresa, o seu toque parecia ser urgente.

"Eu tenho medo Mike, medo de o perder" Admiti. "Medo de não me despedir"

"Hope meu anjo ainda é cedo para ser o fim, ele vai acordar" Reconfortou-me e começamos a caminhar de volta até minha casa.

O caminho fez-se silenciosamente, mas não me perturbava o silêncio dele. Estava nos seus braços, ele tinha-me completamente. Por muita dor que sentisse tê-lo do meu lado amenizou a situação.

"A tua mãe não se importa de eu ficar aqui?" Questionou vendo-me abrir a porta.

"Não" Respondi breve.

"E se ela se importar?" Voltou a perguntar nervoso.

"Nesse caso temos a casota do cão" Tentei brincar assim que entramos, vi Michael agarrar na minha mão.

Vi a minha progenitora sair da cozinha e com uma cara de fantasma cumprimentou Michael, ela olhava-me com um olhar questionador e eu não sabia o que dizer-lhe.

"Estás crescido Mikey" Sorriu admirando-o. "Estás mais alto" Sorriu rindo.

Observei-os por um tempo e depois de uns minutos, disse que queria descansar Mike assentiu e rapidamente subiu as escadas do meu lado sem antes primeiro desejar boa noite a minha mãe.

Assim que a porta do meu antigo quarto foi fechada Michael sentou-se na minha cama, pegando numa moldura minha antiga de quando criança. Tentei tirar-lha mas não resultou.

Despi-me até ficar apenas com uma camisola e roupa interior e deitei-me sobre ele, deixando a minha cabeça nas suas coxas. Michael rapidamente voltou a colocar a moldura no seu sítio e encostou-se a parede, ele mexia no meu cabelo transmitindo-me paz e harmonia, e sentia que em menos de dez minutos estaria a dormir.

"Obrigada por estares comigo" Sussurrei. "Como está a Joanne?" Perguntei nervosa.

"Preocupada mas sabe que estás bem agora" Respondeu-me retirando o seu casaco atirando-o para o chão em seguida.

"Se tudo correr em breve eu vou voltar" Tentei sorrir.

"Voltamos, eu não te vou deixar meu anjo" Envolveu-me nos seus braços. "Desculpa se alguma vez te magoei com a minha estupidez"

"Não penses mais nisso Mike, não importa mais o passado. Não podemos viver presos com os demônios do passado" Entrelacei os seus dedos nos meus sentindo-me cada vez mais sonolenta.

Michael

Hope adormecera não fazia mais de cinco minutos. Ela estava nos meus braços e eu sentia-me completo por tê-la preto de mim, como se nada me impedisse de ser quem sempre quis ser. Nada me impedia de a amar.

"Vais ficar bem meu amor, eu estou aqui agora" Murmurei apenas para mim abraçando-a ainda com mais força sentindo-a nos meus braços.

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Desculpem o capítulo ser pequeno, talvez ainda volte a publicar outro!!

Beijinhos,

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HOPE » Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora