34. 10 - 12 - 2010

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Ao cair da noite começou a chover um pouco. Estava um tempo bom, não muito frio, apenas o suficiente para não parecer o inferno. O jantar feito por Joanne estava maravilhoso, e as piadas dela ainda eram melhores. "Quando o bebé nascer, eu Joanne Hodd a escrava, vou estar aqui a limpar as águas e a acabar de cozinhar" Ainda me lembro do brilho dos olhos de Calum quando ela mencionou Hood.

Agora relaxadamente bebiam de uma garrafa de vodka, acho. Joanne ria das piadas de Calum e eu por arrasto do riso dela ria também. Tara já não dizia coisa com coisa, e Ashton parecia aborrecido. Luke e Amy beijavam-se no sofá descaradamente e sem vergonha. Michael estava sério e parecia irritado, deixando-me um pouco nervosa.

"Bebe Michael! Caralho parece que estás com medo" Tara disse alto entregando-lhe a garrafa.

Tremi um pouco com as palavras dela. Mas tremi mais quando Michael pegou na garrafa e bebeu desta deixando a sua cabeça cair para trás. Apertei a sua coxa, mas ele não parou e todos pareciam demasiados entretidos nas suas bebedeiras para o fazerem parar. Joanne estava mais apática que eu.

Gritei mentalmente as palavras dele na minha mente. "Vou beber um pouco, não embebedar-me" mas nada parecia melhorar. Tara por sua vez parecia contente em ver Mike beber, e eu olhei-a rapidamente, um olhar que bastou para ela parar e calar-se.

"Mike" Sussurrei, mas não me ouviu. "Larga essa merda" Gritei-lhe apertando com mais força a sua coxa.

"Puta que pariu cala-te Hope!" Gritou de volta pousando a garrafa com tanta força que eu não sei como ela não se partiu.

Olhei-o rapidamente. Numa fração de segundos antes de começar a chorar levantei-me e subi as escadas, ainda nestas consegui ouvir Joanne que presumo que estivesse a falar para Michael.

"Deixa, ela precisa de tempo agora"

Adentrei a varanda e sentei-me no chão observando o mar bravo. Ele gritava e assim eu não conseguia ouvir a minha mente. A chuva já não limpava a minha magoa nem os meus pecados. Neste singelo momento o amor já não me parece puro e sinto-me a desaparecer como se me estivesse a tornar no fantasma do meu passado assombrado. O céu já não brilha, as nuvens incapacitam-me de ver as estrelas. O olhar de Michael não era doce, o olhar dele transbordava os sentimentos que eu temia voltar a ver. A minha alma parece ter sido absorvida pelas profundezas do mar.

As recordações de muitas noites voltavam a pairar na minha mente, e era impossível não me sentir novamente naquelas cenários.

10 - 12 - 2010


O dia tinha corrido perfeitamente bem. A mãe deu-me o CD que eu tanto pedi, ela juntou o seu dinheiro para me dar, e eu fiquei muito agradecida por ela fazer isso por mim. Mesmo com despesas e pouco dinheiro ela deu-me o meu presente. Beijei a sua bochecha repetidamente e abracei-a com muita força tentando concertar a dor dela.


"Obrigada mãe!" Ela riu entrelaçando os nossos braços enquanto caminhávamos pelo centro comercial até ao centro comercial até ao carro.


"Sabes o que vou fazer para o jantar?" Perguntou com a sua alegria amável.


"Por favor diz-me que é lasanha!" Exclamei saltando quando ela me assentiu e vi que se dirigia pelo caminho mais longo o meu favorito.


Quando chegamos a casa, corri para o meu quarto e guardei o meu CD com muito carinho e cuidado na estante em seguida fiz os trabalhos de casa e quando acabei tomei um banho rápido. Quando tudo o que tinha de fazer estava feito, desci as escadas e encontrei a minha mãe na cozinha de cabeça baixa enquanto apertava a pedra da banca.

HOPE » Michael CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora