#9 - A rainha

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𝑂 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑒 𝑓𝑟𝑖𝑜 𝑒́ 𝑑𝑒𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑖𝑛𝑔𝑎𝑛𝑐̧𝑎, 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑏𝑒𝑚 𝑜 𝑑𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎𝑟, 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑝𝑜𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑎 𝑑𝑒𝑑𝑖𝑐𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜.

- 𝑨𝒑𝒓𝒆𝒄𝒊𝒆 𝒔𝒖𝒂 𝒓𝒆𝒕𝒂𝒍𝒊𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐.

Levou algumas semanas pra convencê-los da idéia de me mudar.

Minha mãe negava que eu teria a capacidade de me virar sozinha se mudasse outra vez.

Meu pai teve que explicar a ela que eu era dona da minha própria vida agora e que não poderiam me impedir.

- só cuide bem de você como você faz com este carro - disse meu avô dando tapinhas de consideração no capô do Impala - de resto, sei que vai dar conta.

E ele ainda ajudou a empacotar tudo e me entregou um dinheiro extra, por precaução.

- vou com você - disse Alex enquando me ajudava a arrumar as caixas no porta malas.

O estranho de se mudar sozinha é que parece que sua vida toda cabe em apenas algumas caixas velhas.

- calma o que? Não! E a oficina? Ou o seu avô?

- qual é, se o seu vai ficar bem sem você o meu nem sequer vai dar falta de mim, além disso estou preocupado, a um tempo atrás você nem queria viajar pra sua casa e agora está se mudando do nada?

- Alex eu não preciso de um protetor.

- mas precisa de um amigo, não? - ele diz cruzando os braços - eu já fiz minhas malas, não pode me impedir.

Aff por que ele tinha que ser tão teimoso??

- tudo bem, mas se acabarmos morando em baixo da ponte e sem dinheiro lembre-se que foi você que quis ir.

Ele me olha meio assustado pelo pensamento de se tornar um sem teto, mas logo recupera sua pose de confiança.

- relaxa eu posso brigar por uns papelões pra fazer uma cama pra gente. - ele diz e depois de algumas horas, naquele mesmo dia, estávamos indo rumo a outra cidade.

Começar uma vida nova.

E ir atrás da minha vingança.

Brigamos para por as músicas, rimos muito e dormimos no estacionamento de postos de gasolina enquanto não estávamos procurando por um apartamento ou um novo emprego na nova cidade.

Até que um anúncio de apartamento apareceu e podíamos pagar o primeiro aluguel em três meses.

Aquilo era perfeito.

Podíamos morar em um lugar descente antes mesmo de nos preocuparmos com dinheiro.

Quando entramos na cidade o cheiro de fumaça de motor e asfalto quente invade meus poros, usamos o GPs para chegar até o estacionamento do novo apartamento.

Lar doce lar.

Já é um alívio não termos que dormir no carro por algumas semanas, e isso seria assustador.

Eu peço uma chave na entrada do prédio após assinar os contratos, falei com eles por telefone e a mulher no balcão ainda me olhou atentamente até se convencer de que não iríamos roubá-los ou vender metanfetamina no banheiro do apartamento.

DesacelereOnde histórias criam vida. Descubra agora