#10 - o vizinho perverso

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𝑂 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑖𝑛𝑖𝑚𝑖𝑔𝑜 𝑒́ 𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑎 𝑎𝑜 𝑙𝑎𝑑𝑜

(𝑳𝒊𝒕𝒆𝒓𝒂𝒍𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆)

Eu fico alguns minutos atrás do volante depois que chego no prédio, a visão daquele homem sendo arrastado em sua própria poça de sangue ainda me assombra, é aquele destino que me aguarda se eu não for cautelosa com os meus planos.

Claus não tem a menor ideia de com quem está lidando, jogar o jogo de Thomas nunca é um benefício, é enrolar uma corda no próprio pescoço.

Ele pensa que ninguém pode destruir a reputação que passou anos construindo com muito esforço, escondendo todos os seus pecados e pervesidades a plena vista e se for ameaçado ou provocado ele revida.

O piloto que perdeu a corrida tendo Thomas como patrocinador teve o azar de descobrir isso da pior forma.

Ele provocou o diabo, então recebeu o que merecia, é o que o Quill faz, é assim que ele consegue o que quer.

E eu quero que ele sofra como fez claire sofrer e quero que se arruine tanto quanto tentou me arruinar naquele parque.

O odeio tanto que quero vê-lo ruir.

Mas não irei conseguir nada longe daquela corrida clandestina, e terei que confessar para Alex o motivo de estarmos aqui, o verdadeiro motivo.

Sinto a culpa fazer um nó na minha garganta, aumentando conforme subo no prédio e paro diante da minha porta.

Meus pensamentos estão em um turbilhão, meus pulmões estão fazendo um esforço dobrado para funcionar e meus membros são tensos como metal enferrujado na chuva.

Mas o que não ajuda é o som alto do apartamento vizinho, um rock insurecedor e mais do que insuportável, outra vez.

Eu sei que Alex disse para não criar inimigos logo de cara, mas não é possível que ninguém reclame com eles desse barulho.

E eu preciso mostrar que agora eles têm novos vizinhos.

Passo da minha porta com passos enfurecidos até a porta deles, bato algumas vezes de modo audível mas até a porta está tremendo com o barulho, então nem sei se fui escutada lá de dentro.

Cruzo meus braços por um minuto batendo os pés impaciente, quando demora mais um pouco eu levando o punho para bater outra vez.

É quando a porta se abre, o barulho antes que já era alto acaba de piorar com a porta aberta. Meus tímpanos doem e eu sinto as vibrações das notas acelerar meu corpo inteiro, como se até meus órgãos pudessem ouvir aquela melodia horrível.

- ah olá. - um rapaz de cabelos castanhos e olhos de mel atende a porta, ele está... Somente de Cueca? - posso te ajudar?

Eu viro meus olhos pro outro lado do corredor. Por que ele está seminu para atender a porta??

- sua música, está alta demais.

Ele parece ponderar o pedido, se aproximando para olhar para onde estou olhando.

- chegou no andar de baixo de novo?

- não... Chegou até o apartamento do lado - eu tento me apresentar decentemente mas assim que me viro de frente pra ele noto a cor da sua cueca box e olho pra baixo - eu Moro aqui do lado.

- ah, uma nova vizinha então? Interessante - ele cruza os braços mais animado - então estamos incomodando você?

"Estamos"? No plural?

DesacelereOnde histórias criam vida. Descubra agora