Desacelere

#18 - proposta irrecusável

𝘕𝘢̃𝘰 𝘱𝘦𝘳𝘵𝘦𝘯𝘤̧𝘢 𝘢 𝘯𝘪𝘯𝘨𝘶𝘦́𝘮, 𝘢 𝘴𝘶𝘣𝘮𝘪𝘴𝘴𝘢̃𝘰 𝘷𝘪𝘳𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘪𝘭𝘪𝘦̂𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘦 𝘢 𝘳𝘦𝘴𝘪𝘭𝘪𝘦̂𝘯𝘤𝘪𝘢 𝘷𝘪𝘳𝘢 𝘱𝘰𝘥𝘦𝘳.

𝘌́ 𝘴𝘦 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘦́𝘮 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘰𝘭𝘢 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰, 𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙤𝙡𝙖 𝙩𝙖𝙢𝙗𝙚́𝙢 𝙖 𝙫𝙤𝙘𝙚̂.

- 𝒄𝒖𝒊𝒅𝒂𝒅𝒐 𝒆𝒎 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒄𝒐𝒏𝒇𝒊𝒂.

Faz dois dias desde que saí da cama de Kellan Arkins, dois dias a menos do meu acordo com Peter.

Faltam apenas cinco.

O tempo é uma coisa sutil e irônica, não percebemos que ele é escasso até vermos que não temos mais muito dele.

Nós somos assim com muitas das coisas que temos na verdade.

Principalmente em relação ao amor.
Estou a dois dias evitando Kellan Arkins para me saciar da falta dele, e tudo o que ainda sinto é sede dele.

Esqueço aos poucos de como é o seu e o seu toque e parte de mim quer ter mais disso outra vez apenas para não esquecer completamente.

Como um alcoólatra que promete beber apenas de uma gota da taça, apenas uma.

Mas sabe que é o suficiente para condená-lo pelo resto da vida.

É como eu me sinto, sem tempo e tendo necessidade, mas principalmente, estou com muita sede.

Preciso me controlar.

- está tão inquieta na cama que estou quase interessado no que te incomoda. - resmunga Alex - são seis da manhã Aurora, se aquieta mulher.

Caleb voltou para o apartamento no entardecer de domingo, eu saí com Peter no sábado e dormir no apartamento em seguida, o que faz hoje ser o amanhecer de uma segunda feira.

E estou dividindo a cama com Alex desde domingo também, uma por que nenhum de nós dois tem dormido direito de toda forma.

Além disso, graças aos ferimentos e os pontos caseiros feitos com agulha e linha preciso observá-lo atentamente, se ele tiver muita febre seus cortes podem evoluir uma infecção e não teremos escolha a não ser ir a um hospital.

E depois de todo trabalho feito para encobrir a noite caótica em que a máfia os torturou, fazer isso tornaria tudo ainda mais em vão.

Mas apesar de ser a vida dele em risco no meio de tudo isso, a única coisa que o preocupa é a minha insônia.

Eu deveria soca-lo por possuir tanta empatia. Só que por hora, não posso.

- você quem ficou me abraçando a madrugada inteira, quem tem que sossegar o fogo no rabo é você. - retruco lhe provocando, nenhum dos dois deve voltar a dormir de toda forma.

- desculpa se eu tenho sonhos quentes com um homem alto, loiro e bonito e no lugar de ser ele na minha cama só me reste você. - ele diz me jogando um travesseiro de forma pouco agressiva.

Ele não tem muita força para me sufocar com uma almofada, mas acho que se tivesse, faria isso.

- acha que está apaixonado por ele? - pergunto sem pensar, trazendo um assunto mais sério a tona.

Isso deixa Alex em silêncio por um minuto, talvez eu não devesse ter falado nada, nem sequer é da minha conta.

- não sei. - ele responde brandamente - é que, só é estranho.