Di Laurentis & Leclerc.

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No primeiro dia de aula do último ano do colegial, Henry Di Laurentis se apoiou no armário ao lado do meu e abriu um daqueles seus sorrisinhos que me tiravam do sério.

Ele usava a mesma jaqueta de couro de sempre, mesmo sendo verão em San Diego. Como aguentava usar aquilo? Apenas Henry conseguia responder isso.

Cachos. – disse ele.

– O que você quer? – uma carranca se formou em meu rosto.

Ele pôs a mão no peito, fingindo-se de ofendido.

– É assim que você trata seus colegas de equipe? Que rude!

– Perdão, ó meu lorde. O que deseja?

Desde que me mudei para San Diego, três anos atras, Henry é uma mosca irritante, infelizmente sempre presente no meu dia a dia. Ambos fazemos parte do mesmo kartódromo, sendo os meninos de ouro do meu tio. – nosso treinador.

Mas todos sabemos que eu sou a melhor, e a favorita.

Nós temos um relacionamento estranho. As vezes parecemos amigos, as vezes parecemos estar flertando, e maior parte do tempo estamos discutindo, quase pulando no pescoço um do outro. 

Ele passou a mão pelos cabelos, rindo.

– E aí, como foi Boston? – cerrei os olhos.

– Como sabe que eu estava em Boston?

Deu de ombros.

– Quando se trata de você, seu tio fala pelos cotovelos. O que foi fazer lá?

– Visitar meus pais.

– E fugir de Eros? 

Não pude evitar e revirei os olhos.

– Não fugi de Eros.

– Char, docinho, todos já sabem que vocês terminaram.

Apontei o dedo indicador na sua direção.

– Diferentemente de você e da sua Sandy, Eros e eu não terminamos, ô Danny Zuko.

– Hannah e eu não terminamos, Lottie

Fiz uma careta, franzindo o nariz. 

– Detesto quando me chama de Lottie.

Henry chegou perigosamente perto, seu peito quase encostando no meu.

– Prefere Cachos?

O apelido escapou por seus lábios num tom provocativo. Seus olhos cor de mel se fixaram nos meus.

Tão... atrativos.

– Você me diz, James Dean. Prefiro? – provoquei.

Ele humedeceu os lábios. Eu o copiei.

Alguém limpou a garganta atras de nós. No mesmo instante, o sorriso malicioso de Henry se transformou numa carranca.

E eu sabia exatamente quem era.

– Leclerc. – ele resmungou.

– Char, podemos conversar?

A pergunta foi direcionada a mim, mas Eros mantinha o olhar fixo em Henry. Cruzei os braços a frente do peito, olhando para ele, mas não em seus olhos.

– Não tá vendo que ela tá falando comigo? – disse Henry.

– Preciso te lembrar que ela é a minha namorada, Di Laurentis?

Futura ex-namorada, Leclerc, futura ex-namorada.

O loiro passou por Eros, esbarrando em seu ombro de propósito.

HEART RACEOnde histórias criam vida. Descubra agora