HEART RACE

Trazendo o Havaí à San Diego.

Nos levaram a sala de reuniões do kartódromo mais uma vez no sábado.

– Como vão meus pilotos favoritos? – Zara nos cumprimentou. – Temos excelentes notícias.

– Papi finalmente me deixou pilotar um kart?! – a pequena Nessa exclamou.

– Deus ainda não voltou, mija. – ela murchou como uma flor seca. – Como sabem, além de estarmos nos preparando para o campeonato na Itália, temos um processo jurídico acontecendo.

Vênus revirou os olhos, do outro lado da mesa.

– O senhor e a senhora Leclerc continuam na luta para não irem para a cadeia. – disse Zara. – Mas, com tudo o que temos, depoimentos e provas, há uma grande chance de vencermos.

– E isso significa que, serei responsável por Vênus até ela completar dezoito anos. – tio Victor explicou.

– Você não tem parentes que possam ficar com você? – Cole perguntou para a garota.

– Ambos os meus pais são filhos únicos e todos os meus avós já morreram, então..

Ok, mórbido.

– Isso basicamente significa que eu estou sendo emancipada? – continuou.

– Você se incomoda com isso? – Henry perguntou.

Ela hesitou um pouco antes de responder.

– Não. Nem um pouco.

Zara esboçou um sorrisinho, assim como eu.

– Muito bem, continuando..

Meu tio foi interrompido por três toques ritmados na porta de vidro. Matthew estava ali.

– Matty! – exclamei. – O que faz aqui?

Abracei o ruivo com força. Não conseguimos nos ver nos últimos dias, a Aquamarine tem tomado grande parte de seu tempo.

– Olá, Matthew. – disse o treinador.

– Olá senhor Perez, desculpe por atrapalhar. Vim trazer algo para os meus pilotos favoritos.

Ele distribuiu um papel para cada um, era um convite, para o seu aniversário de dezenove anos.

– Eu estou convidada? – Nessa perguntou.

– Infelizmente não, pequenina. – ele assanhou os cabelos dela. – Essa festa é para gente mais velha.

– Mas eles estão convidados. – ela apontou para o quarteto mais novo. – E Vênus é só quatro anos mais velha que eu.

– São quatro anos, pirralha. – Violeta argumentou. – É basicamente uma faculdade inteira.

A menor revirou os olhos.

– Acho isso injusto.

Ela cruzou os bracinhos e fez um beicinho exagerado.

– A vida é injusta, docinho. – toquei a pontinha do nariz dela com o indicador. – Obrigada pelo convite, Matty. Definitivamente estaremos lá.

– Hoje, na praia às sete e meia, tudo bem? – avisou. – Não tolero atrasos.

Nós rimos.

– Até mais tarde, Matty.

– Até mais tarde.

Perto das sete da noite, toques soaram na porta do meu quarto. Vênus havia ido para a casa de Annie, para que as duas conseguissem se arrumar juntas.