Eu sou grata por.

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Era feriado de ação de graças.

O dia aonde as folhas alaranjadas, bebidas com pumpkin spice e o peru tomam conta da cidade. É quase o ápice do outono.

E para celebrar o feriado, a família de Cole nos convidou para um jantar enorme, aonde estaria grande parte da aristocracia de San Diego.

– Vamos ficar em casa, por favor. – pediu.

E, por algum motivo, ele não queria que fossemos à tal festa.

– Cara, nós fomos convidados para uma festa da elite, é claro que nós vamos! – disse Milo.

– Mas a elite no caso, são os meus pais.

– Cole, os seus pais não são monstros de sete cabeças. – assegurei. – E é apenas uma festa.

Nos reunimos no kartódromo, para tomar algumas últimas decisões para a viagem, e acabamos entrando no assunto.

– Esse é o problema, Char. Não é apenas uma festa.

O garoto passou as mãos pelos cabelos, nervoso.

– Minha mãe vai querer me apresentar para todas as filhas das amigas dela. – Annie pareceu desconfortável com a ideia. – E o meu pai vai querer que eu fale com todos os amigos dele. E eles devem ter pelo menos uns cinquenta anos, ou pelo menos idade para serem os meus avôs.

Ele se jogou no sofá, entre Annabeth e Vênus.

– Ainda não entendi o problema. – falou Vênus.

Eu a repreendi com o olhar.

– O problema é que essa festa vai ser enorme, haverá dezenas de pessoas e vai ser insuportável.

– Cole, é ação de graças, nós estaremos todos juntos. – disse Henry. – Pode ser legal. E o treinador não vai ter que cozinhar.

– Isso já melhorou meu dia em cinquenta por cento. – tio Victor afirmou.

Cole bufou e tombou a cabeça para trás.

– Se vierem reclamar para mim, dizendo que a festa tá chata, vou rir da cara de vocês.


A casa dos D'Angelo era tão grande, que a chamar de mansão era eufemismo. Um terreno que se estendia por acres e acres, um jardim bem cuidado, e sem mencionar a área de lazer.

Deck, piscina e tinha até mesmo uma fonte. Uma fonte.

– Esse lugar é enorme. – disse Milo, boquiaberto.

– Acho exagerado, isso sim. – Cole grunhiu.

Um grupo de garotas adolescentes desceu de uma limosine preta, cobertas de brilho e cheirando a um gigantesco frasco de Miss Dior. Milo e Cole as assistiram boquiabertos.

– Vamos logo entrar, Cole tem que ser apresentado para muita gente. – Annie falou com um tom ácido.

Ela levantou um pouco o vestido cumprido, para consegui andar melhor pela grama.

– Que bicho mordeu ela? – Henry murmurou no meu ouvido.

– O bicho do ciúmes.

Me apoiei nele, procurando equilíbrio para conseguir caminhar na grama úmida com os saltos finos.

Um senhor grisalho estava na porta, recepcionando todos. Ele cumprimentou Cole com um aceno e nos deixou entrar. O garoto conseguira alcançar Annie e agora andava com o braço entrelaçado ao dela. 

A casa era ainda maior por dentro. A porta dava bem em frente à uma enorme escadaria de carpete vermelho. Facilmente conseguia ver meu reflexo no piso.

HEART RACEOnde histórias criam vida. Descubra agora