A casa inteira acordou as três da manhã.
Entrei no quarto de Nessa silenciosamente e me sentei na ponta de sua cama.
Seus cachos estavam por todos os lados e um pouquinho de baba escorria pela sua boca.
– Ness, acorda. Tá na hora. – a chacoalhei de leve.
– Não. Mais cinco minutinhos. – grunhiu.
– Vamos, Amendoim. Nós vamos viajar.
Na mesma hora, seus olhinhos se arregalaram e ela pulou da cama.
– Itália!
Dei uma risada.
A deixei sozinha para começar a se arrumar. Desci as escadas para me deparar com uma versão zumbi de Vênus, tomando um copo de suco de laranja.
– Parece que alguém de matou, te ressuscitou e então matou mais uma vez. – comentei.
– Não sou uma pessoa diurna, Lottie. – meu apelido vinha acompanhado de uma imitação do forte sotaque da minha avó.
Revirei os olhos.
Vasculhei a geladeira, procurando por algo rápido para comer antes de sairmos para o aeroporto.
– Char, viu meus uggs? – Violeta perguntou, descendo as escadas.
– Você usa uggs? – Vênus fez uma careta.
– Você não?
– Estão do lado da sua mala branca. – falei, segurando a risada.
Ela agradeceu e subiu as escadas novamente, aos pulos.
– Quem ainda usa uggs? – murmurou Vênus. – Coisa horrorosa.
Peguei uma torrada e a lambuzei com pasta de amendoim e geleia.
Pouco depois, tio Victor desceu as escadas, parecendo conferir tudo mentalmente.
– Tá lembrando de levar as pilotas? – perguntei.
O mais velho deu uma risada nasal.
– Sinto que esqueceria a cabeça se ela não estivesse grudada ao meu pescoço.
– Fique tranquilo, contanto que você tenha todos os pilotos inteiros e os documentos, vai dar tudo certo. – disse Vênus.
– Os documentos! Eu sabia que faltava alguma coisa.
Parecíamos uma excursão colegial no meio daquele aeroporto. Maya veio se despedir de Violeta, os pais vieram se despedir de seus filhos. – exceto os D'Angelo, como sempre.
– Charlotte, pode se assegurar de que esse garoto vai me ligar todos os dias? – Ramona chamou minha atenção, dando um ultimo beijo em Henry.
– Prometo que darei o meu melhor.
Ela riu e beijou minha bochecha.
– Tenho que ir, deixei uma adolescente aborrecida em casa, por que não podia levar o irmão a aeroporto.
– Diga à Wendy que mandei beijos. – falei.
– Claro querida, até mais. Se cuidem, por favor.
Henry passou o braço por minha cintura e beijou a minha têmpora.
– Nessa sabe que vai ter que passar dezessete horas sentada? – perguntou, baixinho.
Neguei.
– Ela provavelmente vai morrer de tédio?
Assenti.
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HEART RACE
RomanceCharlotte Perez-Peterson, uma estrela juvenil do kart, se muda para a Califórnia buscando o sucesso. Três anos depois, Charlotte percebe que a sua vida perfeita em San Diego não é exatamente o que parece. Principalmente quando se trata do seu coleg...