HEART RACE

Deuses gregos.

Era domingo.

Eu deveria estar enlouquecendo no meu quarto, tirando todas as roupas do armário e reclamando para Violeta que não tenho nada para vestir.

Mas, ao invés disso, eu estava na Aquamarine, as sete da manhã, desabafando com Matthew, sentada no balcão, devorando uma caixinha de morangos.

– Você não seguiu meu conselho. – neguei. – E vai sair com Eros. – assenti.

Matthew se apoiou no balcão e pegou um dos meus morangos, suspirando alto.

– Não sei o que dizer. Se é o que você quer...

– Tudo que eu mais quero agora é que isso pare. – falei.

– Isso o que? O seu relacionamento com Eros?

Senti a bile na garganta.

– Essa sensação de estar sufocando. – pus a mão bem em cima do coração, sentindo o peito pesado.

Matthew me olhou como um irmão mais velho olharia para a sua irmãzinha depois de uma acontecimento infortuno.

Ele me abraçou, calorosamente e não disse mais nada.

Me afastei de seu toque, respirando fundo.

– Tenho que ir para o treino. Conversamos depois?

– Estou sempre aqui por você, pilota.

Beijei sua bochecha e me despedi.

Matthew parecia ser a única pessoa de quem Eros não sentia ciúmes, e eu agradecia profundamente por isso.

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O caminho ao kartódromo foi silencioso. Sabia que meu tio não estava contente com o meu encontro com Eros.

Entretanto, seu desapontamento era demonstrado através do silencio. Ou talvez, da falta de palavras.

Desci do carro e ajudei Nessa a fazer o mesmo. Hoje, ela quis vir conosco. Violeta não.

Assim que cheguei na pista com Nessa ao meu lado, os mais novos e Henry vieram cumprimenta-la.

Minha prima encarava Cole, com as bochechas coradas.

– Bom dia, Nessa. – ele falou, se agachando um pouco para aproximar suas alturas. 

A pequenina congelou e então saiu correndo.

– Ah, a Nessa tem uma quedinha por você. Que fofo! – Annie falou, brincando.

– O quê?

Annie riu da sua confusão.

– Querido, ela tem dez anos. É completamente normal.

Cole franziu o cenho, mas deixou passar.

Tio Victor se juntou a nós pouco depois.

– É o seguinte, hoje, quem perder será punido. – anunciou.

– Vamos ter que ouvir Henry cantando Money, Money, Money de novo? – Vênus resmungou.

Não consegui segurar a risada. Tombei a cabeça para trás, gargalhando.

– Espere aí, de novo? Henry Di Laurentis é fã do ABBA? – perguntei, recuperando o fôlego.

O loiro simplesmente revirou os olhos.

– Isso foi bem antes de você chegar, Cachos.

– Não. Eu não iria nos subjugar a tanto sofrimento assim. – o treinador deu uma risadinha. – Quem perder, dará duas voltas na pista, a pé.