St. Claire's.

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– Você quer atravessar a cidade para comprar... um livro? – Henry me perguntou enquanto caminhávamos para o almoço.

Desviei de algumas pessoas, tentando me manter ao lado dele.

– Não é um livro qualquer. – protestei. – É um box de livros. Todos os sete livros de As Crônicas de Narnia por cinquenta pratas. É uma boa oferta! Não, é uma excelente oferta. 

Henry riu.

Sua mão tocou a base da minha coluna e me guiou até a fila do lanche. Senti meu corpo se arrepiar por inteiro.

– E você quer que eu te leve pra essa livraria?

– É o que amigos fazem, James Dean – dei piscadelas inocentes.

Ele revirou os olhos.

– Estou começando a repensar essa coisa de amigos.

– Não, não. Tarde demais. Você já tá preso comigo para o todo sempre. – falei.

Ele meneou a cabeça e disse:

– Não me parece um destino tão ruim.

Olhei para meus pés, envergonhada. Henry riu novamente.

– Você fica adorável quando fica envergonhada.

– Não estou envergonhada. – menti.

Ele passou o braço pelos meus ombros, me guiando até a mesa.

– Eu te levo para esse livraria estúpida.

– Obrigada, obrigada, obrigada! – exclamei. – E eu até finjo que não ouvi você chamando a livraria de estúpida.


Após as aulas, tomei posse do rádio da picape, pondo apenas músicas da minha playlist para tocar.

– Você só ouve Taylor Swift e Harry Styles? Sério? – perguntou pouco antes do refrão de Carolina.

– Tem One Direction aqui no meio também. E um pouquinho de RBD.

– RB quem? – franziu o cenho.

Revirei os olhos.

– Esquece.

Henry batucava os dedos contra o volante, de acordo com o ritmo da música. Ao chegarmos à livraria, ele fez questão de abrir a porta para mim.

– Que cavalheiro. – falei.

– Minha mãe me educou certo, Cachos.

Dei uma risada.

O box de livros parecia esperar pacientemente por mim dentre aquelas prateleiras. O agarrei e não o soltei por nada.

– Você parece uma maníaca. – Henry murmurou em meu ouvido.

– Uma maníaca viciada em livros. – me defendi.

– Continua sendo uma maníaca.

Paguei e saí quase saltitante com meus livros dentro daquela sacola. O celular de Henry vibrou ao receber uma nova notificação. Ele franziu o cenho.

– O que foi? – perguntei, um tanto preocupada.

– Wendy quer que eu vá até a escola dela. – falou. – Podemos ir? Não fica muito longe daqui.

– É claro, diga a ela que chegamos num instante.


O que eu não esperava era o quão enorme era o campus daquela escola. Haviam três prédios extensos, e tenho certeza de que um deles era apenas a biblioteca.

HEART RACEOnde histórias criam vida. Descubra agora