O caminho até a casa de Henry foi silencioso.
Acho que nenhum de nós dois sabia o que falar ou o que fazer após o encontro com os Leclerc.
Ele estacionou a frente de uma linda casa, com um quintal cheio de orquídeas. Tão vivas.
– São lindas. – murmurei.
– São da minha mãe.
Henry destrancou a porta e avisou que estávamos ali.
Ele entrelaçou nossas mãos e me puxou até a sala de estar. Meu coração começou a bater mais rápido. Uma garota e um garoto estavam sentados no sofá, com cadernos abertos em seus colos.
– Wendy, temos visita. – a garota imediatamente levantou o olhar.
A primeira coisa que notei nela foram os cabelos, uma mistura de loiro com moreno. E então, os grandes olhos cor de mel, iguais aos de Henry.
– Oi, Charlotte, acho que já nos conhecemos. – falou, sorridente.
– Nos vimos algumas vezes. Oi, Wendy.
Quando ela se levantou, vi a bomba de insulina presa ao cós dos jeans. Ela notou meu olhar não tão discreto, e deu um sorrisinho amarelo.
– Sou diabética, há alguns anos.
Meus lábios se entreabriram.
– Deve ser difícil para uma criança. Lidar com as restrições e tudo mais. – falei, incerta.
Ela deu de ombros.
– Depois de um tempo você se acostuma. – abriu um fraco sorriso.
O garoto ao lado dela limpou a garganta.
– Ah, Charlotte esse é Peter. Somos parceiros em um projeto de história.
Sorri amigavelmente e acenei rapidamente.
Peter e Wendy. Que irônico.
– Como eu nunca vi vocês pela escola? – perguntei.
– Ah, eles não frequentam a nossa escola. – Henry respondeu. – Eles são de uma escola para superdotados. Wendy é a inteligente, eu sou o bonito.
A garota deu uma risada.
– Mentir é errado, maninho.
Ele fez uma careta, que a irmã retribuiu. Henry segurou-me pelo cotovelo.
– Vamos, podemos fazer o trabalho no meu quarto.
Antes que eu pudesse responder, ouvi passos vindos da cozinha até a sala. Uma mulher baixinha, usando um avental apareceu.
– Charlotte, querida! – disse a mãe de Henry.
– Olá, senhora Di Laurentis.
– Senhora está no céu, querida. Me chame de Ramona, por favor.
Ela me lembrava Melissa McCarthy, em Gilmore Girls. Sempre sorridente, sempre simpática. – E com excelentes dotes culinários.
– Charlotte, essa é a minha mãe, Ramona Di Laurentis.
Ela fez uma reverencia que me fez rir.
– Ah querida, nunca ouvi tanto o nome de alguém como ouvi o seu. – me puxou para um abraço e beijou minhas bochechas.
Olhei de soslaio para Henry e um sorriso malicioso cresceu em minha face.
– Sério? Fico lisonjeada.
Henry me puxou pelo cotovelo novamente.
– Vamos, temos um trabalho para fazer, lembra? – revirei os olhos.
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HEART RACE
RomanceCharlotte Perez-Peterson, uma estrela juvenil do kart, se muda para a Califórnia buscando o sucesso. Três anos depois, Charlotte percebe que a sua vida perfeita em San Diego não é exatamente o que parece. Principalmente quando se trata do seu coleg...