Noites italianas.

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Fique pronta. Passo aí em quinze minutos.

Era o que dizia a mensagem de Henry.

Eu sabia que aquilo era mais uma de suas surpresas. Então, não questionei.

Pus camadas e camadas de roupa, para não congelar, e percebi que Henry segurou a risada ao me ver. Eu definitivamente parecia uma criança embalada pela mãe.

– Por favor me diz que vamos de Uber. – pedi.

Ele comprimiu os lábios.

– O restaurante é a duas quadras daqui. – fiz careta. – Vai ser rapidinho, eu prometo.

– Meu amor, eu posso facilmente congelar em menos de cinco minutos.

– Você não vai congelar. Eu não vou deixar.

Entrelacei minha mão enluvada na dele e caminhamos pela noite gelada juntos.

Haviam algumas poucas pessoas no pequeno restaurante. Era tão pequenino mas tão confortável ao mesmo tempo. - e tinha um excelente aquecedor.

Nos sentamos numa mesa no cantinho. O menu inteiramente em italiano me confundiu um tanto.

– Já sabe o que vai pedir? – perguntou.

– A única coisa que entendi disso tudo foi pizza. – respondi.

Ele deu uma risadinha.

– Que tal.. ravioli?

– De queijo?

– Gorgonzola. O seu favorito.

– Você se lembra disso? – perguntei, sorridente e surpresa.

– Você ainda não entendeu que eu lembro de tudo sobre você? Até mesmo aquelas informações que você acha que eu não estava ouvindo.

Entrelacei minha mão na dele por cima da mesa, e ele beijou a minha palma.

– Eu amo você. – sussurrei.

– Eu te amo estupidamente mais.

Comemos. Rimos. E até mesmo tentamos ouvir a fofoca de outros dois americanos no restaurante.

Pelo que entendemos, a irmã dele foi traída e desabafou com ela e não com ele.

Na volta ao hotel, tropeçávamos em nossos pés, gargalhávamos altos e lembrávamos de memorias antigas.

– Se lembra de quando Milo quebrou o braço e Vênus escreveu o nome dela no gesso inteiro? – perguntei, recuperando o folego. – Com aquela caneta roxa que ela tanto gostava.

– Ele ficou com tanta raiva, porque ninguém mais conseguia assinar.

Nós paramos na porta do quarto e apenas nos encaramos por alguns instantes. Ele pôs uma mecha do meu cabelo atras da minha orelha.

– Nós vamos para a faculdade juntos. – falei, alegre.

Ele deu uma risada nasal.

– Nós vamos. E vai ser incrível. – assegurou.

Fiquei nas pontas dos pés e o beijei.

– Boa noite. – murmurei contra seus lábios.

– Boa noite, Cachos.

Entrei sorridente, e encontrei minhas três colegas de quarto acordadas e esperando por mim.

Não me importei em contar detalhe por detalhe.

Naquela noite, fui dormir com o coração aquecido. Afinal, eu tinha alguém que me amava.

Eu tinha o melhor namorado do mundo.

Que lembrava cada mínimo e minúsculo detalhe sobre mim.

HEART RACEOnde histórias criam vida. Descubra agora